Tudo é relativo, até mesmo aquilo que parecia absoluto. Anteontem era dado como certo e irreversível o rompimento das negociações entre o PT e o PDT para constituir uma aliança no Paraná tendo, na cabeça de chapa, como candidato a governador, o senador Osmar Dias. Tudo porque os petistas se recusavam terminantemente a atender ao apelo do PDT de colocar Gleisi Hoffmann na posição de vice. Queriam-na candidata ao Senado.Pois ontem, as entrelinhas de uma nota distribuída pela própria Gleisi pivô da crise o impasse foi "relativamente relativizado". Veja este trecho da nota: "Vamos continuar abertos a discussões e à formação de uma boa aliança para fortalecer o palanque de Dilma aqui no estado, mas se não for possível prosseguiremos com nossa estratégia, que é a construção de um projeto político nacional e local."
Em outro trecho, demonstra estar disposta a acatar uma eventual decisão do seu partido contrária ao que foi desenhado até agora. "A definição das composições não cabe a mim, mas sim ao PT. Eu me submeto à decisão partidária", afirma na nota. Gleisi duvida que o diretório estadual que defende sua candidatura ao Senado seja modificada, mas reconhece que a orientação final virá do diretório nacional e do próprio presidente Lula.
Ou seja, nas entrelinhas disse que se as instâncias superiores do PT recomendarem uma mudança de postura, se submeterá a elas. Traduzidas as entrelinhas para a linguagem das linhas, Gleisi parece ter dito que, sim, pode ser inscrita como candidata a vice de Osmar Dias.
Não é o que pensa, porém, o presidente estadual do PT, deputado Enio Verri. Segundo ele, as negociações podem ser consideradas como encerradas e que, em sendo assim, seu partido vai executar o plano B aquele que prevê o lançamento de candidato próprio ao governo, com Gleisi Hoffmann na mesma posição de sempre, isto é, como postulante do partido ao Senado. Verri não esclareceu se está disposto a desobedecer as instâncias superiores mencionadas por Gleisi Lula e o diretório nacional.
Enquanto isso, o senador Osmar Dias que ontem estava em viagem de campanha pelo interior também apelava para a teoria da relatividade. Disse não saber, ainda, qual é, na verdade, a decisão do PT, pois até agora não recebeu nenhuma resposta oficial do partido apenas "ironias nos blogs".



