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A última reunião do Conselho da Autoridade Portuária (CAP) impôs fragorosa derrota ao o superintendente dos Portos de Paranaguá e Antonina, Eduardo Requião: todas as suas mais recentes e polêmicas decisões foram sumariamente revogadas pelo organismo, que reúne representantes de 47 entidades públicas e privadas que atuam nos terminais.

Acostumado a ditar regulamentos sem antes ouvir os diretamente interessados e mais experientes do que ele, Eduardo Requião se confronta freqüentemente com todos. Não deu outra em relação às ordens de serviço 42, 54 e 55 baixadas nas últimas semanas e que alteravam profundamente a sistemática adotada em portos do mundo inteiro.

Além de impor exigências consideradas desnecessárias e criar despesas novas, as ordens foram criticadas também por mudarem as regras exatamente no momento em que está se tornando mais intensa a movimentação de embarques da safra no porto.

O superintendente fica irritado quando suas ordens são contrariadas. Tanto que, além dos pombos que infestam o cais, ele pretende abater também o presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Rodrigo Rocha Loures.

No último dia 19, Loures enviou ofício ao Conselho da Autoridade Portuária apoiando o pedido de revogação da Ordem de Serviço 42, baixada por Requião dias antes. No dia 21, ele respondeu com um furibundo ofício-circular, no qual lamenta a interferência do presidente da Fiep.

"Antes de tomar atitudes como a carta a mim enviada – diz o superintendente – peço que a Fiep abra espaço para o contraditório", pois "caso contrário, a Federação corre o risco de tomar atitudes perversas e meramente políticas, indo contra a decência e a transparência exigida dos administradores públicos."

Olho vivo

Voltas do mundo 1 – A hostilidade que o governador Roberto Requião devota ao empresário Ingo Hübert não impediu que a empresa dele, a Tradener Ltda., deixasse de ter o direito de participar do leilão de energia promovido pela Copel. Ele impetrou mandado de segurança e obteve ganho de causa na 8.ª Vara da Justiça Federal na semana passada.

Voltas do mundo 2 – A Tradener, como se recorda, foi acusada em 2003, logo após a posse de Requião no governo estadual, de receber indevidamente R$ 20 milhões da Copel a título de intermediação no mercado de energia. Seu proprietário, o engenheiro Ingo Hübert, exerceu também a presidência da Copel durante o governo Lerner e figura tanto como autor quanto como réu em processos envolvendo a estatal. Era ele o dirigente da empresa quando da tentativa de privatizá-la em 1998.

Voltas do mundo 3 – Por esses motivos, a Tradener estava impedida de participar do leilão de energia lançado pela Copel. A cláusula 9 do edital era clara na proibição. A Justiça, no entanto, considerou nula essa cláusula e mandou a Copel incluir a empresa de Ingo Hübert entre os participantes interessados.

Voltas do mundo 4 – Uma curiosidade: a energia a ser leiloada é a produzida pela usina a gás de Araucária (UEGA) – aquela que o governo estadual dizia que ia explodir e depois pagou R$ 400 milhões pela parte da sócia, a multinacional El Paso. São as voltas que o mundo dá...

Pombos – Vai começar nos próximos dias a matança de pelo menos 40 mil pombos da espécie Columbia livia que habitam o cais e as cercanias do Porto de Paranaguá. Foi vencedora da licitação para realizar o serviço a empresa Fitosan Serviço de Fitossanidade Ltda., que cobrará por isso exatos R$ 34.439,00 – pouco menos do que o preço máximo de R$ 36 mil previsto no edital.

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