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O Paraná é um dos três estados do país com menor alternância de poder desde a década passada. Contando a partir de 1990, foram apenas dois governadores se revezando no Palácio Iguaçu: Roberto Requião e Jaime Lerner. Caso Requião vença as eleições de outubro, o estado completará 20 anos sendo governado apenas pelos dois.

Em todo o país, apenas o Distrito Federal e Sergipe vivem situação semelhante – estão há 16 anos com apenas dois mandatários. No Distrito Federal, porém, nem Joaquim Roriz nem Cristovam Buarque são candidatos. No Sergipe, João Alves, que tem se alternado no poder com Albano Franco, tenta mais uma eleição.

Pode parecer apenas cultura de almanaque. Mas não é. Para o cientista político Ricardo Costa de Oliveira, a permanência de poucos grupos no poder é um padrão da política paranaense. Autor de uma tese sobre o assunto, ele afirma que o Paraná é uma oligarquia. Tanto quanto os estados do Nordeste. "Poucas regiões do Brasil apresentam elementos de continuidade no exercício do poder político por tão poucos grupos como o Paraná", afirma em seu livro O Silêncio dos Vencedores – Genealogia, Classe Dominante e Estado no Paraná.

Continuidade

A propósito: Oliveira diz que os três outros principais postulantes ao governo também são representantes da tradição oligárquica, de uma ou outra maneira.

Osmar Dias é irmão do ex-governador Alvaro Dias. "O Paraná, aliás, é a única unidade da federação com dois irmãos senadores", afirma. Flávio Arns tem uma família de longa tradição na vida pública, inclusive com o cardeal dom Paulo Evaristo Arns como tio. E Rubens Bueno, embora não seja ligado a famílias tradicionais, tem apoio do PFL, que para o cientista político é um símbolo da oligarquia local.E leva como vice Marcelo Puppi, de uma família tradicionalmente ligada à política.

"Lerninismo"

Depois das eleições, devido à cláusula de desempenho, o PCdoB e o PSB podem vir a se unir em uma federação. Ou seja: por serem pequenos em termos eleitorais, vão juntar forças para poder continuar ativos na política nacional. No Paraná, isso criará uma situação curiosa.

Os "comunistas" do PCdoB vão se aliar a um PSB onde está alojado atualmente o grupo do ex-governador Jaime Lerner. A hipotética federação já foi classificada em termos políticos. Será integrante da tendência "marxista–lerninista".

O que foi dito

"O que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde."

Rubens Ricupero, ex-ministro da Fazenda.

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