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Cabe aos produtores rurais plantar, colher e vender. Daí pra frente é indispensável a presença do governo – pois vender pressupõe garantir preços, armazenar os produtos, transportá-los até os centros consumidores ou levá-los até os portos para mandá-los para o exterior. Ou seja, é preciso que o governo garanta linhas de financiamento à comercialização, boas rodovias e ferrovias, portos eficientes...

Pois bem: como sempre, os produtores rurais brasileiros estão fazendo a sua parte. Os do Paraná, então, nem se fala: o estado mantém o primeiro lugar na produção de grãos e, na safra passada, alcançou uma marca histórica: se medido em moeda corrente, o valor da nossa produção agropecuária foi superior ao de São Paulo. Do total nacional de R$ 240 bilhões, os agricultores paranaenses produziram R$ 30,6 bilhões, enquanto os paulistas R$ 30,4 bilhões.

Os governos, no entanto, não fizeram a sua parte: no transporte por rodovias, embora boas, o pedágio caro não baixou; gargalos ferroviários não foram vencidos; o porto de Paranaguá manteve-se ineficiente e caminhões fazem fila nas estradas e nos pátios. Por falta de armazéns, as cooperativas improvisam lonas plásticas. Tudo isso redunda em encarecimento dos custos, redução dos ganhos e perdas de produção. É no interior que a agricultura existe. Dela dependem os empregos, a circulação de riquezas, a arrecadação dos municípios. Se o campo vai mal, as cidades também empobrecem, o de­­­sem­­­prego provoca o êxodo, as fa­­­­velas incham nas grandes cidades. Não há como escapar dessa realidade perversa.

Dito isso, é preciso saber o que pensam os três principais candidatos ao governo do estado para corrigir as distorções. É para isso a Fe­­­deração da Agricultura do Para­­­ná convidou-os para participar, na próxima quinta-feira, de um seminário que, em tese, servirá para discutir providências para que o Paraná seja declarado área livre de aftosa – medida im­­­­por­­tan­­­te para li­­­­­­berar as exportações de carne pelo estado. Dois mil agricultores estarão presentes. Eles vão querer debater com os candidatos muito mais do que aftosa – mas todas as de­­mais propostas que têm para o setor. Dos três candidatos, dois têm fortes ligações com a agricultura – Orlando Pessuti, produtor, veterinário, ex-secretário; e Osmar Dias, agrônomo, produtor, ex-se­­­cretário. A curiosidade é saber o que tem a dizer sobre agricultura o engenheiro civil com vivência na capital, o prefeito Beto Richa.

Olho vivo

R$ 100 milhões

A máquina está bem azeitada. De fonte muito próxima (e fanático torcedor!) chega a informação de que se calcula em R$ 100 milhões o montante que a campanha de Beto Richa pretende gastar para elegê-lo governador do estado. O chapéu corre principalmente entre empresários da área da construção. Na avaliação da mesma fonte, os primeiros sinais mostram que não será difícil arrecadar a soma. Difícil será enquadrar todas as doações na legislação, que exige registro de cada centavo. E nem todos os empresários gostam de se expor...

Arquivo 1

A coluna corrige informação publicada ontem: foi do desembargador Onésimo Mendonça da Anunciação (e não Assunção, como foi escrito) o relatório acerca de uma representação apresentada por um cidadão contra o desembargador Carvílio da Silveira Filho por atraso excessivo nos julgamentos que lhe cabem. Onésimo opinou pelo arquivamento da representação e não pela adoção de medidas corretivas contra o colega, como equivocamente foi registrado. Seu relatório venceu a votação no Órgão Especial por 11 votos contra 10 e o processo foi arquivado.

Arquivo 2

Há quase um ano, esta coluna noticia mensalmente sobre a lista oficial contendo o número de processos à espera de decisões com mais de 100 dias de atraso. Invariavelmente, o desembargador Carvílio aparece como campeão neste quesito. Em fevereiro, por exemplo, acumulavam-se sobre sua mesa 558 processos – número que corresponde a mais de um quarto do total de 2.074 atrasados em mãos dos 120 desembargadores do Tribunal de Justiça.

Arquivo 3

No mesmo mês de fevereiro, além do primeiro lugar de Carvílio, figuram entre os dez mais atrasados seus colegas Marco Antonio Leite (476), José Marcos de Moura (208), Arno Gustavo Knoerr (197), José Cichocki Neto (165), Maria Mercis Gomes Aniceto (122), Cláudio de Andrade (63), Rosana Andriguetto (44), Joatan Marcos de Carvalho (42) e Xisto Pereira (38).

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