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Deu no jornal Diário Catarinense de quinta-feira passada: as federações dos transportadores de cargas de Santa Catarina, do Paraná e do Rio Grande do Sul estão se associando à Copel e a empresas privadas para criar uma Sociedade de Propósitos Específicos (SPE) com o fim de disputar a concessão dos trechos da BRs 101, 376 e 116.

A informação, segundo o jornal, foi dada pelo presidente da Federação das Empresas de Transportes de Cargas de Santa Catarina (Fetrancesc), Pedro Lopes, confirmando entendimentos que vem mantendo com as congêneres paranaense (Fetranspar) e gaúcha (Fetransul).

"Como nós somos os maiores usuários das rodovias, temos de lutar por pedágios mais baratos, e isso é decidido nos leilões", explica Pedro Lopes – aliás, um ex-radialista com passagem pela rádio Guairacá de Curitiba na década de 70, hoje próspero empresário e líder classista em Santa Catarina.

A informação não é confirmada pela Fetranspar. Seu presidente, Luiz Anselmo Trombini, nega as notícias de que a entidade estaria indicando empresas do setor para se associarem à Copel, mas diz acreditar que "existe alguma forma indireta de envolver este importante setor podutivo, responsável por 62% da receita das concessionárias", mesmo porque "somos favoráveis ao pedagiamento de rodovias desde que as tarifas sejam compatíveis, já que estradas bem conservadas reduzem em até 30% o custo operacional dos transportes."

A definição dos sócios da Copel deve se dar nesta semana. Hoje, a Assembléia deve aprovar o projeto do governo pedindo autorização para que a empresa participe do leilão programado para o dia 9. As propostas, no entanto, precisam ser entregues à Bovespa até dia 4 – isto é, dentro de apenas oito dias úteis.

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A história dos títulos "podres"

Muito esclarecedora a reportagem do jornalista André Gonçalves, correspondente em Brasília, publicada ontem pela Gazeta, a respeito da polêmica dos títulos públicos que enroscam o Paraná na milionária multa mensal aplicada pelo Secretaria do Tesouro Nacional. A matéria desmente uma versão que vem sendo repetida à exaustão pelo governador Roberto Requião – a de que seriam "podres" os títulos. Não são. Tanto não são que 62% do seu valor total foram pagos pelos estados e municípios emitentes.

À reportagem de Gonçalves, acrescente-se uma lembrança: quando senador, Requião tentou fazer com que os títulos fossem declarados nulos pelo Senado. Como não conseguiu, sugeriu aos governadores dos estados que o fizessem por conta própria. O Jornal do Senado, de 27 de maio de 1999, registra que Requião "sugeriu a anulação aos governadores de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, e de Santa Catarina, Esperidião Amin." Pernambuco, responsavelmente, pagou o que devia ao Paraná, mas Santa Catarina seguiu o conselho. Hoje, o Paraná é quem paga multa por conta da inadimplência catarinense.

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Olho vivo

Tolerância 1 – Isso aqui não é coluna social, mas não custa apelar para o velho chavão do gênero: não convidem para a mesma mesa de jantar o presidente da Paranaprevidência, José Maria de Araújo, e o diretor jurídico, Francisco Alpendre. Toleram-se por motivos meramente profissionais e políticos.

Tolerância 2 – Indicado pessoalmente pelo governador Roberto Requião para o cargo, Alpendre conseguiu em dois meses uma notoriedade não alcançada por Araújo em cinco anos. Novo enfant gâté do regime, o advogado tem sustentado teses jurídicas que agradam o chefe. Uma delas: não é o Tesouro estadual que deve à Paranaprevidência, mas o contrário. Outra: são irregulares e ilegais as aposentadorias e pensões pagas a membros do Ministério Público.

Tolerância 3 – É com base nessa última que Requião move sua guerra santa contra o MP. O curioso é que o presidente José Maria Araújo tem-se mantido silente em meio à contenda, enquanto Alpendre brilha diante das platéias da "escolinha" e em polêmicas pela imprensa com os promotores do MP.

Intolerância 1 – Sábado movimentado no PMDB da região metropolitana: centenas de pré-candidatos a vereador em 2008, reunidos o dia todo em Curitiba, discutiram bandeiras e projetos. Lideranças do partido, inclusive alguns secretários, fizeram breves apresentações, não mais do que dois minutos de fala. A exceção foi do presidente da Cohapar, Rafael Greca, que falou por uma hora, projetou filmes e atribuiu-se a autoria de obras inúmeras, que o qualificariam para ser o candidato do partido em 2008.

Intolerância 2 – Como não lhe faltam adversários dentro do diretório municipal – dentre os quais o seu presidente, Doático Santos, que defende a candidatura do reitor Carlos Moreira Jr. – Greca causou mal-estar. Não poucos presentes deixaram o recinto como forma de protesto.

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"Eu não acredito que haja qualquer evidência de que Dirceu cometeu o crime de que ele está sendo acusado."

Do presidente Lula, que antes nada sabia, agora pensa que seu ex-ministro nada teve a ver com o mensalão.

celso@gazetadopovo.com.br

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