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Vasconcelos: apenas polícia pode investigar | Leonardo Prado/Ag. Câmara
Vasconcelos: apenas polícia pode investigar| Foto: Leonardo Prado/Ag. Câmara

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) saiu em defesa do Ministério Público (MP) e se posicionou contra a proposta de emenda à Constituição que tira os poderes de investigação do órgão. Em novembro, a Comissão Especial da Câmara Federal aprovou uma proposta que altera o texto constitucional e exclui essa atribuição do MP, delegando-a exclusivamente às polícias.

Para a CNBB, a proposta é "danosa". "A importância do Ministério Público em diversas investigações é fundamental para o combate eficaz da impunidade que grassa no país", diz a entidade, em nota divulgada ontem.

Segundo a CNBB, "não se deve privar a sociedade de nenhum instrumento ou órgão cuja missão seja garantir a transparência e a segurança do povo."

A entidade ainda questionou a motivação de o Congresso Nacional vedar investigações do Ministério Público. "No momento em que os valores e as convicções democráticas da sociedade brasileira passam por uma preocupante crise, custa-nos entender a razão de tal vedação".

A comissão que aprovou a proposta de eliminação do poder de investigação do Ministério Público é composta por sua maioria de deputados ligados a setores da polícia. O relator da proposta, deputado Fábio Trad (PMDB-MS), apresentou um texto em que mantinha o poder do Ministério Público para atuar em crimes contra a administração pública, praticados por políticos e agentes públicos. O Ministério Público também poderia atuar nas investigações contra organizações criminosas.

No entanto, uma emenda apresentada pelo deputado Bernardo de Vasconcellos Moreira (PR-MG), aprovada pela maioria, eliminou essas atribuições do MP. O texto de Moreira atribuiu exclusivamente às polícias Federal e Civil a competência para a investigação criminal.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, considerou como um "atentado" ao Estado democrático a aprovação da proposta. O texto aguarda votação no plenário da Câmara para depois seguir para a análise do Senado.

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