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Procuradores do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas mantêm-se inconformados com a aprovação das contas de 2006 do governo estadual pelo TC, na semana passada. A decisão dos conselheiros, embora unânime, contrariou a recomendação do procurador Michael Richard Reiner que, ao constatar pelo menos 14 grossas irregularidades, opinou pela rejeição da prestação de contas, com o apoio dos demais 10 procuradores que atuam no TC.

A mais grave das irregularidades foi a confirmaçao de que o governo fechou a gestão com um déficit de caixa mínimo de R$ 195 milhões – coisa inadmissível segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal. Na verdade, o déficit é ainda maior, se considerado o gasto não-contabilizado de R$ 57,9 milhões com o programa Luz Fraterna.

O que salvou o governo da desaprovação foi o fato de a legislação permitir um déficit não superior a 2% do orçamento e desde que a administração se comprometa a alcançar superávit no exercício seguinte.

Diz o parecer do Ministério Público: "Assim, a vingar a tese pela ressalva [como ocorreu], dever-se-á apurar, necessariamente, um superávit no exercício de 2007, sem o qual as contas sofrerão inexorável desaprovação".

O minucioso relatório assinado pelo procurador Michael Reiner caiu em mãos da oposição na Assembléia e está sendo detidamente examinado por mãos especializadas e experientes em finanças públicas. Seu trabalho vai subsidiar a ação dos parlamentares que – assim como todos os procuradores do MP junto ao TC – estão inconformados com o resultado final.

O relatório do TC ainda será votado pela Assembléia, onde certamente será aprovado pela ampla maioria governista. Mas, até lá, sofrerá pesado bombardeio da oposição, segundo promete seu líder, deputado Valdir Rossoni.

O casório de Rubens e Gleisi

Gleisi Hoffmann, do PT, e Rubens Bueno, do PPS – ambos candidatíssimos à prefeitura de Curitiba – conversaram longa e amistosamente ontem. Deram sinais evidentes de que imaginam ser possível juntar forças para enfrentar Beto Richa, até agora, segundo a Paraná Pesquisas, imbatível na eleição do ano que vem, com 47,8% das intenções de voto.

Na sondagem encomendada pela Gazeta do Povo e publicada na edição de domingo passado, Bueno aparece em segundo lugar, com 9,5% das preferências, e Gleisi com 8,4%. Somados, e sem considerar as alterações (para melhor ou para pior) que ocorrerão na campanha, eles detêm quase 20% do eleitorado curitibano.

Foi Gleisi que, com as bênçãos do também presente ao encontro presidente estadual do PT, deputado André Vargas, procurou Rubens Bueno para a conversa na sede do PPS. Oficialmente, "para discutir a cidade". Extra-oficialmente, para pavimentar uma aliança num eventual segundo turno. Ex-colegas na diretoria de Itaipu, os dois concordam que há grande "identidade ideológica" entre eles.

Os dois também identificam os mesmos problemas em Curitiba. Como num jogral, completaram as idéias um do outro. "A cidade precisa levar em conta a falta de infra-estrutura em todos os níveis", disse Rubens Bueno para Gleisi, sobre o quê, concordando, a petista defendeu a necessidade de buscar soluções inovadoras.

Se o primeiro contato travado ontem continuar valendo para o futuro, confirma-se a perspectiva de que o PT quer mesmo ficar longe do PMDB nas eleições municipais do ano que vem. Ao contrário do que aconteceu em 2006, quando os dois partidos se uniram no segundo turno para eleger Requião, agora o projeto petista é derrotar – seja quem for – o candidato apoiado pelo governador.

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Olho vivo

Conversão – Uma semana em Nova Iorque, meca do capitalismo mundial, foi suficiente para converter o deputado Luiz Cláudio Romanelli, líder do governo na Assembléia. Ontem, de volta à terrinha, disse que as celebrações em torno da Copel na Bolsa de NY abriram caminho para benfazejos investimentos estrangeiros no Paraná – coisa que seu chefe, o bolivariano governador Requião, nunca colocou entre suas prioridades.

Curiosidade – O deputado Eduardo Sciarra (DEM) constatou o seguinte: em 24 de julho Requião ainda estava em Curitiba e as ações da Copel foram negociadas em Nova Iorque a US$ 17,01. Na chegada do governador a NY, a cotação despencou para US$ 16,35 e caiu a US$ 16 no dia 31 (data em que Requião badalou o sino). O governador viajou e, já no dia seguinte, 1.º de agosto, a ação da Copel explodiu para US$ 17,17.

Fuga – As delegacias de Palmas e de Clevelândia – redutos eleitorais do deputado Antônio Anibelli e onde ele exerce poder pondo e tirando delegados de polícia – registraram duas fugas de presos em três dias. Em Palmas, ao meio-dia de ontem, 16 detentos de alta periculosidade fizeram um buraco no teto acima do gabinete do atual delegado e escapuliram.

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"Esta é a primeira ação de tantas quantas forem necessárias para acabar de vez com o mau uso da TV Educativa."

Do deputado Marcelo Rangel, rejubilando-se com a decisão da justiça de proibir a veiculação de anúncios ofensivos na tv oficial.

celso@gazetadopovo.com.br

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