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Olho vivo

Sinais 1

Os envelopes só serão abertos na terça-feira, dia 5, mas quem está por dentro dos bastidores da Assembleia Legislativa garante que a programação da TV Sinal passará a ser produzida pela TV Icaraí, de Maringá, em substituição à competente GW, que toca a emissora do legislativo desde que ela foi criada em 2007. Para quem não sabe, a Icaraí faz parte do grupo J. Malucelli, o mesmo que constrói a Hidrelétrica de Mauá, participa de consórcios de pedágio e que acaba de vencer a licitação da prefeitura de Curitiba para construir o "viaduto estaiado" da Avenida das Torres.

Sinais 2

A Icaraí é a única emissora comercial a participar da concorrência aberta pela Assembleia para assumir a TV Sinal. Todas as demais concorrentes são produtoras independentes – uma do Paraná, outra da Bahia e duas de Santa Catarina. Mas antes mesmo da proclamação do resultado, em razão de supostas evidências de que a decisão mais provável apontará a Icaraí como vencedora, mandados de segurança foram impetrados na Justiça na última sexta-feira visando cancelar o certame. Valor do contrato: R$ 360 mil mensais.

Sincero?

Até que ponto o senador Roberto Requião está sendo sincero ao defender a candidatura de Rafael Greca a prefeito de Curitiba pelo PMDB? A pergunta se tornou ainda mais pertinente desde a última quinta-feira, quando as zonais do partido se reuniram para, em carta aberta, propor coligação com Luciano Ducci. Compondo a liderança desse movimento rebelde estão algumas figuras conhecidas pela extrema fidelidade às ordens de Requião, dentre os quais, apenas para citar dois exemplos, o ex-presidente da Sanepar, Stênio Jacob, e Doático Santos, funcionário do gabinete do senador.

Programa

PDT, PT e PV se reúnem neste domingo para conhecer o diagnóstico que a equipe de Gustavo Fruet fez sobre os grandes desafios de Curitiba. A ideia é, desde já, agregar contribuições dos partidos da coligação para formular as bases do plano de governo.

Uma discussão inútil e descabida se acentuou na Assembleia Legislativa depois das denúncias da Gazeta do Povo sobre o calamitoso descontrole administrativo na área da segurança pública: a culpa é do atual governo ou da gestão passada? No popular, é mais ou menos como perguntar: quem nasceu primeiro? O ovo ou a galinha?

Quem era da situação nas gestões Requião e Pessuti se calava e agora ataca; e quem agora é da situação põe a culpa no passado e isenta o presente. Convenhamos, tal debate não leva a lugar nenhum – porque o que importa é a solução dos problemas denunciados e a responsabilização dos que, no passado ou no presente, deixaram que as irregularidades acontecessem.

O líder do governo na Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), tornou-se mestre na arte de justificar as falhas do presente lembrando que elas já existiam no passado ou que são parecidas com as que ocorrem nos governos petistas. Mais ou menos como se fazia no tempo em que Requião, para explicar os próprios fracassos, culpava Lerner – com o que o então lernista Ademar Traiano não concordava. Enfim, um círculo tão repetitivo quanto cansativo e improdutivo.

Todos já estamos convencidos que as culpas são cumulativas. Delas, ninguém escapa – mas este não é o ponto central que deveria estar em pauta. Central mesmo é o fato de, após decorridos 18 meses da atual gestão, subsistirem ainda as mesmíssimas falhas de antanho, das quais, aparentemente, só tomou conhecimento menos por obra da oposição e mais em razão do trabalho invesgativo e isento da imprensa.

Há exemplos muito recentes. Reportagens mostraram que mandar dinheiro para custear delegacias fantasmas era prática corrente nos governos anteriores mas que permaneceu nesses 18 meses da atual gestão. Providências? Providências só as tomadas nas agitadas manhãs de dois domingos sucessivos, às pressas, diante das manchetes. Carros oficiais da polícia usados para fins impróprios? Ah! Isso já existia há muito tempo, exclamam os situacionistas! Mas foram precisos esses quase dois anos para que outra manchete pusesse a administração em marcha para apagar o incêndio.

Não era exatamente isso o que esperavam aqueles que votaram num "novo jeito de governar". Reconheça-se uma diferença: enquanto no passado preferia-se acusar a imprensa de "canalha" e nada fazer para corrigir os erros que ela denunciava (lembremo-nos do emblemático caso da desastrosa administração do Porto de Paranaguá), na atual, pelo menos, responde-se com a promessa de correção. Não deixa de ser um avanço.

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