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Olho vivo

Linha dura 1

O novo procurador-geral do Estado, Ubirajara Gasparin, nomeado há cerca de um mês pelo governador Beto Richa, decidiu dar uma guinada de 180º na administração da instituição. No último dia 16, promoveu reunião geral com o quadro de procuradores e anunciou medidas que representam um retorno ao status quo anterior às reformas empreendidas pelo ex-procurador Júlio Zem. As medidas já foram objeto de uma resolução assinada por Gasparin e de decreto assinado por Richa. Na Assembleia, já tramita também projeto de lei complementar (PLC 003/2014) que altera a estrutura administrativa da PGE.

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Gasparin extinguiu os cargos de corregedor e sub-procuradores gerais. Não só isto: extinguiu também as generosas gratificações que eram dadas aos ocupantes destes cargos. Claro que houve desagrado. A Associação dos Procuradores do Estado do Paraná (Apep) se manifestou contra as mudanças, classificando-as como "arbitrárias", acusou Gasparin de se utilizar do método do "rolo compressor" e pediu que seja suspensa a tramitação do projeto de lei na Assembleia até que ele seja melhor discutido pela categoria.

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Para chegar a este ponto, Gasparin, num longo arrazoado, expôs os argumentos que levaram o governador a concordar com as alterações e a remeter ao Legislativo o anteprojeto que, quando aprovado, vai anular as reformas introduzidas no ano passado pela lei complementar 161, sancionada em 2013. Segundo o procurador, as medidas eram inconstitucionais e ilegais, além de gerarem despesas excessivas e desnecessárias para os cofres públicos.

Há pelo menos duas novidades no cenário pré-eleitoral:

- Constroi-se na surdina uma aliança entre o PSDB do governador Beto Richa e o PSD do empresário Joel Malucelli;

- O PDT pode lançar como candidato a senador, na chapa da petista Gleisi Hoffmann, o ex-deputado e histórico líder trabalhista Léo de Almeida Neves.

Sobre a primeira novidade, combinam-se nas ante-salas palacianas e alhures a possibilidade de o PSD – partido novo, mas detentor da terceira maior bancada na Câmara Federal e, portanto, dono de expressivos minutos de televisão – ganhar posições na chapa de reeleição do governador.

Tudo depende, no entanto, da decisão que o PMDB vier a tomar. Se a convenção decidir que o partido optará pelo apoio a Richa, a vice será de um peemedebista. Neste caso, o PSD ganharia a suplência do senador Alvaro Dias, que disputa uma reeleição considerada imbatível.

O candidato à sua suplência seria ninguém menos do que Joel Malucelli – cujo nome vinha sendo até agora trabalhado como candidato a governador para oferecer ao eleitorado uma "terceira via" frente à suposta polarização entre Beto e Gleisi.

Ao deputado Eduardo Sciarra, presidente estadual do PSD, que já decidiu não cumprir mais um mandato na Câmara Federal, seria destinada a posição de coordenador geral da campanha de Richa. Com a promessa de, caso Richa seja reeleito, ser escolhido chefe da Casa Civil.

Como as coisas ainda estão em ritmo de negociação, por enquanto vale o consenso estabelecido já há meses no PSD de que Malucelli será candidato a governador e Sciarra a senador.

Já o PDT busca uma alternativa após ver-se órfão da participação de Osmar Dias como representante do partido na aliança com Gleisi Hoffmann. Quem se apresentou para a missão foi o veterano líder trabalhista Léo de Almeida Neves, que pretende ser indicado candidato a senador na chapa de Gleisi.

Léo se lançou não sem antes obter a anuência de Osmar Dias, presidente (licenciado) do PDT paranaense. O primeiro contato entre ambos foi via e-mail enviado a Osmar no qual Léo diz:

"Com seu nome fora da disputa do Senado, alguns companheiros do PDT de Curitiba têm lembrado meu nome como candidato a esse cargo. [...] Minha opinião é que o PDT deve lançar candidato ao Senado, com razoável possibilidade de êxito, apesar do prestígio do meu amigo Alvaro Dias. Gostaria de submeter esse assunto de minha possível candidatura ao Senado para sua análise e apreciação, porque estou convicto de que a escolha do candidato do PDT ao Senado tem que submeter-se à sua vontade, apoio e prestigiamento".

Osmar teria dito "sim".

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