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Com uma dívida da ordem de R$ 400 milhões, o Hospital Evangélico agoniza. Todos os dias, alguns dos seus serviços são paralisados. Ora faltam remédios, ora faltam até os mais simples insumos para curativos. Nesta segunda-feira (8), pacientes não foram recebidos porque faltavam roupas de cama.

Já não se considera inevitável o fechamento do hospital – a menos que se encontre um grupo empresarial ou mesmo uma instituição de caráter filantrópico que se disponha a assumir sua administração e arque com a responsabilidade de quitar os compromissos vencidos, segundo explica um diretor do Evangélico que pediu anonimato.

O mesmo diretor informa que a Universidade Mackenzie, de São Paulo, já teria demonstrado interesse, mas as negociações não progridem em razão de impedimentos judiciais para realizar uma completa auditoria contábil, financeira e patrimonial do hospital.

Fundado nos anos 1950 sob a liderança do médico Daniel Egg, o hospital tem como entidade mantenedora a Sociedade Evangélica Beneficente de Curitiba (SEB), formada por várias denominações religiosas protestantes. Até cerca de três anos, a SEB era quem cuidava diretamente da gestão, mas desmandos – incluindo o uso político do estabelecimento – levaram o hospital à insolvência, segundo apurou o Ministério Público do Trabalho. Dívidas trabalhistas acumuladas levaram a Justiça do Trabalho a decretar intervenção, afastando a antiga administração e nomeando interventor. Não havia controle de gastos nem da prestação de serviços e da entrega de suprimentos pelos fornecedores. Mesmo assim, o dinheiro continuava sendo desembolsado pelo hospital.

A intervenção judicial não produziu os resultados esperados. Pelo contrário, desde então a situação só se agravou e agora chega ao ponto do colapso. E isso justamente num momento em que os serviços públicos municipais de saúde também enfrentam grandes dificuldades e sem condições de prestar socorro ao Evangélico, conforme reconhece o secretário João Carlos Baracho.

A salvação estaria na Universidade Mackenzie, mantida pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie, uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos, fundada em São Paulo há quase 150 anos. O hospital e a universidade Evangélica de Curitiba formariam um sexto campus da instituição de ensino superior. Afora o de São Paulo, os outros cinco estão localizados no Rio de Janeiro, Campinas, Barueri, Brasília e Recife.

Sem ter acesso completo à situação do Evangélico e, portanto, sem saber se teria condições de recuperá-lo, o grupo Mackenzie nada pode fazer. Extraoficialmente, já pediu à Justiça do Trabalho autorização para realizar a auditoria, mas foi informado de que, para tanto, terá de seguir os demorados trâmites judiciais. Enquanto isso, a crise se aprofunda e não se vê luz no fim do túnel.

Atração 1

O grupo político do governador Beto Richa ainda não desistiu de atrair Osmar Dias para o seu redil. O porta-voz tem sido – de forma mais clara que outros – o deputado Luiz Claudio Romanelli, líder do governo na Assembleia e que agora, egresso do PMDB, milita no PSB por divergências com o senador Roberto Requião. O PSB, como se sabe, atua como “puxadinho” partidário de Beto desde os tempos em que foi prefeito.

Atração 2

O sonho de consumo do grupo é construir uma aliança pela qual Osmar seria candidato a governador, encabeçando uma chapa que teria como candidatos às duas vagas de senador o próprio Beto Richa (PSDB) e o secretário Ratinho Jr. (PSD). Nas sombras, tem atuado também o deputado Ademar Traiano, tucano que preside a Assembleia. Ele se oferece para ser o vice de Osmar. Nada ficou combinado com os “russos”.

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