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"Cresce 100% a chance de Stephanes virar Ministro da Saúde."

Do deputado Alexandre Curi, avaliando como bom para o Paraná o fato de Nelson Jobim ter desistido da candidatura a presidente do PMDB. Esqueceu de dizer de quanto era a chance do Reinhold Stephanes antes: se era de 1%, crescer 100% ainda é pouco.

O demissionário procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, terminava de almoçar ontem quando o telefone de casa tocou: do outro lado da linha estava o governador Roberto Requião, tentando demovê-lo da idéia de pular do barco.

A ligação durou não mais de dois minutos e foi inútil. Botto disse já se considerar fora e que só esperava a publicação do decreto de exoneração no Diário Oficial. Depois, a um amigo expôs um argumento poderoso: "Não vou dar uma de Caron", referindo-se ao caso do ex-secretário de Obras que, mesmo tendo recebido uma constrangedora reprimenda pública de Requião, aceitou ficar no governo rebaixado à condição de mestre-de-obras da reforma do Palácio Iguaçu.

Botto não chegou a receber nenhuma reprimenda, mas se sentiu igualmente desprestigiado diante da inação do governo em relação aos "maus companheiros" e ao "grupo que só pensa em si mesmo" e que "em nome de sentimentos espúrios, prejudica pessoas", conforme disse na carta de demissão que encaminhou a Requião no fim da semana.

Tudo indica que o governador não está mesmo disposto a fazer valer o estilo udenista com que normalmente se apresenta, já que, a despeito das denúncias que recebeu do procurador-geral do seu governo, ainda não tomou as providências adequadas para esclarecer, por exemplo, o caso Sanepar/Pavibrás – um dos principais motivos que estão por trás da demissão de Botto.

Outro motivo diz respeito ao secretário da Segurança, Luiz Fernando Delazari. Requião insiste em mantê-lo no posto, apesar de alertado pelo procurador sobre a ilegalidade do acúmulo do cargo de secretário com a função de promotor público.

Sanepar prepara defesa

O líder da bancada governista (ou da "mancada", como diz a piada que corre na Assembléia), deputado Luiz Cláudio Romanelli, mandou uma tropa de choque, ontem, para falar com o presidente da Sanepar, Stênio Jacob. No comando da tropa estava o deputado Nereu Moura. O objetivo, evidentemente, não era o da investigação, mas o de buscar informações para a montagem de uma estratégia de defesa do governo, já que se prevê para os próximos dias discussões mais acaloradas na Assembléia sobre o assunto.

O debate se precipitará quando a Sanepar enviar à Assembléia a ata da qual consta o voto do conselheiro Pedro Henrique Xavier, que denunciou, em março do ano passado, a "sangria" de R$ 41 milhões nas obras de saneamento do litoral. A Sanepar não pode se enganar de ata, pois em todas as outras, cada vez que se tratava desse assunto, estranhamente Xavier aparece se abstendo de dar opiniões ou de votar.

Olho vivo

Entra-e-sai – Enfim, o deputado Geraldo Cartário conseguiu o que vinha tentando há tempos: filiar-se ao PSDB. Ele foi aceito no partido depois de jurar, de pés juntos, que vai seguir a orientação oposicionista da bancada. A entrada de Cartário deve precipitar a saída de dois "tucanos de bico vermelho", aqueles que preferem apoiar o governo. São eles: Francisco Bührer e o atual lider da bancada, Luiz Nishimori.

Apitaço – A juventude do PPS se reúne hoje em frente da sede do Ministério Público Estadual por motivo festivo: vai comemorar o primeiro aniversário do pedido feito pelo presidente do partido, Rubens Bueno, para o MP investigasse o nepotismo no governo. O processo não andou nesses 365 dias.

Diplomacia 1 – Pertence ao mundo dos códigos diplomáticos a figura jurídica de declaração de persona non grata. Aplica-se a diplomatas ou a outros representantes de países estrangeiros que tenham produzido ofensas ou se tornado indignos de confiança. É o que reza o artigo 9.º da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, da qual o Brasil é signatário.

Diplomacia 2 – Aos considerados persona non grata não se pode conceder nenhum título honorífico. Assim, se a Convenção de Viena for aplicável ao caso, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, não pode ser homenageado com o título de Cidadão Honorário do Paraná, como pretendia a bancada govenista, numa tentativa de reparar o "erro" da Assembléia.

Grampos – Já que o policial-araponga Délcio Rasera ainda está no xadrez, é possível que sejam legais os grampos telefônicos usados nas investigações de desvios de comportamento na Ceasa. A diretoria da empresa, nomeada pelo vice Orlando Pessuti quando exercia o cargo de secretário da Agricultura na gestão passada, está caindo. Tudo faz acreditar que se trata de uma operação para tirar Pessuti da parada sucessória.

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