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Celso Nascimento

PMDB sempre igual: dividido

Até aonde vai a alegada força política do ­ex-governador Orlando Pessuti a ponto de dar-lhe a condição de ser peça decisiva na definição dos destinos do PMDB em relação ao pleito para o governo estadual neste ano?

Na última terça-feira esta coluna, com base em várias fontes, traçou um cenário segundo o qual o PMDB estava dividido em três partes – uma delas "presidida" pelo governador Beto Richa (PSDB) e pela bancada de deputados estaduais, que majoritariamente defende que a legenda deve formar aliança e batalhar pela reeleição do tucano. As outras duas seriam lideradas pelo senador Roberto Requião e pelo ex-governador Orlando Pessuti, que defendem candidaturas próprias. Nenhuma delas teria maioria suficiente para, na convenção, fazer valer suas respectivas vontades.

A coluna despertou controvérsias. O deputado (licenciado) Luiz Cláudio Romanelli, secretário estadual do Trabalho e Emprego e um dos líderes da ala que defende a aliança com Richa, desmente a existência de três correntes. Segundo ele, "no PMDB só existem duas possibilidades. A primeira é a candidatura própria e ela tem nome: Requião. A segunda, pela qual trabalho, é a coligação com Beto Richa, tendo como condicionante inafastável a integração à chapa majoritária com o cargo de vice-governador sendo disputado por um peemedebista".

Romanelli vai além nas conjecturas que apresenta como certezas: "Em relação ao PT, apoiaremos a reeleição da presidenta Dilma e do vice-presidente Michel Temer. Mas, no Paraná, nos últimos anos houve um desalinhamento na relação com o PT estadual, no passado nosso aliado preferencial" – o que significa ser impossível uma aproximação com a candidata petista Gleisi Hoffmann.

Em relação a Pessuti, Romanelli afirma que ele perdeu internamente "qualquer chance" de influir nas decisões do PMDB porque "por conveniência pessoal e política abdicou da candidatura em 2010".

Pela ala requianista, falou o sobrinho do senador, o deputado João Arruda, que também desdenha a força de Pessuti, e não prevê como forte a possibilidade de o PMDB compor uma aliança com o PSDB de Beto Richa. Por uma simples razão: a cúpula nacional do partido simplesmente não admite essa hipótese e defende candidatura própria. O importante, pensam os caciques nacionais, é não criar dificuldades no Paraná para dar melhor desempenho à campanha de reeleição de Dilma Rousseff.

Segundo João Arruda, é visível (embora cuidadoso) o esforço do vice-presidente Michel Temer para demover os deputados estaduais do PMDB da ideia de apoiar Beto Richa. Eles estão preocupados com a sua própria sobrevivência. Mas, se na convenção de junho vencer a tese de candidatura própria, esta será a de Requião e não a de Pessuti. Por um motivo claro: Requião tem mais condições de "puxar" votos para eleger uma boa bancada de deputados estaduais – e isso é tudo com que mais sonham os atuais parlamentares da bancada.

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