Chegamos hoje à terceira entrevista da série que a editoria política desta Gazeta faz com candidatos à prefeitura de Curitiba. Como o critério combinado foi o de obedecer a ordem alfabética, já discorreram sobre suas ideias para a cidade os deputados federais Angelo Vanhoni e Dr. Rosinha, ambos do PT, nas edições de terça e quarta-feira, e o estadual Fabio Camargo, do PTB, na edição de hoje.
Lamentavelmente, nenhuma das três entrevistas teve o poder de credenciar fortemente qualquer deles como candidatos para os quais os eleitores teriam certeza de que depositariam seus votos em outubro próximo. Os dois petistas, por exemplo, nem se consideram candidatos de verdade.
Vanhoni (que já tem em sua história três disputas pela prefeitura), não disfarçou a ideia de que, mais importante para o PT é construir uma aliança que viabilize já de cara uma vitória das oposições, ainda que isto signifique apoiar candidato de outro partido. No caso, ficou bastante implícito, apoiar Gustavo Fruet, do PDT, notória preferência da ala majoritária do PT paranaense liderada pelos ministros Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann.
Radical na defesa da candidatura própria do PT é o deputado Dr. Rosinha com a ressalva, também implícita na entrevista, de que sua motivação não é ganhar a eleição, mas sim de dividir o quanto mais o eleitorado para levar o pleito a ser decidido em segundo turno. Pelo seu raciocínio, é um risco deixar que a eleição seja levada à polarização entre o candidato do governador Beto Richa, o prefeito Luciano Ducci, e Gustavo Fruet, representante das forças que apoiam a presidente Dilma Rousseff. Rosinha admite que, no segundo turno mas apenas no segundo turno , o PT integre a aliança com Fruet.
Já o petebista Fabio Camargo, embora se apresente com segurança como candidato de seu partido, terá, primeiro, de vencer a batalha interna. A cúpula estadual, presidida pelo deputado Alex Canziani, já anunciou adesão à reeleição de Luciano Ducci e nem admite discutir a possibilidade lançar candidato próprio em Curitiba. Camargo não compartilha dessa ideia: diz que tem o domínio da convenção local e que não terá dúvidas de recorrer à Justiça para garantir a própria candidatura.
Portanto, no caso dele e dos demais já entrevistados, o melhor é esperar pelas confirmações.



