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Depois do fechamento do Bom Retiro, cujo privilegiado espaço no bairro nobre que ocupa há sete décadas será destinado a um shop­ping, outro tradicional hospital psiquiátrico de Curitiba corre também o risco de fechar. Trata-se do secular Nossa Senhora da Luz, na Avenida Marechal Floria­no. Fora as lendas não comprovadas de que o hospital teria hospedado ilustres figuras políticas do estado, o certo é que, por décadas, ele foi considerado referência nacional no tratamento de doentes mentais.

A crise por que passa é igual a de todos os hospitais psiquiátricos Brasil afora: os valores que recebe por interno assistido pelo SUS são insuficientes para a sua manutenção. Para se ter ideia: o SUS paga aos hospitais da especialidade R$ 49,00 por dia por paciente in­­ternado; o governo e o município dividem outros R$ 18,00, o que perfaz uma diária de R$ 77,00. A "pensão da Dona Maria", ali na esquina, cobra mais do que isso, sem refeições, sem remédios e sem atendimento médico. No hospital, um interno custa R$ 130,00.

Por isso, o Nossa Senhora da Luz acumula prejuízo altíssimo – situação parecida com a que causou o descredenciamento do SUS, no mês passado, do hospital Filadélfia, de Maringá, que su­­cumbiu sob uma dívida de R$ 5 mi­­lhões. O eventual fechamento do Nossa Senhora da Luz (hoje administrado pela Aliança Saú­­de, que ainda não confirmou a medida drástica) porá no olho da rua 140 internos caso o estado e o município não aumentem suas participações para atingir o valor mínimo necessário para a sua sobrevivência.

Se os doentes mentais votassem a história seria outra...

Olho Vivo

Desistências

O que era para ser uma viagem organizada pelo Tribunal de Justiça para 16 desembargadores está correndo dois riscos: ou não vai acontecer ou não vai ter desembargador algum na comitiva. Como já é enorme o número de desembargadores desistentes ou que não aceitaram o convite, abriram-se vagas para juízes de primeiro grau. Seis nomes foram sorteados pela Associação dos Magistrados entre juízes inscritos e dispostos a arcar com as próprias despesas. O objetivo da viagem idealizada pelo TJ é proporcionar aos magistrados paranaenses conhecimento sobre o modelar sistema judiciário chinês implantado por Mao Tsé-tung.

Niemeyer 1

Os 104 anos de Oscar Niemeyer não o impedem de deixar seu nome gravado em outra obra, além do Museu do Olho, em Curitiba. Ele já está traçando, embora com mãos trêmulas, as linhas arquitetônicas do centro administrativo municipal, que futuramente vai reunir – segundo ideia do prefeito Luciano Ducci – a sede da prefeitura, secretarias e outras repartições municipais no antigo Horto Municipal, à margem da Linha Verde.

Niemeyer 2

Está acontecendo uma triangulação no projeto: Niemeyer vai doar o esboço à Associação Comercial do Paraná e esta o doará à prefeitura como parte das comemorações dos 319 anos de Curitiba, no próximo dia 29 de março. A partir daí a prefeitura se encarregará de licitar a contratação de escritório para fazer o projeto de engenharia das edificações. Costumam participar dessas licitações escritórios recomendados pelo notável arquiteto. Apesar de ser uma doação espontânea da ACP, secretários municipais participaram das conversações com Niemeyer.

Niemeyer 3

Para prevenir críticas como as que sofre o centro administrativo do governo mineiro – bolado pelo então governador Aécio Neves, que levou para os confins de Belo Horizonte toda a estrutura pública do estado –, aqui a prefeitura já vai avisando que os serviços de maior demanda popular continuarão sendo prestados na atual sede municipal, no Centro Cívico.

Vai continuar?

Uma perguntinha que os demais candidatos a prefeito de Curitiba já devem estar se fazendo: se Luciano Ducci não for reeleito, quem assumir no seu lugar continuará contando com o subsídio que Beto Richa prometeu dar para o transporte coletivo da capital? Como se sabe, sem subsídio, a tarifa terá de aumentar dos atuais R$ 2,50 para R$ 2,80 – valor mínimo necessário para manter o equilíbrio econômico do sistema. Em dezembro, Beto e Luciano combinaram que o estado cobrirá o prejuízo, de tal modo que a passagem não ultrapasse razoáveis R$ 2,60. Em ano de eleição, mais que isso é perigoso para os dois aliados.

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