• Carregando...

A pré-estreia do festival de pancadaria que promete ser a campanha do ano que vem para o governo estadual aconteceu na manhã da última sexta-feira, durante evento promovido pela Federação da Agri­­cultura do Paraná, a poderosa Faep. Diante de um auditório de 4 mil agricultores, reunidos no Encontro Estadual de Em­­­preendedores Rurais – público importante e mais numeroso que os comí­cios que andam por aí­ – desfilaram todos os atuais candidatos a suceder Requião, com direito a discursos: Beto Richa, Orlando Pessuti, Osmar e Alvaro Dias.

O prefeito de Curitiba foi o primeiro a falar. Teceu considerações sobre os males que o pedágio e as mazelas do porto de Paranaguá causam à agricultura. E daí­ passou a falar do Mãe Curitibana e de outras experiências urbanas da sua administração – um discurso que todos interpretaram como de explí­cita campanha de candidato.

Os que o sucederam na tribuna não deixaram por menos. O vice-governador Orlando Pes­­suti, por exemplo, tomado de grande fervor em defesa do governo Requião, foi o mais ácido nas crí­ticas ao adversário. Acu­­­sou Richa, por exemplo, de, quando deputado, ter votado a favor da instituição do pedágio, da privatização da Copel e da venda do Banestado.

Pessuti foi enfático: "Aqui não é lugar para se fazer palanque eleitoral. Devemos falar do que podemos fazer pelos agricultores. Vir aqui, como o prefeito Beto Richa veio, para criticar o pedágio, sendo que ele como deputado estadual apoiou o pedágio e a venda da Copel, é um desrespeito aos agricultores".

Na vez de Osmar Dias, este lembrou que, "no Paraná, os homens cumprem a palavra e palavra é compromisso". Seria uma indireta ao prefeito que, segundo testemunhas, em 2008 teria firmado compromisso com Osmar de apoiá-lo na campanha para o governo em 2010? Muita gente entendeu que o recado era mesmo dirigido a Beto.

Alvaro Dias preferiu atacar em outro flanco e também de forma indireta: o Paraná, disse ele, é um estado agrí­cola e precisa ser governado por alguém que entenda de agricultura.

O prefeito acusou os golpes, não passou recibo para Osmar e Alvaro mas respondeu aos deferidos por Pessuti. Ficou aborrecido com a forma maldosa com que o candidato do PMDB o criticou: "Conheço o Pessuti há muitos anos e estou impressionado com essa maldade. Não teve votação nenhuma do pedágio. Ele deve estar desesperado com a antecipação do processo eleitoral. Prefiro pensar que foi um deslize. Esse não é o Pessuti que conheço".

Nenhum deles é ainda oficialmente candidato. Beto Richa, por exemplo, ainda depende de uma conveniência a ser ditada pelos altos escalões do seu partido, o PSDB, que dá sinais de que prefere perder a eleição de governador mas não admite perder a Presidência. Por isso nem descarta ser melhor lançar Alvaro Dias, também dos quadros tucanos, nem esconde a preocupação quanto ao estrago que Osmar Dias, se for candidato do PT e de Dilma, pode fazer no projeto de dar a Serra (ou Aécio) votação melhor no Paraná.

Já Pessuti, que ainda navega contra vontade de muitos deputados do próprio partido, deu pela primeira vez a maior demonstração de que está disposto a brigar.

* * * * *

Olho vivo

A bordo

Um bom magote de juízes e desembargadores do Paraná navega desde a última quinta-feira a bordo do navio "Grand Voyager" pela costa atlântica com vista para Santos, Búzios e Ilhabela. Os magistrados participam do VI Congresso Estadual da Magistratura Paranaense, que se realiza no próprio navio, para discutir um tema para lá de sugestivo e de sentido bastante prático considerando o local do evento: "O Trabalho do Juiz e a Qualidade de Vida". Os (as) acompanhantes pagam as próprias despesas, já os magistrados... também?

Em obras 1

A prefeitura de Curitiba já iniciou as obras de "reconformação geométrica" do aterro do Caximba – providência que vai alongar em mais um ano a possibilidade de continuar jogando nele as 2,4 mil toneladas de lixo produzidas pela capital e outras cidades da região metropolitana. Serão reativadas partes do aterro que já eram dadas como encerradas – e por estarem encerradas em suas proximidades surgiram creches, escolas, igrejas, habitações.

Em obras 2

Advogados da associação de moradores do bairro entra na Justiça nesta semana com ação visando a embargar as obras. Contrariamente à decisão do presidente do IAP, Victor Hugo Burko, a prefeitura obteve autorização para esticar a vida do Caximba – única providência que lhe restou devido ao atraso na licitação que prevê a construção de uma usina para industrializar o lixo metropolitano.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]