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Diminuiu mais um pouquinho a distância que separa Beto Richa de Osmar Dias, segundo indicou a rodada do Datafolha* de ontem à noite. Agora são 5 pontos porcentuais contra os 6 anotados pela pesquisa anterior divulgada na sexta-feira passada. Os índices favorecem Beto, com 45%, e colocam Osmar com 40% – o primeiro subiu 1 ponto e o segundo 2 no espaço de seis dias.

O Datafolha considera que se configura uma situação de empate técnico entre os dois candidatos considerando-se a margem de erro de três pontos porcentuais para cima ou para baixo. Este cenário de aproximação a 15 dias da eleição justifica o nervosismo que se observa dos dois lados, agora mais dispostos a se utilizar das armas pesadas do ataque.

Não é para menos: 5 pontos de diferença representam, em números redondos, cerca de apenas 400 mil votos – muito pouco, considerando-se o universo de 6,5 milhões de eleitores que se apresentará para votar em 3 de outubro. A pesquisa detectou que há ainda 14% de indecisos – o que representa 900 mil eleitores –, um campo em que Beto e Osmar ainda precisam conquistar para manter, ampliar ou inverter a diferença.

Na mesma pesquisa, o Datafolha, como fez em todos os demais estados, quis medir a influência dos escândalos federais sobre as eleições. Nacionalmente, eles pouco afetaram a presidenciável Dilma Rousseff, mas, no Paraná, ela perdeu 5 pontos e, em Curitiba 8, ficando atrás de Serra na capital. A pergunta é: as próximas rodadas vão detectar mudanças expressivas em relação aos candidatos a governador?

(*) Pesquisa realizada nos dias 13 e 14, com 1.246 entrevistas e margem de erro de 3 pontos porcentuais. Registro TRE nº 21.776/2010.

Olho vivo

Questão de fundo 1

O programa de televisão do candidato a senador Roberto Requião, anteontem, estava muito interessante. Para conquistar os votos dos parnanguaras (ou dos paranaguaenses, como queiram), o ex-governador quis mostrar o quanto, em seu governo, o Porto de Paranaguá melhorou. Para tanto, desengavetou vídeos que guardara no arquivo em 2007 e que mostram o ministro dos Portos, Pedro Brito, e a então chefe da Casa Civil da Presidência, Dilma Rousseff, tecendo elogios à "modernização e à eficiência do terminal paranaense" alcançadas na administração do irmão Eduardo Requião.

Questão de fundo 2

Bonito estava o cenário. No vídeo com a entrevista de Pedro Brito, por exemplo, o fundo era dominado pelo terminal público de álcool – uma obra que, antes da inauguração, teve de ser refeita para que pudesse funcionar, custando o dobro do previsto. No pouco tempo em que armazenou álcool, o terminal quase pôs fogo na vila vizinha onde vivem 400 famílias pobres. Acabou embargada pelo Ibama e até hoje está parada.

Questão de fundo 3

O vídeo segue com a entrevista da então ministra Dilma Rousseff, na qual afirma que o governo federal pretendia copiar o "modelo" paranaense de administração portuária para implantá-lo em todos os demais portos do país. Mas o curioso é que, atrás da ex-ministra, aparece um personagem que se tornou famoso nos últimos dias – nada menos do que aquele senhor, o João Feio, que, dia desses, num restaurante do litoral, reagiu a tapas às ofensas que Requião proferia contra o governador Orlando Pessuti.

Implacável

Mas não é só Requião que usa arquivo contendo elogios para obras suas. Também o ex-prefeito Beto Richa se utilizou de uma gravação antiga em que o ministro Paulo Bernardo elogiava obra habitacional da prefeitura, porém financiada pelo PAC. Para não confundir as cabeças de quem viu um petista da equipe de Lula enaltecendo obra de adversário, juristas tomaram providências rápidas e conseguiram, ontem, que o TRE proibisse nova veiculação do vídeo.

Especulação

Por falar em Paulo Bernardo: "Pela desenvoltura política demonstrada ao longo do governo", ele foi citado ontem pelo portal UOL, da Folha de S.Paulo, como um dos cogitados para suceder Erenice Guerra na Casa Civil. Em férias do governo para dedicar-se exclusivamente à campanha no Paraná, o ministro foi evasivo: "Falei ontem com Brasília e ninguém me falou nada a respeito. Acho que é só especulação", disse. Ainda em Curitiba, Paulo Bernardo se preparava ontem para viajar ao interior e ocupava seu tempo articulando a vinda de Lula ao Paraná na semana que vem.

Alívio

Um alívio para Requião: o TSE confirmou ontem a candidatura do seu suplente, o empresário Francisco Simeão, que era contestada sob a alegação de que não havia comprovação quanto à regularidade sua filiação ao PMDB.

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