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"Agricultores do Brasil, que viviam e produziam na Bolívia, foram expulsos. Será que este dinheiro não será gasto para expulsar os agricultores que restaram?"

Do deputado Eduardo Sciarra, criticando a medida provisória assinada por Lula que doa R$ 20 milhões para projetos de reforma agrária de Evo Morales.

Para instalar uma CPI na Assembléia paranaense é preciso obter a assinatura de pelo menos 18 deputados – um terço do total de cadeiras. É pouco, mas a oposição parece não contar com tantos membros para requerer as duas comissões que planejava – a do suposto superfaturamento em obras de saneamento no litoral (caso Sanepar/Pavibrás) e a da compra de 22 mil televisores (caso Cequipel).

Por enquanto, o líder da oposição, deputado Valdir Rossoni, conta, com segurança, com apenas 12 fiéis seguidores – uma situação, no entanto, que ele considera provisória. No seu entendimento, não há insuficiência de deputados oposicionistas. O que falta, por enquanto, é clareza de alguns sobre como desejam se apresentar junto a seus redutos eleitorais. As circunstâncias políticas, no entanto, certamente vão forçá-los em breve a uma definição, diz o líder. E, aí, o cenário ficará esclarecido.

Rossoni afirma não ter pressa; diz estar mais interessado em qualidade do que em quantidade. E só quando estiver seguro em relação a tal critério apresentará tantos requerimentos para CPIs quantos forem pertinentes.

A instalação de CPIs na Assembléia está sendo motivo de preocupação do presidente da Casa, deputado Nelson Justus. Ontem, ele pediu à bancada governista que reduza para apenas dois os seis requerimentos apresentados no início da Legislatura. Segundo ele, é impossível manter a normalidade dos demais trabalhos da Casa com número maior de CPI funcionando. Aparentemente, houve boa vontade por parte da liderança da situação – mas até o fim do expediente de ontem nenhum requerimento havia sido retirado.

Anote as explicações da escolinha

A "escolinha" de governo na manhã desta terça-feira será dedicada a explicações sobre a aquisição de 22 mil televisores pela Secretaria da Educação, ao custo unitário de R$ 860,00, feita junto à indústria de móveis Cequipel, maior doadora da campanha de Requião em 2006. A apresentação será feita pelo secretário da Educação, Maurício Requião.

Quem assistir pela tv à transmissão da escolinha, por favor anote os seguintes pontos que serão repetidos nas explicações:

• o televisor encomendado pelo governo é de um modelo especial, não encontrado nas lojas;

• por ter funcionalidades diferentes daquelas encontradas nos aparelhos comuns, pode, sim, custar mais caro;

• que a compra foi realizada por meio de pregão eletrônico – um sistema invulnerável a direcionamentos.

Olho vivo

Embaraço 1 – O governador Roberto Requião viveu ontem uma situação embaraçosa durante a audiência na Vara Cível para responder ao processo de calúnia que lhe move a jornalista Cila Schulman. Requião confirmou que, de fato, reproduziu supostas informações do empreiteiro Darci Fantin de que a jornalista recebera, em 2002, R$ 10,7 milhões para financiar a campanha de Beto Richa ao governo do estado. E que, por esse relato, o repasse ilegal teria sido feito pelo então diretor do DER, José Richa Filho, irmão de Beto.

Embaraço 2 – O advogado de Cila, Luiz Fernando Pereira, perguntou, então, em que data Requião teria ouvido a declaração de Fantin. A resposta: no início de 2003. Diante disso, o advogado fez outra pergunta: se, nessa época, já sabia que José Richa Filho agira ilegalmente, por que o nomeou para um cargo em seu governo?

Embaraço 3 – Para seu alívio, Requião não precisou responder. O juiz que presidia a audiência, Marcos Demchuk, considerou a pergunta improcedente. Mesmo assim, a pedido do advogado de Cila, que argumentou que a pergunta era auto-explicativa, o juiz mandou transcrevê-la nos autos.

Quem assinou? – A Sanepar não consegue mesmo sair do foco das atenções gerais. Depois do caso Pavibrás (que aponta para superfaturamento em obras no litoral), surge agora a notícia de que, por suspeitas de superfaturamento também em trabalhos supervisionados pela Gerência de Comunicação Social, a titular, jornalista Lea Oksaenberg, foi afastada do cargo e que uma sindicância teria sido aberta. A pergunta que se faz internamente na Sanepar é se só ela será chamada a dar explicações, pois as despesas e pagamentos realizados na área eram autorizados por superiores. Os problemas vinham sendo denunciados desde junho do ano passado.

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