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O orçamento municipal de Curitiba será de R$ 5,1 bilhões em 2011 – quase 10% superior ao do ano passado. Além da previsão de alocação das verbas para custeio e para investimentos e da obrigação legal de aplicar porcentuais mínimos em setores como saúde e educação, a lei orçamentária prevê também o quanto do dinheiro recolhido pelos contribuintes deve ser destinado à Câmara de Vereadores.

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Pois este valor chegará em 2012 a nada menos de R$ 111.169.000,00. No detalhamento sobre como a Câmara pretende gastar esse dinheiro, não há menção (clara, pelo menos) de despesas com publicidade, mas há previsão de quanto vai pagar para promover "premiações culturais, artísticas, científicas, desportivas e outras", o que significa imprimir diplomas e confeccionar brindes. Isto vai custar R$ 150 mil. Também está na previsão a construção de uma nova sede, um edifício projetado pelo Ippuc e orçado em R$ 2.258.000,00.

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Mas o maior dispêndio será com pessoal. Incluindo os subsídios dos 38 vereadores, o funcionalismo da Câmara custará aos curitibanos R$ 81.150.000,00. Os vereadores precisam ter 800 servidores à disposição, cerca de 20 para cada um, em média. Em tempo: a Câmara Municipal de Curitiba figurou, no ano passado, como o legislativo municipal mais caro do Brasil proporcionalmente ao número de habitantes. Tem tudo para manter esta boa posição.

Nem todas as cartas estão na mesa, mas, senhores, o jogo já se dá como começado. E já se pode vislumbrar o futuro da campanha que tem tudo para ficar polarizada entre Luciano Ducci e Gustavo Fruet – forças que representam lados opostos na política local. O primeiro lançado e apoiado pelo governador Beto Richa; e o segundo, embora saído desse mesmo grupo, sustentado pelas legendas aliadas ao governo da presidente Dilma Rousseff.

Claro, haverá outros candidatos no páreo em condições de conquistar boas fatias do eleitorados. O presidente estadual do PSC, Ratinho Jr., mais votado deputado federal em Curitiba na eleição passada, é um deles. Outro é Rafael Greca, do PMDB, que além do partido grande, conta com a parceria do ex-governador Roberto Requião e com o fato de já ter deixado marcas como prefeito de Curitiba na década de 1990.

A expressão política desses dois pode até favorecer um ou outro candidato principal para definir um segundo turno, mas a tendência evidente será mesmo a polarização do eleitorado diante da dupla Ducci-Fruet já desde o primeiro turno. Ducci e Fruet sabem disso – a questão mais importante para eles, então, passa a se diferenciar um do outro pelas qualidades e defeitos.

O primeiro a assumir tal postura foi Gustavo Fruet já na quarta-feira, quando anunciou sua filiação ao PDT e lançou a pré-campanha a prefeito. Usou palavras duras para colocar Luciano Ducci a distância. Além das críticas à administração municipal nas áreas do lixo e trânsito, entrou no terreno político para dar a estocada final: "Ducci e Derosso são faces de uma mesma moeda", afirmou. Isto é, ligou o prefeito aos escândalos da administração de 14 anos do vereador João Cláudio Derosso como presidente da Câmara de Curitiba. "Basta ver que a base de política de Luciano Ducci é a mesma que sustenta e protege Derosso."

Ducci acusou a pancada e, no mesmo dia, em nota marcada pela educação, devolveu: "Eu não sei qual é o momento emocional que o Gustavo está vivendo, mas não reconheço nele e nas suas declarações a imagem pública que ele, durante tantos anos, alimentou." Isto depois de lembrar que trabalhara em sua campanha para o Senado e que até há um ano Fruet frequentava seu gabinete.

O prefeito alimentou a polêmica: do lado de Gustavo houve também observações a respeito da memória seletiva de Luciano Ducci, que se lembra de alguns fatos e se esquece de outros. Esqueceu do apoio que recebeu nas duas campanhas em que se elegeu vice de Beto Richa e já não se lembra do apoio que deu a Roberto Requião na eleição de 2006.

E assim foi a primeira semana de uma campanha que nem bem começou. Como serão as outras?

Agora ou depois?

Com a presença dos ministros Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo, o PT do Paraná fez reunião neste sábado para debater estratégias do partido para 2012. Curitiba foi o centro dos debates e ficou clara a posição: o PT vai apoiar Gustavo Fruet. A questão é: só no segundo turno ou desde o primeiro, integrando a aliança partidária para dar mais tempo na propaganda eleitoral? Esta decisão, segundo se ouviu, caberá mais a Fruet do que ao próprio PT.

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