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A próxima sessão da CPI do Transporte Coletivo da Câmara Municipal de Curitiba, quinta-feira que vem, deve aprovar requerimento apresentado na sexta-feira para que o diretor de Transportes da Urbs, Rodrigo Grevetti, volte a depor. Nesta segunda rodada, Grevetti – que na gestão anterior ocupava a diretoria jurídica da empresa – será questionado sobre a suposta existência de pelo menos duas versões do edital de 2009, que balizou a licitação e contratação de empresas para operar o sistema de Curitiba e região metropolitana.

Do mesmo requerimento de convocação constam também os nomes da presidente da Comissão de Licitação, Cassia Aragão, e da procuradora Marilena Winters, que também deu orientação jurídica para o encaminhamento do processo que culminou com a escolha dos quatro consórcios que se apresentaram para o certame. Os consórcios são constituídos pelas mesmas empresas que há meio século já prestavam o serviço de transporte público urbano da capital.

Os vereadores supõem – como adiantou esta coluna na última quinta-feira – que o edital tenha sofrido mudanças de última hora com o fim de direcionar o resultado da concorrência. E, na opinião deles, os três convocados talvez possam esclarecer suas dúvidas.

O mesmo questionamento será também apresentado na CPI ao ex-presidente da Urbs, Marcos Isfer, e ao então diretor de Transportes, Fernando Ghignone, já convocados.

Na sessão da última sexta, os depoentes foram os responsáveis pela contabilidade dos consórcios, que apresentaram aos vereadores um número assustador e ao mesmo tempo incompreensível: as empresas teriam acumulado prejuízo de nada menos de R$ 26 milhões nos últimos três anos – isto é, desde que, a partir de 2010, começaram a operar o sistema de acordo com as novas regras contratuais que passaram a viger.

Os contadores entregaram à CPI mais de 2 mil páginas de papel contendo a contabilidade do período. Na era da informática, poderiam facilitar a análise dos números se tivessem fornecido o trabalho no formato digital de planilhas eletrônicas.

Olho vivo

Da viúva 1

Depois de muitos anos de luta, o empresário João Carlos Ribeiro conseguiu autorização da Antaq para construir um porto de sua propriedade em Pontal do Paraná. Do ponto de vista de acesso pelo mar, o projeto tem tudo para dar certo. Mas, por terra – isto é, pelas estradas pelas quais caminhões terão de trafegar para levar e trazer cargas –, é um completo desastre. As rodovias que existem hoje ligando Pontal à BR-277 assemelham-se a carreiros que impõem dificuldades de trânsito até mesmo para veículos leves.

Vai daí que a vitória na Antaq para construir o porto privado não será completa se alguém não fizer os acessos rodoviários compatíveis – obra que exigirá alto investimento em razão, principalmente, das dificuldades ambientais que precisarão ser enfrentadas. O próximo passo de Ribeiro será convencer a "viúva", isto é, o governo, a investir dinheiro público para construir a rodovia necessária para viabilizar o empreendimento privado.

Da viúva 2

Mais ou menos como está acontecendo com a Arena do Atlético – um espaço particular que está recebendo pesados aportes financeiros públicos para servir a uns poucos jogos da Copa do Mundo. Aliás, amanhã, o representante da Fifa Jerôme Valcke estará em Curitiba para uma reunião, no hotel Rayon, com o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, o governador do Paraná e o prefeito Gustavo Fruet. A preocupação do manda-chuva da Fifa é o estádio não ficar pronto por falta de dinheiro. O ministro Aldo Rebelo sinalizou para uma suposta disposição da União de entrar com os R$ 80 milhões que faltam para concluir a obra, mas o governador e o prefeito afirmaram que não colocarão um centavo a mais. Talvez pela primeira vez desde que se estranharam politicamente, prefeito e governador estarão sentados à mesma mesa defendendo igual posição. O Atlético pensa ser possível conseguir o dinheiro vendendo o naming rights do estádio para a Renault.

Fica

O senador Alvaro Dias não pretende sair do PSDB a despeito dos convites que vem recebendo para mudar de sigla. Na semana passada, foram dois os partidos que o procuraram para oferecer-lhe legenda para disputar o cargo que quisesse – o PV e o PSC. Muito embora tenha prazo até o fim de setembro para mudar de partido, Alvaro afirmou em entrevista à rádio CBN, na sexta-feira, que dirigentes tucanos no Paraná já lhe garantiram a vaga de candidato da legenda à reeleição ao Senado. Mas reconhece que este fato poderá representar constrangimento para o irmão Osmar Dias (PDT), que também pretende concorrer ao Senado.

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