O prefeito Luciano Ducci foi em busca de mais dinheiro, ontem, em Brasília, para construir a linha sul do metrô de Curitiba. Esteve com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a quem entregou pedido para que os recursos federais a fundo perdido, de até R$ 700 milhões, já previstos no orçamento da União, sejam ampliados para R$ 1,1 bilhão.
Não saiu de lá de mãos completamente vazias: saiu com a promessa de Gleisi de que vai se empenhar com a presidente Dilma Rousseff e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para que o governo federal contribua com parte mais substancial para formar o montante de R$ 2 bilhões em que a obra está orçada.
Apesar da boa vontade demonstrada pela ministra, Ducci ficou sabendo também das dificuldades. Gleisi informou o prefeito que a presidente está diante de pedidos parecidos de duas outras capitais que possuem projetos de construção de metrô Belo Horizonte e Porto Alegre e quer que as três sejam contempladas. Só que os recursos totais disponíveis para todas as obras de mobilidade urbana no país, da ordem de R$ 6 bilhões, precisam ser distribuídos de maneira paritária.
Pela proposta entregue por Ducci à ministra, a União se comprometeria com R$ 1,1 bilhão; o governo estadual, com R$ 300 milhões; e a prefeitura com R$ 150 milhões oriundos de operação de crédito. Os R$ 500 milhões faltantes viriam da iniciativa privada via PPP (parceria público privada). O prefeito precisará esperar algumas semanas para obter a resposta.
Em tempo: durante a audiência não se falou em política nem na possibilidade de Ducci ganhar uma azeitona na empadinha da reeleição caso seu pedido seja atendido.
Fruet vai à fonte
Em avião de carreira e aproveitando tarifa promocional, o ex-deputado Gustavo Fruet segue hoje para Brasília, onde espera selar seu futuro partidário após os meses angustiantes de indefinição contados desde o dia em que anunciou sua desfiliação do PSDB. Volta na quinta-feira, também em avião de carreira, faz questão de frisar.
Durante dois dias, vai conversar com velhos amigos e também e isto é o principal com dirigentes partidários, aqueles que, ou insistem para que se filie em suas respectivas legendas ou lhe acenam com apoio na sua empreitada como candidato à prefeitura de Curitiba.
Mas quem serão seus interlocutores principais? Gustavo informa que serão mais de uma dezena, mas não dá os nomes nem horários da agenda que vai cumprir estratégia que adotou desde que percebeu que, a cada movimento seu, os adversários se antecipavam para espalhar pedras pelo caminho.
A lógica desenhada nos últimos meses, contudo, indica que conversas definidoras só poderão acontecer se as tiver com o presidente nacional licenciado do PDT, ministro Carlos Lupi, com o presidente estadual do mesmo partido, o ex-senador Osmar Dias, e com os grão-petistas ministros Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo. O ministro do Esporte, Orlando Silva, do PCdoB, estaria também na relação de contatos de Fruet.
Depois dessa rodada de negociações é bem possível que se esclareça a grande dúvida que persiste há meses: o PT apoiará Gustavo Fruet já no primeiro turno ou será mais conveniente que o faça apenas no segundo? Nesse caso, pode haver nos céus mais aviões de carreira do que sonha a vã filosofia.



