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Celso Nascimento

Lula não descansa e chama Osmar para conversar

A aparente pasmaceira que tomou conta do cenário paranaense nas últimas semanas faz o povo acreditar que os políticos não estão se movimentando. Ledo engano. Quer um exemplo? Pois ontem o presidente Lula mandou seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, reservar um espaço na agenda da semana que vem para uma conversa com o senador Osmar Dias.

Lula demonstra pressa em acertar os ponteiros com o senador pedetista, considerado por ele como a melhor opção como candidato ao governo do Paraná sob o ponto de vista da campanha da ministra Dilma Rousseff. O presidente considera que o PSDB terá forte candidato no estado atrelado a José Serra e que, para se contrapor a essa realidade, a melhor opção para atrair votos para sua candidata é a "dobradinha" com Osmar.

O senador recebeu ontem o convite do presidente para a audiência. Foi-lhe transmitido pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, acompanhado de um pedido de desculpas e um simpático recado.

O pedido de desculpas decorreu da decisão de Lula de vetar um projeto de Osmar aprovado pelo Congresso que obrigaria o governo a publicar no Diário Oficial da União o inteiro teor de todos os contratos de concessão firmados pela União com a iniciativa privada. O veto do presidente teve sentido prático: há contratos de mais de 500 páginas e publicá-los no Diário Oficial significaria mandar imprimir dezenas de volumosas edições – algo custoso e pouco prático.

Mas Lula pediu a Paulo Ber­­nardo que comunicasse ao senador ter gostado da ideia e que vai colocá-la em prática de outra forma: todos os contratos serão colocados na íntegra para consulta na internet em página oficial do governo. Estuda-se, agora, apenas a melhor técnica para fazer isso. Osmar não só aceitou a explicação como também o convite para a audiência da semana que vem.

O que vai sair dessa audiência é impossível saber agora. Por enquanto ela significa apenas uma importante carta na manga da camisa do senador Osmar Dias – que ainda não foi totalmente descartado pelo PSDB. Embora no plano estadual os tucanos venham dando todas as demonstrações de que o seu candidato preferencial é o prefeito Beto Richa, no nível nacional o nome do senador e a manutenção da velha aliança com o PDT não deixou de ser cogitada seriamente.

A avaliação do PSDB parte do mesmo princípio adotado por Lula e pelo PT – isto é, o de que as candidaturas estaduais devem estar afinadas com o projeto nacional. No caso do tucanato, é eleger José Serra ou, como segunda (mas remota) alternativa o governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Se a cúpula tucana chegar à conclusão de que será mais proveitoso ter como candidato Osmar Dias, todo o esforço será dirigido para este objetivo, independentemente do gosto ou das tendências dos dirigentes paranaenses. Nesse sentido, permanece também em cogitação o nome de Alvaro Dias – fórmula que alguns defendem, caso não seja possível restabelecer a aliança com Osmar, como a melhor maneira para impedir sua candidatura – caso seja levado a sério o susposto acordo que existiria entre os irmãos: um não seria adversário do outro.

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