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– Parabéns, presidente, pelo índice de aprovação do seu governo! 84%!

– Obrigado. Parabéns para você também por sua eleição à prefeitura de Curitiba.

Foi mais ou menos assim o início do diálogo entre o presidente Lula e o prefeito Beto Richa, ontem, no Palácio do Planalto. A audiência foi pedida pelo prefeito no dia 9 de janeiro e tinha um só objetivo: agradecer pela ajuda federal que tem sido dada à sua administração.

Lula reservou o dia de ontem para receber vários prefeitos que haviam solicitado audiência. Separadamente, foram atendidos também, por exemplo, os prefeitos de João Pessoa, Porto Velho e Goiânia. Cada um teve direito a menos de meia hora.

No caso de Richa, a audiência contou com a presença também do ministro do Plane-jamento, Paulo Bernardo, paranaense do PT, que também mereceu do prefeito palavras de agradecimento.

Amenidades predominaram na conversa. O presidente manteve o espírito brincalhão de sempre até mesmo no momento em que perguntou:

– E a sua relação com o Requião, melhorou?

– É... a gente tem se encontrado de vez em quando, mas cada um olha para lado diferente – respondeu Beto.

– E daí – perguntou Lula – você vai ser mesmo candidato ao governo?

– O quadro está bom, mas tenho de pensar melhor. Não posso me aventurar ao risco de abandonar 32 meses de mandato de prefeito.

Resumo da ópera: foi uma visita de cortesia, sem a dimensão política que quiseram dar a ela.

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Credibilidade lá e cá

"Este jornalista, o Celso Nascimento, não tem credibilidade. É pago pela Gazeta para falar mal do governo." Com estas palavras, o governador Roberto Requião interrompeu o presidente da Sanepar, Stênio Jacob, que, na "escolinha" de ontem, preparava-se para uma nova tentativa de explicar que não falseou valores de investimentos da companhia – uma das razões do processo que sofre da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Requião aconselhou-o a não responder.

Em todo o caso, mesmo se sabendo que quem mais entende de falta de credibilidade é o governador, é bom que não pairem dúvidas sobre a veracidade da informação dada na segunda-feira neste espaço. Aqui foi relatado que a CVM processa o presidente da Sanepar porque, em maio de 2007, também na "escolinha", expôs os planos de investimento até 2010 – coisa que, pela lei, só poderia fazer após informar o mercado com a publicação de um "Fato Relevante". O programa da "escolinha" está gravado e o jornal Valor Econômico, em 30 de maio de 2007, reproduziu as declarações.

Essa foi a primeira transgressão. A segunda foi ter atribuído valores muito acima da capacidade econômico-financeira da Sanepar, certamente com objetivos meramente propagandísticos. Por exemplo: informava que em 2010 a Sanepar investiria R$ 486 milhões.

Bem depois disso, em 23 de agosto, foi finalmente publicado o "Fato Relevante", ainda hoje disponível no site da própria Sanepar, com a informação verdadeira: R$ 126 milhões em 2010. Logo, o que Stênio disse em maio não era verdadeiro. Isto é, era falso. Dúvida cruel: serão verdadeiros os novos números que ele apresentou ontem?

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Olho Vivo

Luzes, a missão

O líder do PT na Câmara, vereador Pedro Paulo, protocolou ontem pedido de informações à prefeitura sobre a licitação aberta para contratar empresas de manutenção da iluminação pública de Curitiba. Contra ela pesam suspeitas de irregularidades que o Tribunal de Contas também está examinando. O vereador quer, entre outros quesitos, que a prefeitura forneça a tabela de custo atual por ponto de iluminação para comparar com a prevista no novo contrato que pretende celebrar.

Mais pen drives

A Secretaria da Educação comprou mais 22.790 pen drives, ao custo de R$ 600 mil, para utilizar nos televisores-laranja. No ano passado, já havia adquirido 60 mil desses aparelhinhos. A nova aquisição fez o líder da oposição, deputado Élio Rusch, lembrar de perguntar ao procurador-geral da Justiça, Olympio Sotto Maior, a quantas anda a investigação do Ministério Público (Inquérito Civil de nº 22/07) sobre a compra dos próprios televisores, em 2007. Foram 22 mil ao preço de quase R$ 19 milhões – operação sobre a qual ainda pesam suspeitas de superfaturamento.

O dragão

Depois de meses longe da tribuna, o ex-líder da oposição e agora 2º-secretário da Assembleia, deputado Valdir Rossoni, voltou ontem com a corda toda. Exigiu do governo explicações sobre o processo de contratação da empresa que, também ontem, começou a dragar o Canal da Galheta.

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"Alvaro, Osmar e Beto precisam se entender e caminhar juntos."

Do ex-ministro Euclides Scalco, guru de nove entre dez tucanos, defendendo a manutenção da aliança.

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