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Boa parte do feriadão que termina hoje foi consumida pelo prefeito Beto Richa e pelo presidente do Ippuc, Augusto Canto Neto, em meditações para identificar as causas do estranho fracasso de que se revestiu o ato de largada para concretizar o mais ambicioso projeto municipal – a construção do metrô de Curitiba.

Às 15 horas de quinta-feira esperava-se intensa movimentação no auditório do Ippuc: 44 grandes escritórios de engenharia, nacionais e estrangeiros, deveriam estar presentes para a abertura das propostas para a elaboração do projeto básico da obra. Estava em jogo uma boa oferta de dinheiro para quem vencesse a concorrência: R$ 2 milhões.

Para surpresa dos diretores e técnicos da prefeitura e jornalistas, absolutamente nenhum dos escritórios inscritos na licitação compareceu ao ato. Nenhum.

Por quê? Essa inevitável pergunta passou a merecer de imediato um grande trabalho em busca de resposta. E claro, como sói acontecer em ocasiões como esta, surgiram as mais variadas teorias conspiratórias – algumas delas tentando identificar mãos peludas residentes em outros endereços da Praça Nossa Senhora de Salete.

Essa suposição, no entanto, não foi a mais votada nas primeiras elucubrações para explicar o boicote. A que prevaleceu – segundo revelou alta fonte da prefeitura – é a de que grandes fornecedores de materiais e serviços (empresas de informática e construtoras de porte) teriam atuado junto aos escritórios de engenharia para que, não apresentando propostas, forçassem a prefeitura a mudar o modelo de financiamento do metrô.

Essas grandes empresas pretenderiam, segundo a mesma fonte, que a obra seja tocada sob o regime de parceria público-privada (PPP) e não sob sistema concorrencial, como o que está definido. A diferença é que, com PPP, elas ganhariam muito mais.

Olho vivo

Baralho 1 – Duas empresas concorrem com a F. Andreis na disputa por um milionário contrato com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) para prestar o serviço de travessia da Baía de Guaratuba. São a Interportos e a TWB, que atualmente operam travessias em São Paulo e no Nordeste.

Baralho 2 – Embora o DER não faça controles próprios e independentes do fluxo, calcula-se que utilize os ferryboats cerca de um milhão de veículos por ano, pagando tarifas de pedágio que variam de R$ 4,90 a R$ 29,40, dependendo do porte.

Baralho 3 – A abertura das propostas da concorrência para o serviço de travessia está marcada para a terça-feira – caso não seja suspensa em decorrência de eventuais pedidos de impugnação. É que, conforme a coluna antecipou na sexta-feira, analistas de licitações identificaram vários pontos do edital que, supostamente, beneficiariam a atual concessionária – cujo contrato terminou em outubro do ano passado.

No esgoto 1 – A Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia aprovou projeto que reduz em 50% a tarifa de esgoto cobrada pela Sanepar em todo o estado. O autor da proposta, deputado Mauro Moraes, acredita que a medida será aprovada pelo plenário.

No esgoto 2 – A possibilidade de redução da tarifa de esgoto deixa ainda mais preocupados os acionistas privados da Sanepar, cujos lucros já estão abaixo da expectativa em relação ao capital que investiram.

No esgoto 3 – A tarifa da água está congelada há quatro anos e, embora um aumento de 11% tenha sido aprovado há três meses, o governador Roberto Requião ainda não autorizou sua implementação.

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"Queremos demonstrar ao ministro o quão importante é para o interesse público o estilo de programação da Paraná Educativa."

Do assessor especial do governador Doático Santos, lançando abaixo-assinado que pretende levar ao ministro das comunicações, hélio costa, para que não dê ouvidos à oposição, que acusa o governo de usar a emissora para fins deseducativos.

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