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"A conjuntura do momento vai indicar."

Do presidente Lula, em entrevista à Folha de S. Paulo de ontem, ameaçando candidatar-se à presidência em 2014.

Faz tempo que o Paraná não pensa grande. Desde as gestões dos governadores Ney Braga (a primeira, no início da década de 60), Jayme Canet Jr. (nos anos 70) e Jaime Lerner (nos 90), o estado fez de tudo – menos planejar e realizar obras estratégicas que lhe permitissem aproveitar com mais intensidade seus próprios potenciais e, com isso, acompanhar o mundo em mudança acelerada.

Por exemplo: o que se fez no Paraná nestes últimos quatro anos que, no futuro, possa ser lembrado como política pública inovadora ou obra vital para o desenvolvimento do estado? Ou que se planeja fazer nos próximos quatro anos?

Anda faltando o que se chama de visão estratégica. Isto significa antever o futuro, planejar e fazer o necessário para enfrentar as realidades que se avizinham e/ou aproveitar as oportunidades que se abrirão. Um bom governante pensa assim; caso contrário, passa sua gestão executando apenas o trivial – certamente insuficiente para garantir grandes perspectivas.

O primeiro governo de Ney Braga, por exemplo, foi importante porque fincou a noção de planejamento estratégico, realizou obras que consolidaram a integração territorial do Paraná e abriu as portas para a industrialização. Canet dotou o estado de infra-estrutura rodoviária condizente, modernizou a agricultura e investiu em energia. Lerner atraiu investimentos, acelerou o processo de modernização industrial e contribuiu para a mudança do perfil econômico do estado, colocando-o como forte competidor na área automotiva.

Diante desse resumo, pergunta-se: o que legará o governo de Roberto Requião se continuar apenas brigando com a própria sombra ao invés de preocupar-se em preparar o estado para os claríssimos desafios que o Paraná tem à sua frente? O resultado será a estagnação ou a perda de posições relativas.Existe visão estratégica? 2

Não faltam desafios que o Paraná precisa vencer – caso contrário estará condenado ao atraso. Querem um só exemplo? O Porto de Paranaguá tem pouco futuro e não se nota nenhum movimento do governo estadual no sentido de adotar medidas preventivas.

Tem pouco futuro por quê? Porque nem mesmo a dragagem que prometeram fazer atenderá a médio prazo às exigências do moderno transporte marítimo mundial. Portos com calado de 13 metros – como é o caso de Paranaguá – já estão ficando superados, pois os novos cargueiros, de grande capacidade, já exigem calados próximos dos 20 metros. São os chamados navios pós-Panamax, cada vez mais numerosos e mais utilizados no crescente comércio global em razão do custo menor e da produtividade maior que oferecem no transporte de mercadorias.

Em Peruíbe, litoral norte de São Paulo, inicia-se a construção de um porto com 15 quilômetros de cais e 22 metros de calado. Com investimento exclusivamente privado, deverá ficar pronto em 2009 e terá tudo para tornar obsoletos os portos de Santos e de Paranaguá em poucos anos.

Pois bem: no litoral do Paraná há um lugar ideal para a construção de um superporto – com calado de até 25 metros e no qual nunca será necessário sequer fazer dragagens. O local chama-se Ponta do Poço, no município de Pontal do Sul, quase na entrada da baía de Paranaguá. Há projetos e grupos privados interessados em investir, desde que encontrem parceria na oferta de infra-estrutura de acesso rodoviário ou ferroviário.

Alguém aí já ouviu falar um dia que o governo estadual esteja interessado nesse assunto? É claro que não se pensa que o Tesouro estadual deva empenhar recursos num projeto desse porte – mas atrair, conceder incentivos ou buscar apoios também são sinais de que se pensa estrategicamente e que se quer preparar o estado para o futuro.

Olho vivo

Contas 1 – Ainda não foram solucionadas todas as dúvidas sobre a real situação das contas estaduais desde que o governo – na tentativa de esconder o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal – maquiou o balanço de 2006 e fez continhas de chegar na contabilidade do primeiro quadrimestre. Espera-se que hoje as coisas fiquem mais claras.

Contas 2 – A partir das 10 horas, o diretor-geral da secretaria da Fazenda, Nestor Bueno, vai à Assembléia Legislativa para a audiência pública de prestação de contas do governo, conforme exige a LRF. O deputado Reni Pereira, especialista no assunto, promete olhar os números com lupa, assim como fez nas prestações anteriores.

Aparecida – Dois conhecidos políticos paranaenses não perdem uma romaria à Aparecida do Norte no dia da padroeira do Brasil. Este ano, dia 12, lá estavam outra vez o deputado Luiz Carlos Martins e o conselheiro do Tribunal de Contas e ex-deputado Hermas Brandão.

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