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Olho vivo

Choro 1

Estariam os prefeitos do Paraná "chorando de barriga cheia"? É mais ou menos isso o que pensa o ministro Paulo Bernardo, conforme disse ontem à coluna. Segundo ele, não há razão para o fechamento das portas de prefeituras, que reclamam da queda dos repasses do FPM e que as teria deixado sem recursos para cumprir algumas de suas obrigações.

Choro 2

Bernardo participará dia 3 de uma reunião com prefeitos do Paraná e mostrará a eles um estudo que mandou fazer demonstrando que, ao contrário do que afirmam, o FPM aumentou no primeiro semestre deste ano 8,2% em relação ao mesmo período de 2008. O aumento foi decorrente de medida provisória que suplementou os repasses deste ano para que nenhuma prefeitura recebesse menos do que os valores do ano passado.

Tempo de sobra

Assessores do governador Roberto Requião gastaram ontem um bom tempo para responder um artigo do ex-ministro Mailson da Nóbrega, publicado na última edição da revista Veja, em que critica a lei estadual que determina a tradução de palavras estrangeiras na publicidade. Assunto deveras importante em relação aos problemas do Paraná. A argumentação é fantástica: como o povo não sabe (nem tem obrigação) outras línguas, a propaganda deve traduzir as palavras estrangeiras. O que leva à conclusão de que, quando as empresas gastam montanhas em publicidade, elas o fazem sabendo que o povo não vai entender seus anúncios.

A aparente pasmaceira que tomou conta do cenário paranaense nas últimas semanas faz o povo acreditar que os políticos não estão se movimentando. Ledo engano. Quer um exemplo? Pois ontem o presidente Lula mandou seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, reservar um espaço na agenda da semana que vem para uma conversa com o senador Osmar Dias.

Lula demonstra pressa em acertar os ponteiros com o senador pedetista, considerado por ele como a melhor opção como candidato ao governo do Paraná sob o ponto de vista da campanha da ministra Dilma Rousseff. O presidente considera que o PSDB terá forte candidato no estado atrelado a José Serra e que, para se contrapor a essa realidade, a melhor opção para atrair votos para sua candidata é a "dobradinha" com Osmar.

O senador recebeu ontem o convite do presidente para a audiência. Foi-lhe transmitido pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, acompanhado de um pedido de desculpas e um simpático recado.

O pedido de desculpas decorreu da decisão de Lula de vetar um projeto de Osmar aprovado pelo Congresso que obrigaria o governo a publicar no Diário Oficial da União o inteiro teor de todos os contratos de concessão firmados pela União com a iniciativa privada. O veto do presidente teve sentido prático: há contratos de mais de 500 páginas e publicá-los no Diário Oficial significaria mandar imprimir dezenas de volumosas edições – algo custoso e pouco prático.

Mas Lula pediu a Paulo Ber­­nardo que comunicasse ao senador ter gostado da ideia e que vai colocá-la em prática de outra forma: todos os contratos serão colocados na íntegra para consulta na internet em página oficial do governo. Estuda-se, agora, apenas a melhor técnica para fazer isso. Osmar não só aceitou a explicação como também o convite para a audiência da semana que vem.

O que vai sair dessa audiência é impossível saber agora. Por enquanto ela significa apenas uma importante carta na manga da camisa do senador Osmar Dias – que ainda não foi totalmente descartado pelo PSDB. Embora no plano estadual os tucanos venham dando todas as demonstrações de que o seu candidato preferencial é o prefeito Beto Richa, no nível nacional o nome do senador e a manutenção da velha aliança com o PDT não deixou de ser cogitada seriamente.

A avaliação do PSDB parte do mesmo princípio adotado por Lula e pelo PT – isto é, o de que as candidaturas estaduais devem estar afinadas com o projeto nacional. No caso do tucanato, é eleger José Serra ou, como segunda (mas remota) alternativa o governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Se a cúpula tucana chegar à conclusão de que será mais proveitoso ter como candidato Osmar Dias, todo o esforço será dirigido para este objetivo, independentemente do gosto ou das tendências dos dirigentes paranaenses. Nesse sentido, permanece também em cogitação o nome de Alvaro Dias – fórmula que alguns defendem, caso não seja possível restabelecer a aliança com Osmar, como a melhor maneira para impedir sua candidatura – caso seja levado a sério o susposto acordo que existiria entre os irmãos: um não seria adversário do outro.

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