• Carregando...

Depois de conversar com meio mundo do PSDB paranaense e de outros partidos, só falta agora ao presidente nacional tucano, senador Sérgio Guerra, conversar também com o prefeito Beto Richa. Desistiu da ideia de vir ao Paraná em missão pacificadora, como havia prometido – mesmo porque acabou convencido de que se tornou muito urgente resolver as pendengas que envolvem a definição da candidatura ao governo do estado.

A urgência foi motivada pela reunião que o diretório regional do partido decidiu realizar na próxima segunda-feira. Com maioria esmagadora no controle do partido, Beto Richa planejava ser aclamado candidato e sepultar a pretensão do senador Alvaro Dias de obter a vaga. Alvaro, sem chance, nem compareceria.

A partir dos diálogos que manteve (além de gente do PSDB, consultou também os chefes do PPS e do DEM), Sérgio Guerra passou a se perguntar:

• Esta é a hora de o PSDB definir um candidato? Não é muito cedo?

• Richa seria a melhor solução para o partido? Ele mais agrega ou mais divide?

• Ainda há chance de mudar esse quadro e avaliar se não seria melhor lançar Alvaro?

• Ou, ainda, de trazer Osmar Dias de volta ao redil e melar a tentativa do PT de firmar aliança com o seu PDT?

Os pensamentos que povoam a cabeça do cacique tucano serão transmitidos a Beto Richa talvez ainda hoje, por telefone. Guerra, cioso da necessidade de manter a unidade partidária, não dará um "chega pra lá" na ambição do prefeito, mas pedirá a ele que medite. E, sobretudo, pedirá que, caso decida manter a autocandidatura, que se encarregue depois de também manter unidos os cacos do PSDB e de garantir que o presidenciável José Serra não perderá preciosos milhões de votos para Dilma no Paraná.

Em resumo: o senador Sérgio Guerra transferirá para Beto Richa toda a responsabilidade pelo que vier a acontecer.

Já há quem aposte que a reunião tucana será cancelada. Ou que, se realizada, dela não saia decisão alguma – para angústia de Richa, que precisa de uma definição urgente – afinal, já está muito perto a hora de sair ou ficar na prefeitura. O prazo para sair termina em 3 de abril (58 dias!), mas não poderá fazer isso se, desde já, não tiver a certeza de que será candidato. Caso contrário, corre o risco de perder os três anos que ainda lhe restam de mandato e a própria candidatura. E, para completar, ainda deixar o grande colégio eleitoral de Curitiba nas mãos de um vice da oposição.

Olho vivo

A Criação 1

"No princípio criou Deus os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas. Disse Deus: haja luz. E houve luz. Viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz dia, e às trevas noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro." (Gênesis, Capitulo I, versículos de 1 a 5).

A Criação 2

Assim como consta dos versículos iniciais do Gênesis, o primeiro livro do Antigo Testamento, também foi criado o Paraná. Não em sete dias, como fez Deus, mas em sete anos, como acredita ter feito o governador Roberto Requião. Aliás, Ele não precisou de um escriba bíblico – no caso, o patriarca Moisés – para contar a história. O próprio Requião, quase encarnando o papel do Criador, tratou de relatá-la em uma hora de discurso que pronunciou ontem na abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa.

A Criação 3

O caos que encontrou, disse Ele, era tanto, que o Paraná sequer existia quando atravessou os umbrais do Palácio Iguaçu em 1.º de janeiro de 2003 – mas em sete anos não só criou o estado como, no fim, ainda deixou um paraíso como herança: "Então plantou o Senhor um jardim, da banda do oriente, no Éden, e pôs ali o homem que tinha formado." (Gênesis, cap. II, v. 8).

A Criação 4

Modesto, disse que não conseguiu resolver todos os problemas, mas o Paraná que descreveu não está escrito no gibi nem na Bíblia. Segurança, educação, saúde, transportes, portos, penitenciárias – tudo em perfeita ordem, muito melhor do que se encontra em qualquer outro estado.

Na estrada

O presidente estadual do PP, deputado Ricardo Barros, nunca parou de trabalhar sua candidatura ao Senado. Seu partido ainda não definiu de que lado ficará na hipótese de haver um confronto entre Osmar Dias (PDT) e Beto Richa (PSDB) – mas Barros está em campo. Ontem ele anunciou que, como fez no ano passado, começa hoje, por Rio Negro, um programa de visitas aos 399 municípios paranaenses. Promete cumprir o roteiro antes que chegue outubro, o mês da eleição.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]