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De uma hora para outra, o município de Fazenda Rio Grande perdeu 700 empregos diretos. É que duas das maiores indústrias que operavam por lá decidiram arrumar as malas e buscar fora do Paraná paragens mais propícias para manter seus negócios. Em uma semana, a Embrapínus dispensou 248 empregados e fechou sua unidade; já a Woodgream demitiu 450 dos seus 600 funcionários, primeira etapa para o fechamento próximo e definitivo.

O deputado Geraldo Cartário – ex-prefeito de Fazenda Rio Grande – foi quem revelou esses dados ontem em discurso na Assembléia. E apelou para que o governo estadual busque atrair outras empresas para a cidade, pois, caso contrário, considerando também os empregos indiretos que as duas indústrias geravam, pelo menos 3 mil famílias ficarão sem sustento.

Esses dois casos não são únicos no Paraná. São resultado da crise do setor madeireiro que o governo estadual criou, não está enxergando nem tomando medidas para estancá-la.

A principal razão da crise é a (falta de) política florestal no estado. Projetos de reflorestamento são sistematicamente rejeitados pelos órgãos ambientais, o que obriga as indústrias a buscar matéria-prima em lugares onde são incentivadas. O vizinho estado de Santa Catarina, por exemplo, é um dos destinos das empresas prejudicadas, mas também pode ser o distante Chile, atrás da cordilheira dos Andes, onde a Woodgream deverá se instalar.

Afora o caso do deputado Valdir Rossoni, empresário do ramo que ainda resiste à idéia de expandir a unidade madeireira de União da Vitória para Santa Catarina ("sou paranaense e não posso admitir a idéia de sair daqui", diz ele), outro gigante do setor planeja alçar vôo. É nada menos do que a Tafisa, uma das maiores fabricantes de produtos madeireiros da América Latina. Pertence ao grupo português Sonae, que em 1997 investiu US$ 270 milhões instalar uma unidade em Pien (a 90 quilômetros de Curitiba), onde garante 2 mil empregos diretos.

O salário dos professores

Encerrou-se ontem – Dia do Professor – o prazo para inscrições aos concursos abertos pela Secretaria da Educação para contratação de professores da rede pública. São quase 15 mil vagas. A concorrência será grande, pois tem muita gente precisando de emprego.

Mas é interessante notar os salários oferecidos aos que forem aprovados e contratados neste estado que, segundo o líder do governo na Assembléia, deputado Luiz Cláudio Romanelli, tem "o melhor plano de cargos e salários do Brasil" para o magistério.

Um dos editais exige que os participantes sejam diplomados nas diversas áreas da Engenharia (Civil, Mecânica, Eletrotécnica, Naval...), em Medicina Veterinária, em Administração de Empresas, Arquitetura, Ciências da Computação, Química Industrial etc. E sabe de quanto é o salário oferecido a esses profissionais? R$ 602,76! Isso mesmo: seiscentos e dois reais e setenta e seis centavos, mais vale transporte!

É como diz o deputado Romanelli: "O governo Requião transformou a realidade da educação pública, beneficiando o conjunto da sociedade, os estudantes e os próprios educadores do estado".

Olho vivo

É legal? 1 – Dia destes a coluna perguntou se seria legal um empresário da construção civil ocupar ao mesmo tempo cargo público com atuação na mesma área da atividade privada. Citou o caso do superintendente técnico da Secretaria de Obras, o engenheiro Cornelius Unruh, sócio do empreiteiro (e cunhado) Maurício Xavier na Construtora CG.

É legal? 2 – Cornelius (que antes de assumir a atual função pública foi diretor de engenharia da Secretaria da Saúde) enviou e-mail para a coluna, no qual: a) confirma a dupla condição de diretor da Secretaria de Obras e de sócio da construtora; b) afirma que a empresa já não mantém negócios com o governo estadual (o último contrato, diz ele, data de 2002, no governo Lerner).

É legal? 3 – A segunda afirmação contrasta com registros constantes no site "Gestão do dinheiro público", mantido pelo governo estadual, segundo os quais a Construtora CG prestou serviços à Sanepar, no valor de R$ 316 mil, no ano de 2005.

Cartões 1 – O governo estadual pagou com cartão de crédito corporativo, nos primeiros nove meses do ano, despesas no valor de R$ 18 milhões. No ano passado inteiro os gastos nesta modalidade somaram R$ 21 milhões, segundo dados que o deputado Valdir Rossoni, líder da oposição, coletou no Sistema Integrado de Administração Financeira da Secretaria da Fazenda.

Cartões 2 – Ontem, da tribuna da Assembléia, Rossoni pediu explicações mais detalhadas sobre o uso dos cartões. Um requerimento nesse sentido chegou a ser aprovado, mas foi "desaprovado" em seguida pelo rolo compressor da bancada situacionista. Mesmo assim, o deputado Kielse Crisóstomo, que no momento respondia pela liderança do governo, prometeu esclarecimentos.

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