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Com uma administração considerada até agora como conservadora e abaixo das expectativas criadas durante a campanha eleitoral de 2012, o prefeito Gustavo Fruet tem a chance de viver hoje o dia da redenção. Se, como se fala (mas não se explica tudo), de fato a presidente Dilma Rousseff desembarcar hoje em Curitiba com a grana liberada para a construção do metrô, a gestão de Fruet ganha a oportunidade de se redimir perante a crítica.

Desde que assumiu o mandato, em janeiro, Fruet viveu momentos de dúvida sobre se o metrô seria realmente a melhor opção para o transporte de massas de Curitiba. Depois de convencido de que era o caminho, mandou refazer todo o projeto deixado pela administração anterior.

Não mudou o trajeto – Pinheirinho-Santa Cândida, cortando o centro da cidade –, mas refez os sistemas construtivos para eliminar os transtornos de uma obra a céu aberto como estava previsto, e aumentou em 4,5 quilômetros a extensão da primeira etapa (antes parava na Rua das Flores; agora vai até o Cabral). Ah! sim: aumentou também os custos, que saltaram de supostos R$ 2,3 bilhões para R$ 4,5 bilhões.

Logo, precisaria de mais dinheiro federal do que o já comprometido R$ 1 bilhão anunciado em 2011. Necessitaria de pelo menos o dobro para endividar a prefeitura o quanto menos. E mais: só o metrô não seria suficiente – outras obras de mobilidade foram incluídas no pacote que começou a negociar com Brasília.

Até ontem à tarde ninguém confirmava o quanto de dinheiro a presidente traria a Curitiba. Se apenas o quanto for preciso para cavar o buraco do metrô e se as outras obras também serão atendidas. A incógnita só será desfeita hoje no – digamos – palanque que será armado no Espaço Torres, na Avenida das Torres.

Ali começa também o pesado jogo político entre as frentes que disputam a sucessão no Paraná. A presença da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e do governador neste mesmo palanque já emitirá hoje os primeiros sinais da disputa entre eles. A redenção de Fruet terá seu peso nesta disputa.

Olho vivo

Dia do pedágio 1

Depois de três meses de pancadaria semanal contra o pedágio, a CPI da Assembleia que investiga o setor abre hoje espaço para as concessionárias. Os depoentes serão o diretor-regional da ABCR, João Chiminazzo Neto, e Hélio Ogama, diretor da Econorte, um dos seis consórcios que administram o Anel de Integração. Há um mês, as pedageiras entregaram à CPI 150 quilos de documentos na tentativa de mostrar que não há "caixa preta" – tudo pode ser visto e examinado. Alguns deputados não leram e não gostaram – e, como para eles o que interessa é a própria versão e não os fatos, é possível que o clima esquente na sessão de hoje.

Dia do pedágio 2

Nas anteriores, o ambiente não chegou a alterar a temperatura, mesmo porque vários convocados – dentre eles o presidente da Faep, Ágide Meneguete, representante do setor rural, que se diz o mais afetado pelo pedágio – deu tinturas fortes ao seu discurso mas, para surpresa dos deputados, acabou defendendo posturas muito parecidas com as das concessionárias. Ele defendeu até, por exemplo, a prorrogação dos contratos se isso servir para baixar tarifas e aumentar o volume de obras.

Juízo final 1

Nada menos de 18 anos se passaram desde que o então vereador Marcelo Almeida (atual deputado) denunciou, em 1995, a cúpula da Câmara Municipal de Curitiba por abusos no aluguel de veículos – mas somente hoje é que a Justiça se pronunciará definitivamente. Pode tanto mandar executar uma dívida de R$ 13 milhões a que dois vereadores já foram condenados em julgamentos anteriores, como pode, também, mandar arquivar o processo. Uma dessas duas decisões, segundo explica o advogado que patrocinou a ação popular, Giuliano Rocha, deve sair hoje da caneta da desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima, da 4ª Câmara Civil do TJ. Tudo começou em 1994, quando os ex-presidentes Íris Simões e Mario Celso assinaram contratos de aluguel de 78 veículos da locadora Cotrans. A locação foi feita por meio da Urbs, sem licitação. A ação questionou exagero na quantidade de carros, falta de identificação (a ponto de um vereador ter inscrito numa Parati o nome da rádio em que trabalhava) e a falta de licitação.

Juízo final 2

Já nas primeiras decisões, a Justiça determinou o cancelamento do contrato; em outra, o ressarcimento dos valores. Os réus recorreram ao STJ, que mandou a Justiça estadual prosseguir o processo. E hoje chegou o dia do juízo final. Além dos dois vereadores, dois ex-diretores da Urbs também são réus: Carlos Ceneviva e Antonio Carlos Araújo.

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