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Enfim, os dois candidatos a governador começam a debater suas diferenças. Para alguns, a discussão que travaram anteontem via imprensa pode parecer uma disputa entre eles no jogo sobre quem faz o melhor ataque pessoal um contra o outro. E é mesmo. Mas também pode ser visto de outra forma, até certo ponto útil para levar o eleitor a fazer escolha mais consciente. Ou não.

O debate se deu no ambiente em que estavam reunidos mais de 200 prefeitos, que vieram a Curitiba para ouvir as propostas dos candidatos quanto à políticas que pretendem implementar, se eleitos, nas relações entre governo estadual e municípios.

Transporte escolar era o tema de maior interesse entre os prefeitos, mas Osmar, primeiro a falar, aproveitou para criticar pontos do plano de governo do adversário. Ironizou, por exemplo, o projeto de Richa de implantar um serviço de helicópteros para trazer doentes do interior para Curitiba. Criticou-o também pela suposta falta de compromisso com a palavra empenhada: prometeu cumprir os quatro anos do segundo mandato, mas saiu após completado apenas o primeiro ano. Chamou-o de imaturo e "por isso não merece ser governador".

Richa soube da crítica pela imprensa presente ao evento promovido pela Associação dos Municípios, e defendeu a idéia dos helicópteros: "Eles não são feitos de açúcar", numa referência ao fato de que as aeronaves não operam com tempo chuvoso. E acusou Osmar de atuar como um "boneco de ventríloquo", vocalizando apenas o que manda o agora aliado Roberto Requião. "Não sou biruta de aeroporto e não dependo deste ou daquele presidente eleito para governar".

Olho vivo

Medo 1

O presidente e o advogado do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba (Sindimoc) foram presos ontem pela manhã, suspeitos de chefiar um esquema de desvio de verbas da entidade, segundo apuraram investigações do Ministério Público Estadual. São eles o vereador Denilson Pires e o ex-vereador Valdenir Dias. Dois outros diretores do mesmo sindicato também foram detidos pelo mesmo motivo.

Medo 2

As prisões poderiam ser noticiadas apenas nas páginas policiais, não fosse o fato de envolverem políticos com forte participação na campanha eleitoral de Beto Richa. Valdenir Dias, por exemplo, é presidente do nanico PMN, um dos 14 partidos que integram a coligação Novo Paraná. Na campanha, entre outras missões, Valdenir tem sido usado para promover ações judiciais contra jornais e jornalistas que desagradam o candidato. Dias é também dirigente da Femoclam (Federação das Associações de Moradores), entidade que, na gestão de Richa, atuou como um dos braços políticos do ex-prefeito nos bairros, ao lado do ex-vereador do PRTB, Manassés de Oliveira.

Medo 3

Já Denilson Pires, além de presidir o Sindimoc (orçamento anual de R$ 10 milhões), é vereador eleito por outro partido integrante da coligação Novo Paraná, o DEM. Na Câmara de Vereadores sua atuação é elogiada pela fidelidade com que cumpre as orientações da bancada de situação. O envolvimento de um e de outro incomodou dirigentes e luas-pretas da campanha de Beto Richa, que ontem já traçavam estratégias para evitar eventuais repercussões negativas na corrida eleitoral.

Marcha soldado

Soldados de papel. É assim que o líder da oposição na Assembleia, deputado Élio Rusch (DEM), define o objetivo do projeto do governo que estabelece em 26 mil o contingente da Polícia Militar, votado e aprovado ontem. Ocorre que já há uma lei que determina em 21 mil o número de vagas na PM, mas, na prática, há anos o efetivo gira ao redor de 16 mil. Rusch critica: se não cobriram até hoje o déficit de 5 mil homens, por que, no final de governo, quando já nem tempo há para novas contratações, se coloca no papel que os quadros da corporação podem chegar a 26 mil?

O que é?

Afinal, o decreto 8002/2010 é ou não é apenas um disfarce para permitir ao governo receber precatórios em troca de dívidas tributárias? A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) não chegou a um consenso para dirimir a dúvida, ontem, durante sessão especial para tratar do tema. Por isso, o projeto de decreto-legislativo – proposto pelo presidente da CCJ, deputado Durval Amaral – volta à discussão na sessão ordinária da Comissão hoje. O decreto-legislativo pretende revogar o decreto assinado pelo governador Orlando Pessuti.

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