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O jornal "Folha de Londrina" deu esta manchete em sua edição de ontem: "Plano para assassinar Roberto Requião". A reportagem baseou-se numa obra de ficção urdida por gente graúda interessada em obter resultado miúdo: afastar de Palmas o delegado local, Plínio Gomes Filho. Este objetivo foi alcançado – o delegado foi parar em Altônia, a 500 quilômetros de distância! Quanto ao resto, foi tudo uma montagem. Resumidamente, eis como se deram as coisas:

• Em meados de abril passado, Cléber Gomes, 27 anos, sem profissão definida e vasto prontuário nas polícias do Paraná e Santa Catarina, escreveu um e-mail a Requião informando-o da existência de uma suposta trama para assassiná-lo. Fariam parte do complô o delegado Plínio, o ex-prefeito Hilário Andrasko, o ex-vice Francisco Puton, o presidente da OAB local, Raul Boeno, e os advogados Auro Mello e Celso Sonsa.

• Requião mandou investigar. A P2 (polícia secreta da PM) e a delegada Vanessa Alice, do Cope, foram a Palmas. Interrogaram Cléber e os acusados. A história era inconsistente, mas, como de praxe, foi feito um Auto de Verificação de Procedência e enviado relatório à Secretaria de Segurança.

• Dias depois, o delegado Plínio foi transferido para a distante Altônia, por meio da Resolução 228/07, assinada pelo secretário Luiz Fernando Delazari e publicada em 9 de maio. Os demais suspeitos não mais foram perturbados.

• A OAB de Palmas protestou oficialmente contra o ato arbitrário de transferência do delegado. Um grupo veio a Curitiba e pediu à Polícia Civil para que revisse a medida. Recebeu a informação de que a ordem de remoção partiu diretamente de Requião e a promessa de que o delegado voltaria a Palmas "assim que o governador se acalmar".

• A OAB, por intermédio do atual e de um ex-presidente (Raul Boeno e Auro Mello) e do presidente local do PMDB, Vilmo Rodrigues, apelaram também ao deputado Antônio Anibelli, representante da região.

O "assassinato", parte 2

No encontro, surpreenderam-se com a confissão do deputado Antônio Anibelli de que foi ele o mentor da falsa denúncia e que o teria feito a pedido de um aliado, o prefeito de Mangueirinha, Miguel Rodrigues de Aguiar, interessado na saída do delegado!

Explica-se o aborrecimento do deputado e do prefeito com o delegado Plínio Gomes: o policial foi quem prendeu Antônio Anibelli em flagrante na eleição de 2002 por suposta compra de votos, a pedido da juíza de Direito de Palmas – que depois o inocentou por falta de provas. Já o prefeito revoltou-se com o fato de o delegado ter aberto inquéritos contra um vereador do seu grupo, suspeito de receptação e denunciado pelo Ministério Público.

Juntando tudo isso, acharam, na pessoa de Cléber Gomes, um "Ferreirinha" para acusar o delegado de conspirar o assassinato do governador.

Palmas é a cidade natal do policial e lá ele tem família. Numa quinta-feira, 14 de junho, quis viajar a passeio para sua terra aproveitando folga regulamentar, mas foi impedido por "ordens superiores" e advertido: "Se voltar, a coisa vai complicar".

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Olho vivo

Não tem preço – Uma diária em apartamento "deluxe" no Radisson Lexington Hotel (511 Lexington Ave - New York, fone 800-276-7415), US$ 632,12. Uma semana no hotel, US$ 3.792,72. Dez pessoas no mesmo hotel, US$ 37.927,20. Um jantar em bom restaurante de Manhattan, US$ 100. Um vinho razoável, US$ 100... tudo multiplicado por dez comensais e por sete dias! Uma badalada no sino da bolsa, não tem preço!

Fora do ar 1 – O juiz Eduardo Sarrão, relator da ação popular impetrada pelo advogado Luiz Fernando Pereira em nome do deputado Valdir Rossoni, foi bem claro na determinação: "Que a TV Educativa suspenda a veiculação das duas inserções tidas como ilegais e, ainda, para que, em outras que vier a veicular, não mais faça críticas a adversários políticos do atual governo".

Fora do ar 2 – A ação pedia a retirada do ar de dois anúncios contendo ataques à Gazeta do Povo e às empresas do ex-governador Paulo Pimentel. Baseava-se no artigo 37 da Constituição Federal que só permite aos administradores públicos fazer publicidade de caráter educativo, nunca político ou com objetivos de promoção pessoal.

Isenção – Membros da diretoria da Associação Comercial do Paraná pensam em cobrar oficialmente da atual presidente, Avani Slomp, postura política mais isenta. Embora respeitem suas ligações com o grupo de Requião, condenam o fato de a dirigente negar-se a qualquer aproximação com o prefeito Beto Richa. Lembram, como exemplo, que Avani alegou outro compromisso para não comparecer à exposição que o prefeito fez semana passada na ACP sobre a revitalização do centro – uma bandeira da entidade.

Ficção – Era ficção o anúncio feito há meses pelo governador de que Heron Arzua deixaria a Secretaria da Fazenda para assumir um cargo de assessor. Ficou e nesse tempo produziu dois balanços das contas estaduais. Há suspeita de que ambos sejam fictícios.

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"O que o Paraná tem de diferente é a predominância de soja não-transgênica."

De Requião, ontem, em Nova Iorque, desconhecendo que 95% da soja embarcada em Paranaguá é transgênica e que quase metade das lavouras só plantou sementes modificadas nesta safra.

celso@gazetadopovo.com.br

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