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Olho vivo

Racha 1

Rachado ao meio, o DEM ainda não sabe que papel desempenhará na eleição para governador. Há uma ala que ainda não se conformou com o esfacelamento da aliança que apoiaria o senador Osmar Dias; e há a ala que defende para já uma definição em favor de Beto Richa. Essa última tentou trazer a Curitiba, amanhã, o presidente nacional democrata, deputado Rodrigo Maia, para obter a aprovação dele.

Racha 2

A ala liderada pelo presidente estadual, deputado Abelardo Lupion, que prefere Osmar, contudo, abortou a reunião. Qualquer definição, disse ele, só poderá ser adotada depois de 3 de abril ou, preferentemente, pelo voto na convenção de junho. Com o que Rodrigo Maia teria concordado.

Primeiro, com as bênçãos de Requião, o PMDB lança o vice Orlando Pessuti para o governo. Depois, o próprio Requião parece arrependido de sua decisão e revela indícios de que poderia, por debaixo dos panos, apoiar Beto Richa. Ao mesmo tempo, mantém o PT no governo mas não aceita ver este partido fazendo aliança com o PDT de Osmar Dias.

Em outros momentos, elogia Lula para, em seguida, criticar o governo do presidente. Acena com o apoio a Dilma Rousseff, mas condena o apoio do PMDB nacional à candidata escolhida pelo presidente. Ao contrário, em sinal de protesto, viaja o país para se lançar, ele próprio, à disputa dentro do partido para ser seu candidato à presidência.

Não demora muito, arruma briga com o ministro Paulo Bernardo com o propósito de arranjar pretexto para romper com o PT, embora deva ao partido a reeleição por 10 mil votos em 2006 e com o qual divide o seu governo. Mas aplaude os petistas que insistem em se manter agarrados aos cargos.

Estas mudanças de atitude – mais frenéticas do que as de biruta de aeroporto em dia de ventania – custam-lhe desconfianças até dentro do PMDB que antes dominava. Agora, ao contrário, chega até a ser desafiado por alguns de seus antigos e fiéis correligionários, que lhe negam facilidades para assumir a direção do partido.

Para culminar, nos últimos dias, aparentemente esgotadas as chances de firmar acordos brancos que lhe garantam tranquila eleição para o Senado, Requião voltou a apoiar Pessuti. Chega a dizer que ele ganhará já no primeiro turno. Mas – ah!, as birutas! – ameaça: ou Lula também apoia Pessuti ou o PMDB do Paraná vai ficar com Serra.

O PSDB e os R$ 100 milhões

"Deputado Valdir Rossoni: é verdade que o PSDB pretende arrecadar R$ 100 milhões para financiar a campanha eleitoral do prefeito Beto Richa ao governo estadual?"

O leitor pode adivinhar com facilidade qual teria sido a resposta se soubesse que um jornalista teria feito a pergunta ao presidente estadual tucano. É claro que a resposta seria um sonoro "não" – primeiro, pela exorbitância da soma mencionada, segundo, pela inconveniência política de uma confirmação.

Logo, o jornalista que detivesse a informação, repassada por fonte confiável e proveniente de gente ligada à campanha de Richa, perderia seu tempo se buscasse ouvir o deputado Rossoni. Seria absurdo, tolo e inútil ter a esperança de que ele a confirmasse.

A situação assim descrita envolveu esta coluna que, ontem, após ouvir boa fonte, noticiou que o PSDB paranaense esperava arrecadar entre grandes empresários R$ 100 milhões para financiar a campanha. Detalhes sobre a operação, também revelados pela fonte, foram responsavelmente omitidos pela coluna.

A coluna esperava mesmo receber uma carta de desmentido. E foi justo o que ocorreu. Nota oficial do PSDB, assinada pelo seu presidente, o deputado Valdir Rossoni, encaminhada ao colunista e à alta direção da Gazeta do Povo, diz que "a afirmação é totalmente infundada"; que a fonte "carece de credibilidade" e que "tal assunto jamais foi tratado pela direção estadual do PSDB".

Diz também que "o PSDB não autorizou ninguém a promover qualquer tipo de estimativa, contato ou arrecadação de fundos" e lamenta que "o jornalista te tenha dado credibilidade" à informação "sem que tivéssemos tido a oportunidade de apresentar a verdade antes que a nota fosse publicada".

Em respeito aos leitores, a nota do PSDB requer observações:

- A coluna resguardou o nome da fonte, o que lhe é constitucionalmente garantido. Logo, sem conhecê-la, o PSDB comete uma imprudência ao afirmar que ela "carece de credibilidade".

- A coluna não afirmou que o assunto tenha sido tratado pela direção estadual do PSDB, embora ache estranho que o partido planeje uma campanha sem saber seus custos e as fontes com que poderá contar;

- Quanto a querer conhecer o conteúdo da coluna antes de sua publicação, não há comentários a fazer.

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