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Olho vivo

Sob vara 1

Um encontro pessoal entre os ex-governadores e declarados inimigos Roberto Requião e Jaime Lerner está previsto para ocorrer às 14 horas do próximo dia 13. Será numa audiência na Justiça Federal. A intimação para que Requião compareça, na qualidade de testemunha, já foi expedida e – como costumava fazer quando era governador – se conseguir escapar do oficial de justiça arrisca-se a ser conduzido sob vara em outra próxima data.

Sob vara 2

Trata-se de uma ação movida pelo Ministério Público Federal que alega ser nulo o aditivo que concedeu à Caminhos do Paraná o direito de cobrar pedágio no trecho da BR-476, entre Araucária e Lapa. O aditivo foi celebrado por Lerner em 2002, mas quem autorizou o início da operação foi seu sucessor, Requião, em 2003, para viabilizar um fracassado acordo pelo qual tentava baixar o valor das tarifas.

Sob vara 3

A ação tramitava enquanto Requião era ainda governador e, como tal, valia-se do direito de marcar dia, hora e local em que poderia ser ouvido. Nunca o fez. Mas tão logo deixou o cargo, o advogado Cid Câmpelo Filho, que representa Lerner, pediu ao juiz Nivaldo Brunoni, da 3.ª Vara Federal Criminal de Curitiba a imediata designação de data da primeira audiência. Consequentemente foi expedida a intimação a Requião. É a primeira intimação que o ex-governador recebe desde que deixou o cargo. Há centenas de outras à espera da vez.

Mais um

O mais que possível fracasso da aliança de Osmar Dias com o PT começa a produzir consequências. Uma delas: está surgindo no horizonte mais um candidato a governador – Rubens Bueno, presidente estadual do PPS. Ele mesmo anunciou ontem esta disposição, condicionada a uma única situação: a de que Osmar e Beto Richa se confrontem diretamente. Consolidando-se estas duas candidaturas, Bueno também lança a sua. Até agora, ele mantinha a esperança em conseguir um provável acordo para a recomposição da aliança entre eles. Não sendo possível, não aceitará também o convite para ser vice de ninguém.

Tudo é relativo, até mesmo aquilo que parecia absoluto. Anteontem era dado como certo e irreversível o rompimento das negociações entre o PT e o PDT para constituir uma aliança no Paraná tendo, na cabeça de chapa, como candidato a governador, o senador Osmar Dias. Tudo porque os petistas se recusavam terminantemente a atender ao apelo do PDT de colocar Gleisi Hoffmann na posição de vice. Queriam-na candidata ao Senado.Pois ontem, as entrelinhas de uma nota distribuída pela própria Gleisi – pivô da crise – o impasse foi "relativamente relativizado". Veja este trecho da nota: "Vamos continuar abertos a discussões e à formação de uma boa aliança para fortalecer o palanque de Dilma aqui no estado, mas se não for possível prosseguiremos com nossa estratégia, que é a construção de um projeto político nacional e local."

Em outro trecho, demonstra estar disposta a acatar uma even­­­tual decisão do seu partido contrária ao que foi desenhado até agora. "A definição das composições não cabe a mim, mas sim ao PT. Eu me submeto à decisão partidária", afirma na nota. Gleisi duvida que o diretório estadual – que defende sua candidatura ao Senado – seja modificada, mas reconhece que a orientação final virá do diretório nacional e do próprio presidente Lula.

Ou seja, nas entrelinhas disse que se as instâncias superiores do PT recomendarem uma mudança de postura, se submeterá a elas. Traduzidas as entrelinhas para a linguagem das linhas, Gleisi parece ter dito que, sim, pode ser inscrita como candidata a vice de Osmar Dias.

Não é o que pensa, porém, o presidente estadual do PT, deputado Enio Verri. Segundo ele, as negociações podem ser consideradas como encerradas e que, em sendo assim, seu partido vai executar o plano B – aquele que prevê o lançamento de candidato próprio ao governo, com Gleisi Hoffmann na mesma posição de sempre, isto é, como postulante do partido ao Senado. Verri não esclareceu se está disposto a desobedecer as instâncias superiores mencionadas por Gleisi – Lula e o diretório nacional.

Enquanto isso, o senador Osmar Dias – que ontem estava em viagem de campanha pelo interior – também apelava para a teoria da relatividade. Disse não saber, ainda, qual é, na verdade, a decisão do PT, pois até agora não recebeu nenhuma resposta oficial do partido – apenas "ironias nos blogs".

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