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"Duas escolhas acertadas. Ambos gozam da mais absoluta confiança junto ao governo do estado, em função de uma história conhecida de competência e integridade."

De Requião, ao empossar dois novos secretários, ontem, garantindo que, desta vez, não repetirá desacertos passados.

Como dizia o velho Marx, a história se escreve duas vezes. A primeira como tragédia, a segunda como farsa. Pois é, uma nova CPI da Sanepar – embora necessária e inadiável – seria a farsa, porque a tragédia foi a CPI aberta em 1995 para investigar a gestão de quem? De Stênio Jacob na presidência da Sanepar durante o primeiro mandato de Requião.

A comissão foi até o fim e deu em nada. Quem lutou para instalá-la foi nada menos que Valdir Rossoni, na época deputado pelo PDT, com a ajuda de Florisvaldo Fier, do PT. O presidente foi o deputado José Maria Ferreira – o mesmo que, derrotado nas últimas eleições, foi premiado com uma vaga no Conselho de Administração da Sanepar e empossado há uma semana.

O vilão foi a empreiteira Metalnor, que ganhou licitação para fornecer estações de tratamento e faliu depois de receber e quase nada entregar. Mas apareceram coadjuvantes conhecidos: Pavibrás (!!!), DM, CG e Construtora Paraná.

Jornais da época cobriram o episódio com manchetes e informações que parecem atuais. Muitos dos personagens são os mesmos, mas as opiniões nem sempre.

A história na fase da tragédia

Quem pesquisa acha: veja alguns registros colhidos em jornais do Paraná a respeito da Sanepar sob o primeiro mandato de Requião como governador e de Stênio Jacob como presidente da empresa:

• 5 de abril de 1992: "Bird exige auditoria na Sanepar – DM, Pavibrás, CG e Paraná teriam recebido sem entregar as obras". No texto: a "Pavibrás executou 58% da implantação da rede de esgotos de S. J. dos Pinhais e teria recebido R$ 1,53 milhões e o valor da obra era de R$ 1,58 milhões". (Folha de Londrina)

• 27 de dezembro de 1994: "Justus diz que governo Requião colocou Sanepar em declínio". N.R.: Justus é Nelson Justus, atual presidente da Assembléia. (Indústria & Comércio)

• 6 de junho de 1995: "CPI da Sanepar ouve Stênio Jacob – Stênio nega envolvimento no esquema das empreiteiras". (O Estado do Paraná)

• 4 de junho de 1995 – "Jacob e Cenovicz negam pagamentos antecipados para empreiteiros". (Indústria & Comércio)

• 4 de julho de 1995: "Obras feitas sem projeto executivo. Rombo de 8 milhões com pagamentos. Metalnor faliu e não entregou reservatórios".

• 22 de setembro de 1995: "Governo do Paraná quebrou Sanepar, mostra dossiê". (O Estado do Paraná)

• 22 de setembro de 1995: "Algaci denuncia: Requião causou rombo de 200 milhões". N.R.: a matéria diz que recursos foram destinados à campanha de Stênio Jacob para deputado, derrotado na eleição de 94. (Folha de Londrina)

• 22 de setembro de 1995: "José Maria Ferreira acha que houve incompetência administrativa". (O Estado do Paraná)

Olho vivo

Criança – Quando, em novembro do ano passado, o governo propôs a recriação da Secretaria da Criança, esta coluna adivinhou quem seria a titular: Telma Oliveira, amiga do secretário Maurício Requião. Não deu outra: ela foi nomeada ontem.

Despreparo – Sobre nota publicada ontem, na qual se afirmou que a oposição na Assembléia se mostrou despreparada para interrogar a cúpula da Sanepar, na última quinta-feira, a liderança da oposição enviou a seguinte resposta: "A oposição deixou de formular uma série de perguntas ao sr. Stênio Jacob. A bancada sabia que somente uma tarde seria insuficiente para esclarecer o balaio de denúncias de irregularidades. As questões que não foram abordadas certamente serão encaminhadas ao Ministério Público, para complementar o inquérito civil que já está em andamento."

Cautela 1 – Prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Os governistas resolveram obedecer o velho adágio e não se arriscaram a requerer a transformação do plenário em comissão geral, ontem, na Assembléia. Esta medida regimental seria tentada para apressar a votação da Emenda Romanelli – aquela que muda a lei que previa a participação de representantes do funcionalismo na diretoria da Paranaprevidência.

Cautela 2 – A propósito, o advogado Francisco Alpendre (ex-Osmar Dias, hoje prestando serviços ao PMDB) afirma: "O PL 136/2007 não elimina a representação do funcionalismo público no quadro de diretores da Paranaprevidência. Pelo contrário, obriga o governador a nomear, para o Conselho Diretor, dentre quatro, no mínimo dois servidores dos quadros. A única alteração do projeto é que ele flexibiliza quais cargos do Conselho serão preenchidos por servidores".

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