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Celso Nascimento

De absurdo em absurdo

Bem que o deputado Ademar Traiano, líder da situação na Assembleia, tentou – mas não conseguiu explicar ou convencer sobre as razões que levam o governo a acreditar ter feito um bom negócio ao renegociar o preço das cópias xerográficas que paga à empresa H. Print. Antes, no governo passado, das 3 milhões de cópias/ano cada uma saía por 13 centavos; desde o início do ano, graças à prorrogação renegociada com a mesma empresa, o preço caiu para 11 centavos. A empresa entra com as máquinas; o governo, com o papel.

Na esquina, o consumidor comum, por uma só cópia, paga 10 centavos, papel incluído. As cópias da Assembleia, com equipamentos locados de outra empresa e em número infinitamente menor, sai por 4 centavos a unidade, conforme mostrou ontem o deputado Tadeu Veneri.

Nervoso na tribuna, Traiano respondeu com o argumento de sempre: pôs a culpa no governo passado, quando se praticava "um assalto aos cofres públicos". Neste governo, o estado passou a economizar. O deputado pode ter razão. De fato, pagava-se um absurdo, inexplicável, estranhíssimo – agora, o absurdo apenas mudou para tamanho pouco menor. Mas adiantou: uma nova licitação, ainda em fase de esboço, deve reduzir o preço para 7 centavos – mesmo assim, valor superior ao que a Assembleia pagará quando Traiano mandar fazer um xerox do discurso de ontem.

Fala-se aqui em centavos, o que pode parecer ninharia. Multipliquem-se, no entanto, os centavos (gastos a mais ou economizados) pelos milhões de cópias e se vai ter a dimensão de um problema que, ainda que herdado, está sendo mal enfrentado.

Bate-chapa na Fiep

Os fatos confirmaram informações antecipadas ontem por esta coluna de que o empresário Carlos Walter Martins retiraria sua intenção de concorrer à presidência da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), em oposição à atual diretoria, presidida há duas gestões pelo industrial Rodrigo Rocha Loures. Carlos Walter, que já estava com chapa completa para disputar a eleição do próximo dia 3 de agosto, preferiu aderir à chapa situacionista, encabeçada por Edson Cam­­pagnolo.

A decisão de Carlos Walter facilita, no entanto, a pretensão do ex-deputado Ricardo Barros de manter a própria candidatura, também de oposição. Segundo ele, pelo menos 20 integrantes da chapa que foi desfeita passarão a compor a sua. Entretanto, Barros esclareceu ontem à coluna que continuará ao mesmo tempo trabalhando para construir o consenso em torno de uma só chapa – isto é, uma em que situação e oposição possam se harmonizar. "Caso isso não seja possível, vou inscrever minha chapa dentro do prazo, isto é, até sexta-feira [amanhã]", informou, confiante.

Ricardo Barros disse, ainda, que, embora seja secretário (agora licenciado) da Indústria e Comércio de Beto Richa, não há nenhuma vinculação entre sua iniciativa de participar da eleição da Fiep com eventual interesse do governo em assumir, indiretamente, o comando da entidade empresarial. Acrescentou: "Muito antes de ser secretário, eu já era vice-presidente da Fiep, na atual diretoria, e, portanto, tenho legitimidade de concorrer, sem precisar me valer da condição de político ou de secretário".

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