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Olho vivo

Xilindró 1

Um dos integrantes da quadrilha que atuava na Assembleia Legislativa para desviar recursos públicos, Daor Marins de Oliveira, teve sua pena elevada para 21 anos de prisão, segundo decidiu semana passada a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça após exame de recurso impetrado pelo réu e relatado pelo desembargador José Maurício Pinto de Almeida. Antes do recurso, Daor havia sido condenado em primeira instância a 15 anos.

Xilindró 2

Diz a sentença que Daor Marins estabeleceu com o ex-diretor-geral da Assembleia Abib Miguel uma "engenhosa sistemática de prática de crimes, ajustando, entre si, com os denunciados[...], que fariam contatos com familiares ou com conhecidos, cujos nomes seriam utilizados para serem nomeados ou figurarem como servidores comissionados, sendo que os pagamentos das remunerações respectivas seriam feitos mensalmente pela Assembleia Legislativa em favor de tais pessoas". Os crimes que cometeram: peculato, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Abib Miguel, o chefe do esquema, ainda está solto.

Procon

Pergunta que se faz: o presidente do Tribunal de Justiça não sabia do risco jurídico que o impediria de transferir depósitos judiciais privados para o Executivo? Se sabia, teria iludido o governador até o fim, mas antes fazendo-o nomear o filho, Fabio Camargo, para o Tribunal de Contas? Feitas essas perguntas, há outras: o governador pagou adiantado por uma mercadoria que não tinha certeza de receber? A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) não o alertou para o perigo? Vai procurar o Procon? O procedimento foi sustado após iniciativa da OAB, que conseguiu a liminar do CNJ, de cujo conselho fazem parte membros da cúpula da PGE.

Promete momentos emocionantes a sessão da CPI do Transporte Coletivo na manhã de quinta-feira na Câmara Municipal: estarão lá para depor representantes da Urbs, a empresa municipal que administra Rede Integrada de Transporte (RIT). Um dos temas que precisarão esclarecer diz respeito à bilhetagem eletrônica – serviço prestado pela empresa Dataprom em conjunto com o Instituto Curitiba de Informática (ICI).

Empresários que exploram o transporte coletivo enxergam na bilhetagem um possível ralo por onde podem desaparecer apreciáveis receitas do sistema, segundo insinuou na última quinta-feira, em sessão da CPI, o advogado do sindicato das empresas, Sacha Rech. A bilhetagem é uma caixa-preta: ninguém consegue ter acesso claro e total aos seus dados, disse o advogado.

A coisa funciona mais ou menos assim: grande parte dos passageiros que toma ônibus em Curitiba paga a tarifa com cartão eletrônico lido pelas máquinas validadoras existentes nos terminais, estaçõestubo e mesmo dentro dos veículos. Softwares da Dataprom e do ICI contabilizam os pagamentos e os valores são repassados às empresas de transporte na proporção do número de passageiros que transportaram, excluídas as gratuidades, embora essas também sejam registradas.

Mas quem confere a veracidade dos números? Taí um problema: já faz tempo que, estranhamente, a Urbs mandou lacrar os contadores mecânicos existentes nas catracas, de tal modo que é impossível se saber, por comparação, se o que dizem os computadores do ICI conferem com os registros que os contadores mecânicos poderiam fazer.

Segundo dados oficiais, o número de passageiros pagantes do sistema caiu 20% nos últimos dez anos. No entanto, nesse mesmo pe­ríodo, a frota aumentou e os ônibus se tornaram maiores, mas nem por isso, deixaram de trafegar "apinhados". Não deixa de ser um mistério: por que então a bilhetagem eletrônica acusa queda no número de passageiros transportados?

Embora a Urbs, as empresas e passageiros reclamem de falhas, a Dataprom diz que suas máquinas validadoras são infalíveis. Por isso, nem mesmo teme perder o serviço que presta, via ICI, ou ser derrotada numa concorrência direta que a prefeitura queira fazer para escolher empresa por menor preço e melhor qualidade. O contrato com a Dataprom/ICI termina em agosto.

A Dataprom cobra o equivalente a R$ 200,00 por mês de cada ônibus da frota urbana de Curitiba e R$ 70,00 dos que fazem linhas metropolitanas – uma disparidade para a qual também se procura explicação. Trata-se de um problema que pouco afeta as empresas, pois todo esse custo está dentro da tarifa técnica (R$ 2,99) que recebem da Urbs. Mas se o número real de passageiros for maior do que aferido e se o serviço custasse menos, a tarifa poderia baixar. E talvez nem necessitar do subsídio para ser mantida em R$ 2,70.

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