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Celso Nascimento

Pessuti com um pé fora do PMDB

O compromisso antecipado, embora ainda informal, de levar o PMDB a apoiar a reeleição do governador Beto Richa em 2014 é um dos motivos que o ex-governador Orlando Pessuti alega para deixar o partido. A possibilidade de deixar a legenda em que militou nos últimos 45 anos foi confirmada por ele ontem, com a ressalva de que só não o fará imediatamente porque ainda espera um posicionamento nacional do partido para coibir o adesismo que se verifica no Paraná, segundo disse à coluna.

Pessuti levará a questão ao exame do congresso que o PMDB fará em Brasília no próximo dia 15. Lá, ele vai relatar o processo de desfiguração pelo qual o partido vem passando no estado. Na classificação do ex-governador, um dos piores sintomas dessa desfiguração foi a decisão da bancada estadual de deputados de, fisiologicamente e sem consultas, passar a integrar a base de apoio ao governo tucano de Beto Richa.

Mais: em Curitiba, o diretório municipal isolou expressivo número de militantes, fechou as portas para o ingresso de lideranças importantes – caso de Gustavo Fruet – para, em troca, lançar-se à aventura de disputar a eleição de prefeito, em 2012, com um candidato inviável. No interior, antigos peemedebistas estão sendo convencidos a trocar de partido ou a apoiar velhos adversários.

"Estamos assistindo a um vergonhoso desmanche do PMDB no Paraná", lamenta Pessuti, e isto exige que a direção nacional do partido tome providências. Se medidas corretivas não forem adotadas, ele e seu grupo – que perderam espaço em todas as instâncias – prometem se desfiliar do partido. "Não é o que queremos, mas se não sobrar alternativa, é o que vai acontecer", avisa. A melhor alternativa, no entanto, seria a dissolução de todos os atuais diretórios, o estadual e o municipal, que já perderam representatividade, e dar início a um processo de reorganização a partir da base.

Desde que começou a dar sinais de sua pretensão de deixar o PMDB, Pessuti diz ter recebido convites de várias legendas, dentre as quais cita PSC, PDT e PV. Não deu resposta a nenhum deles; prefere esperar a eventual definição de rumos que o PMDB possa ditar a partir do dia 15. "O ideal é que o PMDB seguisse o exemplo do PT que, no último domingo, fechou questão: não vai apoiar candidatos de partidos de oposição. Ora, no Paraná, o PMDB é oposição ao PSDB", finalizou.

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