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Pelo menos dois desembargadores do grupo mais jovem já se encorajaram a subverter a ordem vigente no Tribunal de Justiça desde os tempos do regime militar, segundo a qual apenas os mais antigos poderiam alcançar a presidência da corte e outros cargos da cúpula do Judiciário. Ontem, os desembargadores Celso Rotoli de Macedo (12º na lista de antiguidade) e Rogério Coelho (34º) comunicaram aos seus 120 colegas a pretensão de candidatarem-se, respectivamente, à presidência e à corregedoria na eleição de oito de dezembro próximo.

Não é a primeira vez que Rotoli de Macedo se candidata a presidente. Há dois anos, disputou o segundo turno (havia três candidatos) e acabou sendo derrotado pelo atual presidente, Vidal Coelho. Mas, pela Lei Orgânica da Magistratura (Loman), de 1979, Vidal, desembargador mais antigo, simplesmente poderia invocar esta condição para impugnar a candidatura – ou até mesmo a eventual vitória de Rotoli – para ficar com a presidência.

O mais antigo da vez, agora, é o desembargador Carlos Augusto Hoffmann, que, se não se sentir constrangido, pode se valer da mesma lei para afastar o adversário. Entretanto, a surda movimentação dos mais jovens, que clama pela renovação, animou Celso Rotoli de Macedo a enfrentar Hoffmann.

A comunicação da disposição de ambos aconteceu por e-mail. Às 9h51, Rotoli anunciou sua candidatura à presidência. Mais tarde, às 17h12, foi a vez do desembargador Rogerio Coelho se apresentar como pretendente ao cargo de corregedor-adjunto. E concluiu: "Espero contar com sua aprovação e apoio."

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Dudu fora, mas Appa não muda

A ausência do superintendente Eduardo Requião não está sendo suficiente para eliminar as confusões no Porto de Paranaguá – seus substitutos estão à altura. A última causou atraso na saída do cargueiro Ultimax com uma carga de farelo de soja com destino ao porto de Rotterdam.

Tudo porque, em razão de uma repentina ordem assinada pela chefe de gabinete da Appa, Stella Maris Bittencourt, as empresas que tradicionalmente prestam serviços aos navios, exportadores e demais operadores portuários foram impedidas de realizar seus trabalhos. A partir de agora, só uma empresa, a Alpina Brigs, está autorizada a atender solicitações dos interessados.

O primeiro efeito ocorreu anteontem, quando o Ultimax requereu serviços de desinssetização. Mas a empresa credenciada pelas autoridades sanitárias do ministério da Agricultura para dar combate aos insetos foi proibida de sequer se aproximar do cargueiro. Criou-se então, o impasse: sem o laudo fitossanitário do ministério, a carga sequer seria recebida em Roterdã (Holanda); logo, o navio não poderia zarpar.

Por outro lado, a empresa contratada pela Appa, a Alpina Brigs, não é credenciada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para prestar serviços de fumigação. Assim, mesmo que fizesse o trabalho, o ministério não forneceria o laudo. Somente quando alguém lembrou que para cada dia de atraso do navio o armador cobraria uma multa de US$ 45 mil, é que prevaleceu o bom senso mínimo e a fumigação foi feita pela empresa tradicional. Essa decisão, contudo, foi provisória. Vale apenas até segunda-feira – data marcada para o reinício das confusões.

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Olho vivo

Bombeiros 1

Os bombeiros estão agindo rápido para apagar a fogueira armada dentro da aliança de oposição desde que o deputado Gustavo Fruet, do PSDB, afirmou que seria inevitável a candidatura de Beto Richa ao governo em 2010. A turma que defende a candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ficou ouriçada: a declaração foi considerada como um sinal de rompimento dos acordos costurados desde a eleição de 2006. O próprio senador não conseguiu esconder seu aborrecimento.

Bombeiros 2

Ontem, o presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, tratou de relativizar a afirmação de Fruet. Reconhece que, no momento, graças à sua reeleição à prefeitura, Beto se credencia como forte candidato, mas acha que é cedo demais para firmar posição neste sentido. "O importante, agora, é pensar num projeto para o Paraná, independentemente de nomes", disse, acrescentando: "nomes temos de sobra e ainda vai chegar a hora de ver quem, politicamente, será o mais viável para ganhar a eleição e realizar o projeto."

Bombeiros 3

Rossoni conversou com Gustavo Fruet e com Osmar Dias ontem. Acredita que conseguiu colocar as coisas no seu devido lugar e que a calma no arraial oposicionista já está sendo restabelecida. "Há uma causa que nos une e essa causa está centrada na segurança de que vamos acabar com o ciclo de Requião", concluiu Rossoni.

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