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O secretário da Educação, o vice-governador Flávio Arns, nega que a normalidade do transporte escolar na rede pública estadual esteja ameaçada já neste início de ano letivo. Em nota dirigida à coluna, contrariando informação aqui publicada no domingo, Arns assegura que a normalidade está assegurada porque o governo estadual dobrou os recursos que repassa às prefeituras para prestar o serviço, de R$ 28 milhões em 2010 para R$ 58 milhões em 2011. Por isso, não vê razão para o descontentamento dos prefeitos.

Arns "estranha a manifestação da presidência da Associação dos Municípios do Paraná (AMP) que, por meio de notas e entrevistas concedidas à imprensa", vem reclamando da insuficiência de recursos e anunciando duas providências: paralisar o transporte e ingressar na Justiça contra o governo.

O presidente da AMP, prefeito Gabriel Samaha (de Piraquara), no entanto, confirma a disposição dos municípios de pressionar o governo a cumprir a lei. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, compete ao estado pagar integralmente o custo do transporte de alunos da rede estadual – o que, segundo ele, não vem acontecendo. "Admiro muito o secretário Flávio Arns, mas ele está usando uma técnica de dissimulação que não convence", diz Gabão, apelido pelo qual Samaha é conhecido.

No próximo dia 13, quando Arns comparecer à reunião agendada pela AMP, os prefeitos esperam tomar uma decisão coletiva e radical caso não ouçam resposta condizente do secretário. Segundo Gabão, todos os anos, na prática, os 399 municípios do estado transferem para o estado R$ 120 milhões – dinheiro que faz muita falta às prefeituras, argumenta.

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Olho vivo

Desordem 1

O deputado Ademar Traiano, líder do governo na Assembleia Legislativa, foi verbalmente ofendido por um "grupo de baderneiros que faziam (sic) apologia à maconha" durante a desordem de domingo à noite no Largo da Ordem. Segundo seu relato, ele passava de carro por ali e sabe que a Polícia Militar – acusada de excessos para conter a arruaça que se seguiu ao desfile pré-carnavalesco que se realizou no local – agiu apenas no sentido de "dar proteção aos que estavam se divertindo e garantir tranquilidade aos moradores".

Desordem 2

Embora condene quem queira se aproveitar politicamente do episódio, Traiano não perdeu a oportunidade para cumprir a incumbência que recebeu de Beto Richa para elogiar e defender seu governo. Lembrou, por exemplo, dos investimentos na segurança pública e revelou um dado novo como prova de que a eficiência do setor já melhorou: em janeiro do ano passado ocorreram no Paraná 200 homicídios; em janeiro deste ano, 150.

Desordem 3

O líder do governo respondia a uma nota do PT que classificou a ação policial como truculenta, resultando em dezenas de feridos, "inclusive mulheres e crianças". "O modelo de segurança almejado pela população está em completo desacordo com a ação colocada em prática ontem [domingo]", diz a nota.

Desordem 4

Independentemente do eventual uso político do episódio de parte a parte, um técnico do Ippuc – que participou na década de 1970 do projeto de revitalização do setor histórico – viu o caso sob outro ângulo. "O Largo da Ordem reúne precioso patrimônio histórico da cidade, como a Igreja da Ordem e a Casa da Memória. Ali, todas as construções são tombadas e precisam ser protegidas". Por isso, ele lança a pergunta: "Por acaso a prefeitura teria dado autorização para a realização de festas carnavalescas no local?" Não deixa de ser política a sua indagação.

Foste tu? 1

Por acaso foi você que atendeu o telefonema gravado do prefeito Luciano Ducci enaltecendo as próprias obras? Se foi, aproveite e faça um jogo da Mega-Sena, pois a sorte está bem pertinho de você. Isto é o que se extrai da defesa da prefeitura na ação popular que pede à Justiça que o prefeito seja condenado a devolver aos cofres públicos o dinheiro gasto com a campanha de telemarketing, realizada em novembro passado. A prefeitura diz que nem sabia da campanha e, portanto, ninguém deve devolver nada para ninguém.

Foste tu? 2

No entanto, o PSB, partido do prefeito, assume que foi quem arcou com a despesa. E até apresenta a nota fiscal 053, da empresa paulista Systeme Tecnologia, como prova de que a conta foi sua. Valor da nota: R$ 230,00 (duzentos e trinta reais) por uma "ação de mídia por telefone". Pelo valor, seria um só telefonema? Justamente aquele que você recebeu? Amanhã o prêmio da Mega-Sena vai valer R$ 2,5 milhões.

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