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Por que não a Copel? Esta era a pergunta que muitos se fazem desde domingo quando ficou claro que, ao contrário do que propagou, o governo estadual não ampliou o controle sobre a Sanepar, mas privilegiou a Construtora Andrade Gutierrez, agora majoritária na composição do Grupo Dominó, sócio privado da companhia de saneamento.

Tudo começou quando, por iniciativa do governo e sob a justificativa de colocar a Sanepar em patamar superior no mercado acionário, promoveu frenética dança nas posses de ações preferenciais e ordinárias – estas com direito a voto – entre seus parceiros. Disto resultou que o Grupo Dominó, ente privado que detinha 39,7% do controle da Sanepar, viu-se diminuído para 25%, ao passo que o governo, antes dono de 60%, passou para 75%. Daí a impressão de que o poder privado na Sanepar diminuiu e o do estado cresceu.

Só impressão. É que, por trás desta engenharia, continua em vigor o Pacto de Acionistas firmado em 1998, pelo qual o Grupo Dominó, em troca de tecnologia e de US$ 217 milhões pagos à Fazenda estadual, ficou dono de uma parte da Sanepar e a ter direito a três estratégicas diretorias – a Superintendência, a de Operações e a Financeira.

A dança acionária promovida por iniciativa do governo em abril deste ano atingiu internamente também o Grupo Dominó, constituído por três sócios: a Copel, o Daleth (fundos de pensão) e a Andrade Gutierrez. Nenhum dos três detinha mais de 50% do capital do Dominó – mas agora a Gutierrez é dona de 51%. A Copel ficou com 49% e o Daleth caiu fora.

A conclusão é óbvia: por ser majoritária no Dominó, é a Andrade Gutierrez que mandará nas três diretorias. E a Copel, com 2% de capital a menos do que a sócia, não terá mais cacife para se incluir na direção da Sanepar, contrariamente ao que, em tese, deveria ser de interesse do governo.

Pergunta-se: a Copel não quis assumir a condição de sócia majoritária do Grupo Dominó? Quem tomou a decisão de, por apenas 2%, deixar a Copel de fora? Teria sido Cerveró, aquele que entregou a Dilma o relatório tosco sobre Pasadena?

Olho vivo

Previsões 1

Engana-se quem pensar que a eleição para governador do Paraná só se decidirá em outubro. Não, ela será decidida no dia 20 de junho, data fixada no calendário para a realização da convenção que definirá o rumo que o PMDB tomará. São basicamente três as opções que serão colocadas em votação pelos 598 convencionais – ou cerca de 520, se consideradas as margens tradicionais de abstenção e ausências.

Previsões 2

A primeira entre duas alternativas a ser adotada é: o PMDB deve ter candidato próprio a governador ou é preferível apoiar a reeleição de Beto Richa? Se vencer a primeira opção, que candidato lançar entre os dois pretendentes? Requião ou Pessuti? A terceira opção, que exclui as anteriores, é a defendida pelos deputados estaduais – firmar aliança com Beto Richa e nela "pendurar" os candidatos à eleição proporcional.

Previsões 3

Um experiente deputado estadual faz as contas: a aliança com Richa vai ganhar por uma diferença de pelo menos 100 votos. Mesmo porque, acredita ele, no frigir dos ovos Pessuti vai recomendar aos seus aliados que sigam este mesmo caminho. Por uma simples razão: o grupo pessutista não admite ver Requião no palanque.

Previsões 4

Dos 13 deputados do PMDB, 10 já estariam comprometidos com Richa. Eles veem esta decisão com os mesmos olhos de um náufrago diante da tábua de salvação. É a chance de salvarem os próprios mandatos. Com Requião ou Pessuti, a bancada peemedebista – calcula o parlamentar – certamente seria reduzida pelo menos à metade. Se as previsões estiverem corretas, há mais uma considerada certeira: o candidato a vice de Richa será o deputado Caíto Quintana. Para o Senado, as coisas se complicam um pouco: como o PMDB do Paraná apoiará a chapa Dilma-Temer, não há como fazer campanha em favor da reeleição do senador Alvaro Dias – crítico de Dilma e do PT. Por isso, cresce a tendência de lançar um candidato "avulso" ao Senado para fazer frente a Alvaro. O escolhido poderá ser o ex-deputado Marcelo Almeida, que já se coloca como candidato na suposta chapa de Requião. E se Requião não for candidato?

Previsões 5

Por fim, a última previsão: se a opção vencedora no PMDB for mesmo a aliança com Beto Richa, ele terá apenas um adversário de peso – a senadora Gleisi Hoffmann, do PT. Neste caso o pleito se decidirá no primeiro turno. Se der Requião, fatalmente haverá segundo turno, com a possibilidade de ser disputado entre Gleisi e Requião, isto é, com Beto fora do páreo.

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