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Após os quatro anos do mandato anterior e já percorridos seis meses do atual, o governador Roberto Requião apresenta hoje, finalmente, a sua Política de Desenvolvimento Econômico para o Paraná – ou, como diz a agência oficial de notícias, um "PAC paranaense".

Segundo se anuncia, será "proporcionalmente o maior plano de investimentos dos estados brasileiros" e será executado ao longo dos próximos três anos e meio que faltam para o fim da gestão.

Pouca coisa vazou sobre o plano. Sabe-se apenas que será um conjunto de políticas públicas voltadas para o "desenvolvimento econômico sustentável e descentralizado, com ações e investimentos nas regiões mais pobres do estado". Uma espécie, portanto, de Carta de Puebla.

Sabe-se, porém, que Requião não concorda com as grandes teses defendidas pelo empresariado e por especialistas em planejamento do setor público. Elas se concentram, de modo geral, no fortalecimento da infra-estrutura estadual, como duplicação de rodovias, modernização das ferrovias, ampliação dos portos e aeroportos, incentivo a novas fontes energéticas, criação de parques tecnológicos etc.

Requião já disse que não lhe agradam esses temas. Considera que são um "delírio" de quem pensa que o Brasil é um Canadá, como disse, na semana passada, em reunião com empresários na Associação Comercial do Paraná. Era uma crítica direta à Federação das Indústrias que, no próximo dia 30, vai expor a pauta ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

Não. Requião pensa diferente. O seu PAC, do pouco que foi antecipado, privilegia conceitos tão vagos quanto "a promoção da cidadania, inclusão social e justiça, por meio de gestão pública transparente e integrada". Sabe-se lá o que, na prática, isso quer dizer. Talvez um paquito.

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A vingança da Appa

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), emparedada pela decisão da Justiça Federal que a obrigou a abrir o silo público para a soja transgênica, reagiu ontem com uma ordem que mais se parece com uma vingança: exigiu que os donos da soja convencional que está armazenada no silão retirem o produto de lá em 48 horas ou que autorizem a mistura com a transgênica. E quem não concordar com nenhuma dessas alternativas que procure seus direitos na Justiça.

Os representantes do setor da soja que operam no Porto de Paranaguá não gostaram nem do conteúdo nem do tom da correspondência que receberam às 15 horas de ontem. Primeiro, porque também não concordam com qualquer mistura dentro do silão; segundo, porque entendem que a responsabilidade pela retirada da carga convencional do local é da própria Appa – a autarquia é que, por alegar que o silão não tem condições técnicas de manter a separação, que ache outro local para guardar a irrisória quantidade de soja convencional que ocupa atualmente: apenas 5% do espaço do silão (os outros 95% estão vazios).

Essa é a resposta que os operadores portuários e exportadores vão dar hoje ao superintendente da Appa, Eduardo Requião.

Mas parece haver uma tábua de salvação: chega amanhã ao porto um navio com capacidade para remover toda a soja do silão. Basta que a Appa priorize esse carregamento. E daí em diante tudo voltará ao normal.

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Ainda sobre o porto: o superintendente do TCP, Juarez Moraes e Silva, pediu ao presidente da Assembléia que marque reunião com os deputados. Ele quer explicar que o terminal de contêineres (do qual é diretor) não ganhará US$ 9 milhões com a areia da dragagem que será depositada na área em que o TCP projeta ampliar o seu cais.

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Olho vivo

Indigência – O site do PMDB Jovem publica indigente contestação a notas e comentários desta coluna sobre o dízimo que o partido arrecada entre funcionários comissionados do governo estadual. Defende a cobrança com o argumento de que é normal que filiados a um partido façam contribuições regulares – como o fazem, por exemplo, os inscritos em sindicatos – mas esquece que também os não-filiados estão sendo constrangidos a assinar autorizações para o desconto. Esse é o ponto.

No ar 1 – O nome do ministro Paulo Bernardo, o paranaense que ocupa o Planejamento, foi bastante citado ontem como alternativa para substituir o desgastado Valdir Pires na Defesa. Sua tarefa seria restaurar a ordem nas operações do caótico transporte aéreo brasileiro.

No ar 2 – Paulo Bernardo já teve participação na questão há alguns meses. Foi designado por Lula para negociar com os controladores de vôo que ameaçavam fazer greve geral e impor colapso total no setor. Conseguiu demover os rebelados, mas em seguida devolveu a missão às autoridades da área.

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"Moreira é Moreira, Requião é Requião."

Do reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior, pré-candidato do PMDB à prefeitura de Curitiba, declarando que, apesar de ser amigo e companheiro das cavalgadas matinais do governador, mantém a independência.

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