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Olho vivo

Paraguaio

Quando sob o aperto de uma crise que pode privar-lhes da liberdade, a imaginação criativa de algumas pessoas supera qualquer expectativa. Parece ser o caso de um servidor informal do estado que está disposto a renunciar à cidadania brasileira para adotar a paraguaia! Para tanto, busca ajuda de influentes empresários d’além fronteira – mas pode esbarrar nas dificuldades que a diplomacia do novo presidente do Paraguai, Horácio Cartes, já está criando nas relações com o Brasil. O primeiro sinal já foi dado: Cartes se recusa a voltar para o Mercosul, apesar dos apelos de Dilma Rousseff.

Medo

O governador manteve périplo intenso ontem em Brasília. A pretexto de tomar o café da manhã com Aécio Neves, candidato presidencial pelo PSDB, aproveitou o dia para contatos ministeriais buscando boa vontade para superar as dificuldades financeiras do estado. Mas também esteve com o deputado Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmara, na tentativa de conseguir apoio para barrar a candidatura do senador Roberto Requião ao governo. Assessores do governador argumentam que, com Requião no páreo, a eleição irá fatalmente para o segundo turno, pondo em risco o projeto da reeleição.

Falta pão

Cadetes que fazem cursos para ingressar no oficialato da Polícia Militar na Academia do Guatupê vivem dias de dificuldades. Como falta até comida para a tropa, o comando da PM baixou uma ordem: os cadetes do interior, que gozavam do regime de internato, estão sendo obrigados a procurar residências fora da academia e prover a alimentação por conta própria. Promessas de solução do problema já caducaram há bastante tempo e a situação persiste. A associação que representa os PMs (Amai) mantém a pressão sobre o governo em busca de regularização.

Hoje é dia de nova e trepidante sessão da CPI do Transporte Coletivo instalada na Câmara Municipal e que, a cada rodada semanal, aperta o cerco sobre a Urbs – empresa municipal gerenciadora do sistema – e das empresas concessionárias para forçar a redução das tarifas. Os depoentes de hoje, representantes da sociedade civil, vão tocar em algumas feridas bravas.

Dirão aos vereadores, por exemplo, que os parâmetros de cálculo da planilha estão superados e que há necessidade de revisão dos termos do edital da licitação de 2010 e, consequentemente, dos contratos firmados com os quatro consórcios empresariais que operam a Rede Integrada de Transporte (RIT). A tarifa domingueira – que não é bem domingueira – será outro tema deveras interessante.

Pelo menos três dos quatro depoentes participaram com a Urbs da produção do primeiro diagnóstico da situação a pedido do prefeito Gustavo Fruet. Desse diagnóstico – que será a base dos testemunhais – constam distorções que incidem pesadamente sobre o preço final da passagem dos ônibus de Curitiba e região metropolitana.

Quer ver uma? O parâmetro utilizado para medir o consumo de diesel pela frota é o mesmo vigente na década de 1970, quando começaram a rodar os primeiros expressos. Eram ônibus com motores de primeira geração, insaciáveis. Hoje, com motores de quinta geração, o consumo é significativamente menor, garantem os fabricantes.

Como, no entanto, ao incluir combustível na planilha com o velho nível de consumo, haveria aí uma espécie de "superfaturamento". O pior da história é que o supostamente exagerado consumo está nos contratos firmados com as empresas. Como todo contrato, no entanto, eles são "imexíveis", a menos que haja acordo entre as partes. Mas também é coisa difícil de saber, pois ninguém afere com fidedignidade o quanto os atuais ônibus de fato bebem de diesel. Uma atualização do parâmetro e fiscalização mais rígida seriam bem-vindas pelos usuários, pois a tendência seria de redução das tarifas.

Uma outra curiosidade que provavelmente será mostrada hoje na CPI: você sabia que a "domingueira" não é de R$ 1,50 para todo mundo? Na verdade, quem usa o cartão eletrônico (vale-transporte) paga o preço normal dos dias úteis, isto é, R$ 2,70. É que a informática do ICI e da Dataprom – responsáveis pela bilhetagem eletrônica – não está preparada para transformar a unidade (uma passagem) em valor monetário (R$ 1,50).

Ou seja: os usuários que se utilizam do cartão estão sendo enganados. Se quiserem se beneficiar da "domingueira", é melhor deixar o cartão em casa e dar dinheiro vivo para o cobrador. O maior problema é que nunca a prefeitura, a Urbs ou empresários acharam importante esclarecer o povo a respeito disso. Desde a implantação festiva da domingueira, em 2006, nunca ninguém se lembrou de fazer uma campanha de esclarecimento.

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