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Olho vivo

PGE 1

A propósito da notícia aqui publicada no domingo sobre decreto de Beto Richa que promoveu mudanças na Procuradoria-Geral do Estado (PGE), a presidente da Associação dos Procuradores (Apep), Isabela Martins Ramos, divulgou nota de apoio à iniciativa do governo. Acusada de inerte em relação às críticas que a reforma vem recebendo dentro da própria PGE, a Apep afirma que "o foco de insatisfação está restrito a um pequeno grupo de procuradores" e que não cabe à entidade "tomar medidas que representem a vontade de uma parcela restrita de seus associados".

PGE 2

A medida criticada foi a que, na prática, extinguiu a Coordenadoria de Recursos e Ações Rescisórias (CRR) – setor que cuidava exclusivamente de causas em trâmite nos tribunais superiores. A partir de agora, todos os 206 procuradores atuarão também nessa esfera, em vez dos 15 que se dedicavam à defesa do Estado no STJ e no STF. Segundo a presidente da Apep, a medida foi legal.

E agora?

O presidente da Urbs, Marcos Isfer, confirmou ontem que o sistema de radares de Curitiba terá mesmo sua confiabilidade aferida por uma empresa a ser contratada via licitação. A confiança no sistema foi questionada por denúncias no programa Fantástico (TV Globo), o que deu causa ao rompimento com a Consilux. Pergunta-se: se a aferição demonstrar que o sistema era infenso a fraudes, a Consilux poderá reclamar indenização ainda maior do que aquela com que a prefeitura já se comprometeu?

O prefeito Luciano Ducci foi em busca de mais dinheiro, ontem, em Brasília, para construir a linha sul do metrô de Curitiba. Esteve com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a quem entregou pedido para que os recursos federais a fundo perdido, de até R$ 700 milhões, já previstos no orçamento da União, sejam ampliados para R$ 1,1 bilhão.

Não saiu de lá de mãos completamente vazias: saiu com a promessa de Gleisi de que vai se empenhar com a presidente Dilma Rousseff e a ministra do Plane­­jamento, Miriam Belchior, para que o governo federal contribua com parte mais substancial para formar o montante de R$ 2 bilhões em que a obra está orçada.

Apesar da boa vontade demonstrada pela ministra, Ducci ficou sabendo também das dificuldades. Gleisi informou o prefeito que a presidente está diante de pedidos parecidos de duas outras capitais que possuem projetos de construção de metrô – Belo Horizonte e Porto Alegre – e quer que as três sejam contempladas. Só que os recursos totais disponíveis para todas as obras de mobilidade urbana no país, da ordem de R$ 6 bilhões, precisam ser distribuídos de maneira paritária.

Pela proposta entregue por Ducci à ministra, a União se comprometeria com R$ 1,1 bilhão; o governo estadual, com R$ 300 milhões; e a prefeitura com R$ 150 milhões oriundos de operação de crédito. Os R$ 500 milhões faltantes viriam da iniciativa privada via PPP (parceria público privada). O prefeito precisará esperar algumas semanas para obter a resposta.

Em tempo: durante a audiência não se falou em política nem na possibilidade de Ducci ganhar uma azeitona na empadinha da reeleição caso seu pedido seja atendido.

Fruet vai à fonte

Em avião de carreira e aproveitando tarifa promocional, o ex-deputado Gustavo Fruet segue hoje para Brasília, onde espera selar seu futuro partidário após os meses angustiantes de indefinição contados desde o dia em que anunciou sua desfiliação do PSDB. Volta na quinta-feira, também em avião de carreira, faz questão de frisar.

Durante dois dias, vai conversar com velhos amigos e também – e isto é o principal – com dirigentes partidários, aqueles que, ou insistem para que se filie em suas respectivas legendas ou lhe acenam com apoio na sua empreitada como candidato à prefeitura de Curitiba.

Mas quem serão seus interlocutores principais? Gustavo informa que serão mais de uma dezena, mas não dá os nomes nem horários da agenda que vai cumprir – estratégia que adotou desde que percebeu que, a cada movimento seu, os adversários se antecipavam para espalhar pedras pelo caminho.

A lógica desenhada nos últimos meses, contudo, indica que conversas definidoras só poderão acontecer se as tiver com o presidente nacional licenciado do PDT, ministro Carlos Lupi, com o presidente estadual do mesmo partido, o ex-senador Osmar Dias, e com os grão-petistas ministros Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo. O ministro do Esporte, Orlando Silva, do PCdoB, estaria também na relação de contatos de Fruet.

Depois dessa rodada de negociações é bem possível que se esclareça a grande dúvida que persiste há meses: o PT apoiará Gustavo Fruet já no primeiro turno ou será mais conveniente que o faça apenas no segundo? Nesse caso, pode haver nos céus mais aviões de carreira do que sonha a vã filosofia.

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