A Assembleia Legislativa engalanou-se com a presença do governador Roberto Requião, ontem, na abertura dos trabalhos de 2009. Deputados e demais autoridades presentes à sessão ouviram com atenção o longo discurso em que descreveu a existência de um Paraná e de um governo que, até então, quase todos desconheciam.
Segundo o governador, um Paraná que mantém ritmo de prosperidade sem precedentes em sua história por duas razões até então insondáveis. Primeiro, porque anteviu a crise mundial aliás, descrita em tom magistral desde que ela começou a surgir em Bretton Woods (EUA), em 1944; e segundo porque seu governo há muito aplica receitas originais e infalíveis para prevenir o estado das intempéries da economia mundial.
Todos ficaram maravilhados e aplaudiram. Principalmente quando ele se queixou de ouvir todas as manhãs que seu governo não realiza obras. "Isto é má-fé cínica ou ignorância córnea", afirmou.
O diapasão otimista que permeou todo o seu discurso não abriu espaço para a crítica contundente aos adversários reais e imaginários que costumam dar tom à retórica. Quando o fez foi de forma indireta. E nesse caso o atingido foi o prefeito Beto Richa, um dos participantes da mesa de honra.
Requião anunciou sua disposição de continuar gastando o máximo. Prometeu, por exemplo, dar o maior aumento possível ao funcionalismo neste ano e de destinar vultosos recursos aos municípios. Nesse trecho, o discurso mais pareceu coisa de palanque eleitoral mas a justificativa que deu é mais nobre: investir muito dinheiro público é o melhor remédio para dinamizar a economia, algo imprescindível nesses dias de crise braba. Deve ter aprendido com o presidente norte-americano Franklin Roosevelt, que tirou os Estados Unidos da crise de 1929 fazendo obras.
Foi o gancho que encontrou para criticar os governantes que anunciaram corte de gastos a exemplo do que fez o prefeito Beto Richa, que instituiu um choque de gestão e mandou reduzir 15% das despesas previstas.
"Cortar gasto disse o governador é a saída clássica, pouco criativa, desiluminada, preguiçosa ou, quando não, espertalhona. Vejo aí muitos estados e prefeituras quebrados que aproveitam a crise para supernder obras que não fariam nunca. E proclamam que estariam fazendo um choque de gestão!"
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Renovação
O deputado Nelson Justus foi reempossado no cargo de presidente da Assembleia ontem juntamente com todos os demais membros da nova mesa eleita em dezembro. A ocasião festiva inspirou-o a fazer um discurso de renovação da promessa de completar o processo de implantação de medidas de transparência na gestão da Casa, por meio de um projeto de resolução. Disse que já nos "próximos dias", porém, o público poderá acessar na página da Assembleia na internet a "lista dos funcionários e a composição de gastos dos gabinetes dos parlamentares".
Também "nos próximos dias" se reunirá com as bancadas "para comunicar estas medidas administrativas e para recolher sugestões de aperfeiçoamento", antes de enviar ao plenário o projeto de resolução com que pretende institucionalizar todas as medidas.



