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Olho vivo

Norton

Amigos do ex-deputado Norton Macedo estão preocupados com seu estado de saúde. Com problemas cardiovasculares, encontra-se internado na unidade de terapia intensiva do Hospital Santa Cruz. Membro da equipe mais próxima que acompanhou a vida política de Ney Braga, Norton vivia recluso nos últimos tempos fazendo o que mais gostava: ler.

Farrasul

Aprovado pela Assembleia no fim do primeiro semestre, o projeto de Requião que criava a Ferrosul (em substituição à Ferroeste) foi à sanção de Pessuti e bateu na trave: o governador vetou. Parecer jurídico demonstrou que a iniciativa era inconstitucional.

É como diz o velho ditado: há males que vêm para o bem. Adaptado aos últimos acontecimentos, poder-se-ia dizer: armários vêm para o bem de alguns e infelicidade de outros. Veja-se o caso da cozinheira Elizabeth Quintanilha, que revolveu os da casa do ex-superintendente do Porto de Paranaguá Eduardo Requião e neles encontrou uma montanha de dólares para, com parte deles, viver dias de cinderela que só a riqueza pode comprar.

O bem, para ela, foi fugaz – teve de devolver ao patrão o que comprou e sujou sua ficha na polícia. Para o patrão, que surpreendentemente confessou esconder moeda estrangeira em casa, foi mal: está sendo chamado agora para se explicar no Ministério Público e na Receita Federal. Em compensação seus armários podem vir para o bem da curiosidade popular, ávida para saber como funcionava a cornucópia que abastecia o armário.

Mas há outros armários sendo revolvidos presentemente. Atento a sinais mínimos, o governador Orlando Pessuti mandou seus sherloques abrirem alguns à procura de esqueletos eventualmente deixados pelo antecessor. Estão passando por esse processo repartições antes comandadas por gente sanguínea e politicamente ligada ao ex-governador Roberto Requião.

Além do Porto de Paranaguá, autarquia na qual por sete anos reinou Eduardo Requião, está sendo investigada também a Secretaria da Educação, que teve como titular por seis anos outro irmão do ex-governador, Maurício. Neste caso, o objetivo é confirmar se de fato se fazia uso de diárias frias para cobrir despesas idem.

Pessuti encarregou o corregedor-geral, Antonio Comparsi de Mello, para investigar a Educação. A tarefa não é fácil. Ontem Comparsi descobriu que 17 toneladas de documentos oficiais que poderiam explicar a extensão dos desvios sumiram do depósito no qual a secretaria os guardava. Diante disso, registrou queixa na Delegacia de Furtos e Roubos e pediu ao governador que designasse um delegado de polícia para ajudá-lo a descobrir quem foi o responsável pelo misterioso sumiço. Pessuti imediatamente atendeu ao pedido.

Na Ferroeste, é a nova diretoria que, com a ajuda de auditores do Tribunal de Contas, passa um pente-fino na administração requianista, que tinha como presidente o advogado Samuel Gomes. Além da descoberta de um rombo de R$ 8 milhões por má administração, providências práticas estão sendo tomadas para recompor as finanças da estatal ferroviária. Uma dessas providências: contas telefônicas excessivas e despesas efetuadas ilegalmente estão sendo contabilizadas para documentar uma ação de ressarcimento contra o ex-presidente.

Outras secretarias passam pelo crivo da corregedoria. Há suspeitas de que diárias frias também eram prática constante na Saúde, no Trabalho, Agricultura e Meio Ambiente. A Superintendência de Desenvolvimento da Educação (ex-Fundepar) também está sendo investigada.

Requião atento aos respingos

O ex-governador Roberto Requião acompanha os fatos à distância. Resmunga contra Pessuti no Twitter e chegou, mesmo, a tentar defender o irmão Eduardo Requião. Candidato a senador, ele teme que a eventual enxurrada de denúncias quebre a fama de seriedade de sua administração e acabe lhe tirando votos durante a campanha. Casos cabeludos podem ser um prato cheio para a exploração adversária durante a campanha. Basta uma pergunta: Requião sabia? Ou, pelo me­­­nos, desconfiava que coisas assim aconteciam sob seus olhos azuis?

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