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"Apóstolo do caos."

Nova denominação dada aos que não vêem as boas ações desenvolvidas pelo governo estadual, cunhada ontem pelo líder do governo na Assembléia, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB).

Termina no próximo dia 14 o prazo para registro de chapas para a eleição da nova diretoria da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), marcada para o aziago 13 de agosto.

Pelo andar da carruagem, o governo, que pretendia apoiar uma chapa para derrotar a do atual presidente, Rodrigo Rocha Loures, candidato à reeleição, não conseguirá seu intento. Os dois principais articuladores desse movimento, os secretários Virgílio Moreira Filho e Luiz Mussi – tendo o primeiro como candidato à presidência –, desistiram da missão que lhes foi delegada pelo governador Roberto Requião. Simplesmente não encontraram o que se chama de "ressonância" nas bases empresariais do estado.

Fez-se, então, outra tentativa, com o lançamento do industrial londrinense Otaviano Duarte. Também não deu certo, principalmente porque o escolhido não se entusiasmou com a idéia.

Isto não significa que a vida de Rocha Loures tenha ficado mais fácil. Por dois motivos: 1) porque, apesar de não ter candidato próprio, o governo promete fazer carga contra a pretensão do atual presidente continuar à frente da Fiep; e 2) porque há uma outra chapa, de oposição, liderada pelo industrial pontagrossense Álvaro Scheffer, que diz ter conseguido amealhar apoios importantes em todo o estado.

São 96 os eleitores, representando cada um dos sindicatos filiados à federação. Cada chapa é constituída de 50 nomes. Logo, formar três chapas é missão quase impossível.

Diante disso, ganhe quem ganhar, o governador perderá a "jóia da coroa" das entidades empresariais do estado. A menos que – como se comenta – a briga entre Requião e Rocha Loures seja mesmo apenas para inglês ver.

Um dia, duas derrotas

Caso Syngenta

Já começou a ser contado o prazo de 15 dias para que o governo estadual promova desocupação da fazenda experimental da multinacional Syngenta, invadida desde março do ano passado. Um oficial de Justiça conseguiu entregar ontem, às 9 horas, notificação da juíza Vanessa Camargo, da 4.ª Vara da Fazenda, à procuradora-geral Jozélia Broliani, determinando o uso de força pública para desalojar os invasores e devolver o imóvel à empresa proprietária. A mesma notificação lembra o governo de que deve pagar a multa de R$ 50 mil por dia a que foi condenado no ano passado.

Caso da soja transgênica

O superintendente dos Portos, Eduardo Requião, achava que podia mandar nos comandantes dos navios que atracam em Paranaguá para carregar soja. Tempos atrás baixou um ato que os proibia de misturar nos porões soja convencional com transgênica. Uma confusão danada, porque os compradores das cargas não faziam a menor objeção à mistura e também porque as operações de carregamento e distribuição interna nos navios eram simplesmente impraticáveis.

Agora, se depender da Justiça, Eduardo Requião não pode mais fazer essa exigência. Ao julgar ontem mandado de segurança impetrado pela Associação Comercial de Paranaguá, o juiz federal Carlos Felipe Komorowski foi taxativo: "defiro a medida liminar para determinar à autoridade impetrada que se abstenha de exigir a segregação da soja convencional e da soja geneticamente modificada nos porões dos navios, bem como de impedir a atracação de navios programados que prevejam o carregamento indiscriminado de soja convencional e transgênica." E ponto final.

Olho vivo

Recusa 1 – Ainda inconformado com o afastamento da companhia de Sérgio Botto de Lacerda, seu ex-procurador-geral, Requião mandou convidá-lo para fazer parte da comitiva que embarca para o Japão dia 17. Em carta resposta ao chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro, Botto recusou o convite: "Além de não existir alguma justificativa legal plausível a me inserir na aludida missão governamental, já que não sou integrante do governo e nem empresário, razões outras me levam a recusar o aceno".

Recusa 2 – O governador tinha também convidado Sérgio Botto para fazer parte dos conselhos da Copel e da subsidiária Elejor. Mandou dizer que também não quer os cargos.

Galhofa – Revolta generalizada entre os deputados, incluindo os mais dóceis governistas. Pegou muito mal a oferta de Requião de rifar um ônibus entre parlamentares que participarem da próxima "escolinha", dia 8. Discursos se sucederam ontem na Assembléia, todos reclamando do desrespeito à instituição parlamentar embutido no gesto do governador. Élio Rusch, vice-líder da oposição, classificou o ato como de corrupção. E o líder da bancada petista, Elton Welter, considerou-o uma afronta – embora confesse ser assíduo telespectador das reprises da "escolinha"na TV Educativa.

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