Prometidas na campanha eleitoral de 2010 e novamente incluídas no plano de metas da segunda gestão, só agora começam a sair do papel as “Delegacias Cidadãs” do governo Beto Richa. A substituição de antigas e depauperadas cadeias públicas estava prevista nos seus dois consecutivos planos de ação, ambos solenemente registrados no 4.º Cartório de Registros de Títulos de Documentos de Curitiba.
“O que está ali é para ser cumprido”, afirmou Richa da primeira vez, completando com orgulho: “Foi dessa forma que consegui construir uma relação de confiança com a população da capital, porque honrei todos os compromissos assumidos”.
A primeira Delegacia Cidadã foi inaugura na última quinta-feira (27) em Matinhos, no Litoral do estado – ou seja, já metade final do seu último mandato. O atraso foi reconhecido: é que demorou muito a sair o financiamento do BID para o Programa Paraná Seguro, formulado pelo seu primeiro secretário de Segurança, o delegado PF Reinaldo de Almeida Cesar, em 2012.
Agora, com dinheiro na mão, promete-se para breve mais algumas Delegacias Cidadãs, uma Paranaguá e em Pinhais, já em fase de obras. Cumprindo etapas de licitação, estão as de Fazenda Rio Grande, Almirante Tamandaré, Colombo, Ivaiporã e Araucária. Considerando até mesmo estas que ainda estão dependendo de licitação, já são oito as novas delegacias – de um total de 12 prometidas nos planos dos dois governos. Ainda não se fala das quatro que faltam para completar o quadro de promessas.
Estas unidades obedecem a um projeto de engenharia e arquitetura padronizados. São edificações de 2.500 metros quadrados que – esta é a promessa – por possuírem apenas uma cela, pequena, servirão apenas para custódia provisória de presos apenas enquanto for necessário colher os depoimentos para o inquérito policial. Nelas funcionarão também postos do Instituto de Identificação e outras dependências da área de segurança.
Mantém-se a curiosidade: para onde vão os presos “provisórios” que ainda superlotam as cadeias convencionais?



