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Olho vivo

Condenado 1

O procurador de Justiça Dartagnan Abilhoa, do Ministério Público Estadual, foi colocado em disponibilidade – pena máxima prevista na lei orgânica do MP. A decisão foi do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por unanimidade, tomada na última sessão de novembro. Em 2007, ele foi acusado de envolvimento em rumoroso caso de extorsão contra um traficante internacional de drogas, do qual participaram também um delegado, um investigador e um escrivão da Polícia Civil.

Condenado 2

Dartagnan chegou a ser absolvido pelo conselho estadual do MP em 2009, mas o corregedor-geral e outros 17 colegas recorreram ao CNMP pedindo a revisão da decisão que o absolveu. Ainda que afastado do Ministério Pú­blico, o procurador condenado manterá seus vencimentos.

Absolvido

Por cinco votos a um, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) decidiu ontem manter no cargo o prefeito de Paranaguá, José Baka Filho (PDT). Ele e seu vice, Fabiano Elias, eram acusados de abuso do poder econômico na campanha que os reelegeram em 2008. Se tivessem sido cassados, teria direito a assumir o cargo o ex-prefeito e ex-deputado Mario Roque (PMDB), que foi o segundo colocado naquele pleito.

Lento

Nove meses depois do cataclismo que se abateu sobre o litoral é que o governo anuncia ter concluído processo de licitação para retirar a madeira que entupiu os rios da região. Ainda bem: está perto a estação chuvosa seguinte.

A Polícia Federal convocou o ex-funcionário municipal Alexandre Gardolinski para que, em depoimento a ser tomado nos próximos dias, explique direitinho quem da coordenação da campanha do PSDB à prefeitura de Curitiba de 2008 lhe entregava o dinheiro com que mimoseava dissidentes do nanico PRTB que, contrariando orientação da própria legenda, apoiavam candidato adversário, no caso Beto Richa.

Gardolinski, rodeado de militantes do PRTB que desistiram de concorrer a vereador para formar um certo "comitê da lealdade" de apoio a Richa, apareceu em vídeo distribuindo dinheiro vivo. As imagens foram parar no Fantástico e o caso ficou conhecido como "caixa 2" do PSDB, conforme concluiu o Ministério Público Federal Eleitoral, que procedeu as investigações.

Levado a julgamento, a Justiça Eleitoral excluiu do processo o nome de Beto Richa, por perda de objeto: quando da sentença, ele já havia sido eleito governador e já não cabia aplicar a pena de perda de mandato prevista na legislação eleitoral. O mesmo destino, porém, não teve seu companheiro de chapa, o atual prefeito Luciano Ducci, que ainda se defende da acusação nas esferas eleitoral e criminal. Beto só responde na esfera criminal.

A chave para salvar um e outro está guardada principalmente com Gardolinski, arquivo vivo do episódio – magoado pela perda do emprego na prefeitura de Curitiba e pelas ações judiciais a que passou a responder. Uma das ações a que responde foi movida por Marinete Silva Costa, militante do PRTB e que, por alguns dias, figurou como candidata do partido à prefeitura de Curitiba. Ela pretende receber de Alexandre Gardolinski e de outros "dirigentes" envolvidos indenização por danos morais.

É que, no fatídico vídeo que retrata as cenas de distribuição de dinheiro, o nome dela foi citado como um dos beneficiários do esquema. Som e imagens mostram o exato momento em que recibos em seu nome eram falsificados pelos operadores do esquema, dentre os quais Manassés Oliveira, ex-vereador e ex-secretário municipal do Trabalho na administração de Richa. Marinete nega ter recebido qualquer quantia.

O processo de Marinete contra Alexandre Gardolinski (e outros) está em andamento na 4.ª Vara Cível de Curitiba, com potencial para, além do resultado prático esperado pela autora, causar embaraços para personagens hoje bem situados na política e na administração estadual. A estratégia do principal réu, visando a eximir-se da responsabilidade pelos delitos, é mostrar-se como mero cumpridor de ordens superiores. E daí é que se explica o fato de ter arrolado como testemunha ninguém menos do que Beto Richa.

Por deter prerrogativas especiais, Richa pode marcar data e hora para ser ouvido pelo juiz da causa, assim como o atual conselheiro do Tribunal de Contas Ivan Bonilha. Com a mesma sorte não contam outras testemunhas que atuaram na coordenação da campanha. Devem comparecer à audiência marcada para 15 de março o chefe de gabinete do governador, Deonilson Roldo; o presidente da Sanepar, Fernando Ghignone; e o empresário Luiz Abi, primo de Richa.

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