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Celso Nascimento

Greca vem (pelo menos) para animar

Todas as pesquisas conhecidas até agora não colocam Rafael Greca (PMDB) entre os favoritos na disputa pela prefeitura de Curitiba no ano que vem. Mas, com certeza, ainda que permaneça distante da chance de ganhar a eleição, com a presença desse ex-deputado e ex-ministro a campanha eleitoral promete ganhar a animação e o colorido oposicionista que sua verve literária e o conhecimento sobre Curitiba que acumulou também como ex-prefeito (1993-96) serão capazes de dar.

Para começar, Greca se apresenta como um livre atirador – atira no atual prefeito, Luciano Ducci (PSB), em Gustavo Fruet (PDT) e em Ratinho Jr. (PSC), os três que aparecem embolados na faixa de 25% nas sondagens divulgadas até aqui. A carga maior da munição de Greca, no entanto, já parece direcionada para alvejar principalmente a atual administração municipal.

Foi o que demonstrou no último sábado, quando o diretório curitibano do PMDB reuniu 300 militantes para reforçar a já lançada candidatura de Rafael. Lá, entre frases de efeito como a que copiou do poeta Paulo Leminski – "Quando o presente é insuportável, temos que inventar o futuro" – discursou com críticas que atingiram também o padrinho da candidatura de Ducci, o governador Beto Richa.

Pegou carona, por exemplo, no tarifaço do Detran proposto pelo governador – e aprovado ontem em primeira discussão na Assembleia – para falar das lambanças do caso Consilux, empresa que administrava os radares de trânsito com a qual a prefeitura rompeu o contrato unilateralmente e à qual ficou devendo indenização. "Uma indústria da multa substitui a outra", interpreta.

Mas foi contra o projeto do metrô que Greca pegou mais pesado, classificando-o com adjetivos como "frágil" e "ridículo". Segundo ele, nem sequer há um projeto de engenharia acabado e, portanto, não se pode calcular seu custo. Por isso, poderá custar muito mais do que os R$ 2,2 bilhões anunciados para construir apenas 14 quilômetros de linha, diz ele. "Projeto estreito e limitado quando comparado aos 1.750 quilômetros de linhas de ônibus", criticou.

Quem esteve presente para aplaudir Rafael Greca foi o ex-governador Roberto Requião, presidente do diretório curitibano do PMDB. Aliás, emblemática presença: Rafael paga até hoje o preço de ter se aliado a ele, adversário histórico de Jaime Lerner, abandonando o berço onde nasceu e cresceu politicamente. Desde então, o eleitorado se recusou a repetir as votações recordes com que ganhou várias eleições; ao contrário, nem sequer conseguiu se eleger nos dois últimos pleitos de deputado estadual. Talvez seja esta uma das razões que o fazem figurar com porcentual de apenas um dígito nas pesquisas.

Rafael não acredita que a rejeição a Requião o contamine e nem acha que suas limitadas votações sejam fruto da mudança de grupo político. "O que aconteceu nessas duas eleições é que não tive recursos para fazer minhas campanhas", explica, animado, segundo ele, por importantes adesões que vem recebendo e que podem ajudar a resolver este problema na eleição do ano que vem.

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