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"Se um produtor tem uma vaca que produz 30 litros de leite por dia ela vale o mesmo que a de outro produtor que tenha um animal que produza 1 litro."

Do senador osmar dias, explicando didaticamente porque não concorda com os critérios utilizados pelo incra para promover desapropriações de terra para fins de reforma agrária.

Está sendo certamente febril a atividade na Governadoria – órgão da estrutura organizacional do Executivo paranaense que compreende o gabinete do governador, seus 14 assessores especiais e inúmeros ordinários, as Casas Civil e Militar, além do Cerimonial e da Ouvidoria.

Chega-se à conclusão de que se trabalha muito lá pelo montante das despesas realizadas e registradas no site Gestão do Dinheiro Público, mantido pelo governo estadual correspondentes ao primeiro semestre.

Um bom exemplo da azáfama que toma conta do pedaço é o gasto com combustíveis nesse período: R$ 382 mil. A importância, se convertida em litros de gasolina, a R$ 2,50 cada, seria suficiente para comprar 152.800 litros. Se se considerar que um carro pode rodar em média 8 quilômetros por litro, tem-se que os bólidos da Governadoria gastaram o suficiente para percorrer 1.222.400 quilômetros. É como dar 30 voltas em torno da Terra. Ou cruzar o Paraná, de Paranaguá a Foz do Iguaçu, umas 1.700 vezes. Tudo isso sem contar as viagens aéreas, pois as aeronaves à disposição do gabinete gastaram outros R$ 148 mil em combustíveis.

Claro que com tantas idas e vindas, não há carros próprios e aviões que cheguem. Por isso, foram pagos R$ 258 mil em aluguel de automóveis à locadora Cotrans. E uma quantia não especificada com passagens aéreas em aviões de carreira.

Essa correria toda certamente justifica o uso de cartões de crédito corporativos pelo governador e funcionários da Governadoria, pois ninguém viaja sem comer e se hospedar. Nesses casos, lança-se mão dos cartões de crédito, que consumiram nessa primeira metade do ano R$ 596 mil do dinheiro do contribuinte. Tudo isso fora diárias e ajudas de custo. Aliás, nessa última categoria, o primeiro casal levou R$ 30.944,16.

A Governadoria trabalha 2

Come-se bem na Governadoria. O site Gestão do Dinheiro Público (www.gestaododinheiropublico.pr.gov.br) registra despesas de copa e cozinha de R$ 103.356,16 no período compreendido entre janeiro e junho deste ano. Considerando-se apenas quatro itens (carne, peixe, água mineral e café), adquiridos em distribuidores diretos, o gasto foi de R$ 30.174,50 – o que corresponde a quase 30% das compras em mercearias e supermercados (Fiesta e Condor, preferentemente).

Com a Granja do Cangüiri e com a Ilha das Cobras, residências oficiais do governador, foram gastos R$ 21.935,30 na compra de toalhas e tecidos, luminárias, espelhos, molduras, chuveiros, dois aparelhos de DVD e com desentupimento de esgoto. Só nesta espécie, foram R$ 745,00.

Olho Vivo

Paz e amor? 1 – Teria o superintendente do Porto de Paranaguá, Eduardo Requião, chegado à conclusão de que é melhor dialogar do que confrontar. Confrontar foi tudo o que fez nos últimos quatro anos. Por causa da dragagem, por exemplo, arranjou briga com toda a turma – Ministério da Marinha, Tribunal de Contas da União, Câmara Federal, Conselho da Autoridade Portuária, exportadores e operadores portuários, produtores rurais... E a dragagem, apesar da encrenca e apesar da urgência, não foi feita.

Paz e amor? 2 – Há duas semanas, porém, ao invés de continuar teimando com sua proposta de fazer uma dragagem meia-boca, formou uma comissão de representantes de todos os setores para discutir a questão. A comissão vai apresentar suas primeiras sugestões hoje. Ela é presidida pelo diretor do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), Juarez Moraes e Silva. A TCP é uma empresa privada que quase foi expulsa da área portuária em 2003, mas ultimamente vem mantendo excelente relacionamento com Eduardo Requião. Na semana passada, conseguiu autorização, por exemplo, para receber navios maiores em seus dois berços de atracação, o que pode aumentar a produtividade e os lucros da empresa.

Paz e amor? 3 – Um dos problemas da dragagem é saber onde depositar a areia que será tirada do fundo do canal da Galheta, que dá acesso à baía. Não poderá ser jogada em lugar que prejudique a navegabilidade nem em outros que agridam o meio ambiente. Uma das propostas é usar a areia para "engordar" a praia de Matinhos; outra é de utilizá-la em obras de aterro para expansão da área do Terminal de Contêineres – justamente a empresa dirigida pelo presidente da comissão que estuda a dragagem.

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