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O presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Victor Hugo Burko, telefonou para dar sua versão sobre o episódio da prisão da engenheira agrônoma Elma Romanó, sob suspeita de participação num esquema criminoso de desmatamento de florestas nativas na região dos Campos Gerais.

Segundo ele, não foi Elma Romanó que, quando chefe do escritório regional do IAP, em Ponta Grossa, denunciou os delitos que vinham sendo praticados por funcionários do órgão, policiais militares da Força Verde, dirigentes de ONGs e fazendeiros. Ao contrário, foi o próprio Burko que, em maio, após sobrevoar a região e constatar desmatamentos criminosos exagerados, abriu sindicância e verificou que Elma assinara mais de mil autorizações irregulares de desmate, num total de 1.400 hectares.

Nessa mesma ocasião, avisou a chefe do escritório de que faria uma blitz nos depósitos superlotados de pinheiros araucária de uma madeireira de Ponta Grossa. No dia seguinte, quando foi ao local, o depósito estava vazio. Elma teria vazado a informação? Depois desse episódio, sentindo-se provavelmente acuada, é que ela, no dia 12 de junho, teria feito chegar ao governador a carta de demissão em que faz referências genéricas à corrupção de agentes ambientais em sua área.

Presa numa delegacia de Curitiba, Elma Romanó não fala. Em seu nome, o advogado Dálio Zippin Filho contestou o presidente do IAP: a engenheira, mesmo ameaçada de morte e tendo de usar colete à prova de bala para comparecer à repartição (e de onde obviamente não se arriscava a sair), vinha há dois anos denunciando os fatos, sem sucesso. E lembrou que, já em março, numa sessão da "escolinha", Requião já cobrava providências do IAP com base no que soubera por meio de Elma Romanó.

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Copel ia desobedecer à lei?

A Lei Estadual 14.286, baixada pelo governador Roberto Requião em fevereiro de 2004, determinou que a partir de então, em toda e qualquer sociedade de que participasse, a Copel deveria ser obrigatoriamente majoritária. Ou seja: a Copel precisaria sempre deter a maioria das cotas ou ações "de consórcios ou companhias com empresas privadas" de que viesse a fazer parte. É o que reza a alínea a, parágrafo único, artigo 9.º da referida lei.

Logo, se se concretizasse a compra dos 30% de participação que a Sanedo/Vivendi tem no consórcio Dominó Holdings – conforme se revelou na semana passada – a Copel, que já possui 15%, somaria uma participação de apenas 45%. Não assumiria, portanto, a condição de sócia majoritária do consórcio, formado por duas outras empresas – a Daleth (27,5%) e a Andrade Gutierrez Participações (27,5%).

Dessa constatação, pode-se inferir que: a) o governo estava disposto a fazer um negócio a qualquer custo, ao arrepio da lei que ele próprio baixou; ou b) que também negociava a compra das ações de pelo menos uma das outras duas sócias. A Andrade Gutierrez e a Daleth negam.

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Olho vivo

Mistérios 1 – Dois mistérios rondam a bancada do PTB na Assembléia Legislativa. Na eleição, ela assegurou apenas duas cadeiras, com os deputados Jocelito Canto e Carlos Simões. Já no início da legislatura, a bancada cresceu com a adesão de Fábio Camargo, que saiu do PFL. Com três deputados, passou a ter direito a uma liderança e a tudo o que isso significa: gabinete, verbas, assessorias, carros etc.

Mistérios 2 – Acontece que, logo depois, Simões bandeou-se para o PR e a bancada se reduziu de novo a dois deputados. Pelo regimento, perderia aquele direito. Só que Simões não comunicou a mudança ao presidente da Casa, Nelson Justus. E Justus também não leu as notícias de que Simões havia mudado de sigla. Por isso, a bancada continua há meses usufruindo de prerrogativas às quais já não tem direito. Primeiro mistério: com quem ficam, por exemplo, as verbas?

Mistérios 3 – O segundo mistério: Carlos Simões ainda é deputado? As notícias dão conta de que ele mudou de partido depois de 27 de março – o que o enquadra no entendimento do STF de que parlamentares que cometeram infidelidade após essa data devem perder o mandato. Se perder, não faz muita diferença, pois sua presença na Assembléia tem sido tão discreta que mais se parece com ausência. O problema é que o suplente está de olho na vaga: chama-se Jadir de Mattos, vereador em Cascavel. Se assumir, o PTB volta a ter três deputados – e a gozar dos privilégios de poder ter um líder.

Passagens – A propósito da polêmica sobre o preço das passagens de ônibus, o deputado Gustavo Fruet lembra que vem trabalhando na Câmara pela redução da carga tributária sobre o transporte coletivo. Ele tem um conjunto de propostas tratando do tema. Um projeto que reduz de 5% para 2% a alíquota máxima de ISS incidente sobre o transporte municipal só aguarda votação em plenário. Outro prevê o fim de vários impostos sobre o diesel e outros insumos usados no transporte coletivo.

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"O governo Requião está apodrecendo em público."

Do deputado Valdir Rossoni, líder da oposição na Assembléia Legislativa, estupefato com as revelações diárias de corrupção feitas por gente do próprio governo.

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