• Carregando...

Olho vivo

Mistério 1

A Câmara de Curitiba elege hoje sua nova cúpula. Apesar dos esforços de um grupo ligado ao ex-vereador João Cláudio Derosso, o outro lado aposta que a vitória já estava garantida. Para a presidência, a previsão é de que o eleito será mesmo o vereador Ailton Araújo, do PSC, que, embora seja o preferido do prefeito Gustavo Fruet, é do mesmo partido do deputado Ratinho Jr. Há quem diga que isso reflete a aproximação de Fruet com seu principal adversário na eleição de 2012.

Mistério 2

Os outros cargos da mesa da chapa oficial serão ocupados pelos vereadores Luiz Felipe Braga Cortes (1º vice), Cristiano Santos (2º vice), Pedro Paulo (1º secretário) e Paulo Rink (2º secretário). Se eleitos, os novos dirigentes formam um grupo pluripartidário. Além do presidente, do PSC, os demais representam o PSDB, o PV, o PT e o PPS – uma costura que pode ter a ver com a eleição de 2016.

Mistério 3

Um dos fatores que teriam pesado no alijamento da turma dissidente seria uma gravação em que, supostamente, se falava em ofertas generosas para quem aderisse a ela. A intenção era, a qualquer custo, reconquistar o comando da Câmara, que por 15 anos ficou nas mãos de Derosso. Em seu nome, o pastor Valdemir Soares (PRB) registrou também a própria chapa, apoiada por Derosso.

Mistério 4

Enquanto isso, rolava a informação de que gente do Ministério Público tomou conhecimento da comprometedora gravação e procurava, até ontem à tarde, intimar o vereador que teria feito o registro em áudio dos 30 (em alguns casos até 50), tentadores óbulos. A coluna não obteve confirmação de que o MP tenha obtido o áudio.

Nunca antes na história do colunismo político praticado nesta Gazeta do Povo um jornalista foi tão didático na tentativa de buscar as causas da crise financeira do Paraná. O repórter André Gonçalves, nosso correspondente em Brasília, o fez na coluna "Conexão Brasília" publicada ontem sob o título "Tarifaço: o pior está por vir". Ele trata do pacotaço de impostos baixado pelo Richa e levanta dúvidas sobre as razões que levaram o governo à sanha tributária que vai vigorar em 2015. Lembra que em quatro anos, a receita estadual cresceu 56%, muito acima dos 27% da inflação acumulada no período. Descontados os efeitos da inflação, a Fazenda arrecadou R$ 7,3 bilhões a mais do que seria normal. Mesmo assim, ficou devendo para fornecedores e, pior, não fez obras de vulto.

Para o ano que vem, com o aumento do ICMS e do IPVA, o governo espera fazer crescer o bolo da receita em mais R$ 1,6 bilhão, mas a previsão de investimentos caminha em sentido inverso: foi reduzida de R$ 2,9 bilhões para R$ 2 bilhões. Para André Gonçalves, diante destes dados, "parece inegável que faltou eficiência à gestão", atribuindo o desequilíbrio principalmente ao excessivo gasto com pessoal. Por coincidência, a assessoria econômica do PT na Assembleia concluiu ontem um estudo que tem muito a ver com a situação desenhada. O relatório aponta, além do gasto com a folha (a de comissionados cresceu 452%), outros descontroles graves, como se verá a seguir. Antes, uma advertência: Ok! o estudo é do PT, partido de oposição. Portanto, ninguém está obrigado a considerá-lo correto, mas é importante que o governo do estado, então, desminta que aumentou despesas:

- Com cartão corporativo em 6.335%.

- Com locação de mão de obra em 2.881%.

- Em processamento de dados, 20,256%.

- Em propaganda, 377%.

- Em serviços técnicos profissionais, 4.068%.

- Em auxílio-alimentação, 947%.

- Em serviços de copa, 117%.

Você está convidado a pagar por tudo isso.

Prende e cuida?

Mais um tratoraço hoje na Assembleia. Com o plenário transformado em "comissão geral", os deputados vão aprovar numa pancada 14 projetos enviados pelo Executivo. Alguns não têm muita importância, mas outros mexem muito com o interesse público.

Um deles é o Projeto de Lei n.º 510/14, que transfere para a Secretaria Estadual de Segurança Pública a responsabilidade de cuidar também do sistema penitenciário – incumbência legal da secretaria da Justiça. Há oposição de todo lado contra o projeto do governo.

Uma das críticas mais firmes vem da poderosa Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol). Os delegados dizem que o projeto é inconstitucional: "é elementar [...] que o órgão encarregado da segurança pública não pode acumular a atribuição de executar a pena das pessoas que investigou e prendeu".

Dê sua opiniãoO que você achou da coluna de hoje? Deixe seu comentário e participe do debate.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]