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Olho Vivo

Tudo se copia 1

Beto Richa reúne os secretários terça-feira. Cada um deles – novo ou antigo – vai assinar um "contrato de gestão", pelo qual se obrigará a cumprir planos e objetivos definidos para a respectiva área. No fim de um período estabelecido, poderá avaliar o desempenho de cada membro da equipe.

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O modelo não é novo. Foi copiado – como reconhece o prefeito – do governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Aqui não se tem detalhes de como funcionará, mas em Minas os secretários que cumprem as metas são premiados com mais autonomia e mais verbas. Servidores ganham aumentos ou gratificações.

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O método mineiro também não é original, foi copiado da iniciativa privada. Como se vê, vale a máxima "nada se cria, tudo se copia" popularizada por Chacrinha, que por sua vez parafraseou o axioma do sábio francês Lavoisier: "Na natureza, nada se cria, tudo se transforma". Assim, não é demérito para Richa copiar uma boa ideia.

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É importante, contudo, que a avaliação dos secretários não fique circunscrita só ao prefeito. Que as suas metas sejam públicas, de tal modo que os eleitores também tenham a possibilidade de dar nota a cada um e, no conjunto, a toda a administração municipal. Se isto acontecer, pela primeira vez o povo terá em mãos critérios mais objetivos para saber se votou bem.

O deputado federal Ricardo Barros, presidente estadual do PP e vice-líder de Lula na Câmara Federal, pegou briga com o Judiciário e com o Ministério Público. Em entrevista publicada no fim do ano pelo site Congresso em Foco, disse que juízes, promotores e procuradores deveriam "pegar mais leve" em relação aos políticos, referindo-se a iniciativas como a súmula antinepotismo do STF, a resolução do TSE sobre fidelidade partidária e a proibição de candidatura de políticos com pendências judiciais, conhecidos como "fichas-sujas".

A Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) leu a entrevista e não gostou. Principalmente da parte em que o deputado paranaense afirma que, se magistrados e promotores olharem com maior boa vontade a classe política, projetos de lei de interesse desses profissionais – incluindo aqueles que tratam de aumentos salariais – serão melhor analisados pelo Congresso.

A esse respeito, Barros foi textual: "Ficam aqui tentando ganhar o aumento na pressão, sem ter que fazer concessões. Não é uma negociação toma-lá-dá-cá. Mas é a questão da habilidade. Se você quer alcançar um objetivo, tire as pedras do caminho".

E, em outro trecho, diz o parlamentar paranaense: "A questão dos 'fichas-sujas' criou uma indisposição muito grande aqui [no Congresso]. Nós tínhamos um pouco mais de 70 parlamentares concorrendo às eleições municipais e vem a Associação dos Magistrados Brasileiros dizer que quem está condenado em primeira instância é 'ficha-suja'. Que coisa mais idiota!".

11 deputados do Paraná estão sob investigação no Supremo

Enquanto isso, revela-se agora que correm no STF 339 investigações envolvendo políticos detentores de mandatos com prerrogativa de foro privilegiado. Onze deputados paranaense estão nessa lista, alguns dos quais respondendo a mais de um inquérito ou ação penal. São eles, em ordem alfabética:

- Abelardo Lupion (uma ação penal por crime eleitoral).

- Alceni Guerra (três procedimentos por: crime contra a administração pública; falsificação de documento público; e de responsabilidade).

- Alfredo Kaefer (dois: um por crime contra o sistema financeiro e gestão fraudulenta; e outro por crime eleitoral).

- Barbosa Neto (um por peculato).

- Cassio Taniguchi (seis no total: por improbidade; de responsabilidade; contra a administração pública; e três por violações à lei de licitações).

- Dilceu Sperafico (dois por crimes contra o patrimônio).

- Eduardo Sciarra (um crime eleitoral).

- Giacobo (total de seis: dois contra a ordem tributária; um por sequestro e cárcere privado; um por calúnia, injúria e difamação; um contra a administração; e um contra o patrimônio).

- Nelson Meurer (um de natureza não informada).

- Odílio Balbinotti (um de natureza não informada).

- Takayama (um inquérito envolvendo peculato, estelionato; e outro por crime contra ordem tributária).

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